De volta á capital

25 6 1
                                    


A escola e o hospital continuam fechados. O mercado esta vazio e as pessoas estão ficando preoculpadas.
Os remédios da vovó e do vovô estão em dia, mas e quando acabarem?
O vovô anda mancando pelos cantos e a angústia toma conta de mim. Não temos resposta na tv sobre o que esta acontecendo então durante o almoço eu digo em meio ao silêncio:
"Eu vou para a capital amanhã, preciso ver como estão as coisas por lá." - acabo atraindo a atenção de Tom e Peeta.
"Eu vou com você meu amor.- Tom segurou minha mão em cima da mesa.
"Então partiremos amanhã mesmo."- falei.
"Eu não concordo, mas tenho alguma chance de evitar?" - Peeta perguntou com um sorrisinho sem graça.
"Nenhuma!" - Eu o respondi sorrindo de volta.

***

23:30, Dois dias depois. Capital.

"Nossa, essas viajem são cansativas!" - eu disse me jogando no sofá da casa da minha mãe,
"Tira o pé daí, isso foi caro!" -mamãe deu um gritinho. "Gostou? agora todos tem uma em casa aqui na capital"- Ela se referia a uma mesinha com uma forma estranha e com veludo nas extremidades.
"Isso é assombroso!" - eu zombei.
"Mas é moda!"- Argumentou.
Ela não usava nenhuma bizarrice(por estar indo dormir) e eu a achei linda, como nunca mais tinha a visto antes: natural.
Seus cabelos castanhos escuros, assim como o da vovó Katniss e olhos claros como os do vovô Peeta. Ela é muito jovem, tem apenas 28 anos.
Foi seduzida pelo luxo da capital desde pequena.
Ela culpa a vovó por não ter participado ativamente de sua vida, por causa da sua condição. E eu a culpo pela vovó se afundar ainda mais em dor e depressão.
Meu tio tem 24 anos e neste momento vive em Thirty City.
Sentimos muita falta deles.

"Cadê o Tom?"- minha mãe perguntou.
"Ele foi comprar alguma coisa pra comermos."- respondí.
"Boa sorte para ele! Depois que a Miranda foi eleita, a capital tá uma zona!"- ela disse se retirando da sala.
Meu coração apertou e eu decidi procurá-lo. Victory nem me viu saindo.

Vaguei pelas ruas ao redor do apartamento que ela mora. Procurava por Tom, estava tarde mas eu não sentia medo de estar alí sozinha.
"Uma moedinha por favor!" - um homem jovem se aproximou de mim, ele usava roupas rasgadas e cheirava mal. Tinha cabelos louros e olhos claros por debaixo de tanta poeira, me lembrava o vovô quando jovem, como eu via nos desenhos dele.
"E-espera..." -eu gaguejei. Meti a mão no bolso e achei uma boa quantia em dinheiro.
Era muito para se dar a um mendigo mas não pensei duas vezes ao entregá-lo.
"Toma!"- o homem arregalou os olhos e disse:
"Não senhorita! pegue a metade, ou até mais, não posso aceitar tudo isso."
"Fique! Compre uma roupa ou sei lá o que. O dinheiro é seu!" - eu sorri e homem aceitou o dinheiro com um sorriso ainda maior.
"Qual é o nome da boa moça?" - ele perguntou.
"katherine everdeen" - eu respondi.
"Obrigado katherine
ev-everdeen..."- guaguejou reconhecendo meu sobrenome.
Fomos interrompidos por Tom me chamando.
Me virei e ele estava no final da rua com minha mãe, estavam com cara de preoculpados.
Certamente Tom chegou em casa antes de mim e vieram a minha procura.
"Eu preciso ir, boa noite."- me despedi e parti em direção aos dois.

"Eu não sabia que existiam mendigos na capital" - susurrei á Tom quando me aproximei.
Minha mãe estava andando mais á frente. Estávamos voltando para casa.
Tom me abraçamos e fomos caminhando assim.
"Não são cidadões da capital mas existem, aos montes."- ele falou.
"Como assim? São das treze cidades?
"Sim, vieram para cá depois da revolução mas a maioria das pessoas da capital não empregam os 'vagabundos dos distritos'. Entao eles moram nas ruas porque não tem dinheiro sequer para voltar para casa."
"Eles não podem fazer isso conosco." - eu reclamo.
"Mas fizeram..."- Tom diz.

Chegando em casa fui ao meu quarto que estava exatamente como o deixei a um ano atrás.
Como fui criada por meus avós, e minha mãe permaneceu na capital, eu preferia estar com eles.
Tentei morar com ela aos 10 anos, mas não aguentei nem dois anos aqui e voltei para a casa dos meus avós.
Aos 12 e meio conheci Tom, que tinha 16 anos na época, mas não parecia ser mais velho e eu não aparentava ser tão nova.
Dizemos que o amor não tem idade.
Com treze passamos a namorar, mesmo com a reprovação de Peeta. No fim ele optou pela minha felicidade e permitiu.
Agora, minha mãe queria que eu voltasse a morar com ela. Talvez porque se sentisse sozinha nessa cidade fútil e desagradável a qual fazia parte.

***

"Aonde o Tom vai dormir?" Perguntei descendo a escada, indo ao encontro dos dois que estavam na cozinha.
"No quarto de hóspedes."- minha mãe respondeu.
"Vem cá filha! Estávamos conversando sobre o John. Junte-se a nós."
"O que é que tem ele?"- sentei junto a elas na mesa.
"Vick queria saber se ele vai morar conosco quando nos casarmos."- Tom disse sorridente.
"CASAMENTO?"- pensei.

O filho de Tom  tem quatro anos, mas é uma criança difícil.
Acho que  sua mãe ainda sente algo por Tom e isso me deixa louca de ciúmes.
Ele conheceu Glim e tiveram um relacionamente passageiro. Eles logo se separaram, sem saber que Glim carregava um fruto dessa relação.
Ela reapareceu deixando John com Tom e sumiu por um tempo alegando ter que "estabilizar sua vida".
O garoto é impossível, provavelmente sua vida foi uma total bagunça.
John mora com a mãe aqui na capital mas algumas vezes passa um tempo com Tom em Twelve City.

"Como assim casamento?" - sorri sem graça.
"Calma amor! Estamos brincando. Somos muito novos..."
"Bem, boa noite para vocês. Eu preciso do meu sono da beleza!"
- ela disse massageando as bochechas e  saiu desfilando.
Tom e eu rimos.
"Estamos sós..."- ele disse.
"E eu estou morrendo de sono"- me levantei da cadeira e fui em direção ao meu quarto.
Tom me seguiu e eu fechei a porta na cara dele sorrindo.
"Abre a porta amor"- ele susurrou rindo.

Destranquei a porta e fui deitar. Depois de alguns segundos ele entrou.
"Errou de quarto."
"Eu não quero dormir sozinho."
Tom e eu ficamos abraçados na cama por alguns minutos.
"Peeta não ia gostar nadinha de nos ver assim."- ele susurrou.
"Sai!"- eu disse me levantando.
Ele se sentou na cama surpreso.
"Eu disse sai!" Apontei para a porta.
Tom saiu do meu quarto bufando, mas ele sabe que eu o amo.


Continua...

Jogos vorazes- O novo continenteOnde histórias criam vida. Descubra agora