Jogos vorazes- O novo continente

Destroços

Miranda estava vestida de branco e com um sorriso malígno no rosto, sentada numa cadeira enorme e totalmente branca, na varanda da mansão com guardas armados por toda parte.
Olho ao redor e vejo milhares de pessoas a assistindo. Pessoas da capital sorriem igual a ela e nos rostos das pessoas das treze cidades esta a mesma preoculpação que a minha.

Miranda se pôe em pé, agora séria e começa a falar:

"Ainda sobre o recém-descoberto plano contra a capital eu digo que revogo a prisão..."

Eu suspiro aliviada, assim como outras centenas de pessoas.

"...Mas... Diante desta traição, por parte de Katniss Everdeen e seu grupo, eu declaro aberta a 76° edição dos Jogos Vorazes, onde os traidores lutarão até que todos morram na arena."

Ao dizer isso Miranda desaparece entre os guardas e minha vista fica embaçada. Meu corpo todo esta gelado e minhas pernas trêmulas. As pessoas na festa começam a correr sem rumo e se forma uma gritaria ensurdecedora. Vejo pessoas caindo e sendo pisoteadas e paraliso com a visão, mas sou puxada por alguém e me vejo sendo empurrada para longe da multidão descontrolada.

M

e viro na direção em que estou sendo empurrada e começo a correr. Tom me acompanha, ele quem me salvou da multidão. Paro por um momento para olhar para trás e Tom não esta mais comigo. Não ouço nada além dos gritos desesperados. Tenho o vislumbre de animais imensos matando pessoas por toda parte, bestantes parecidas com cães. O chão está repleto de sangue.

Continuo a correr e tropeço em um corpo no chão. Levanto minha cabeça e viro o rosto do corpo só para descobrir que é a minha avó. Sua pele pálida e paralisada numa careta de horror. Grito desesperadamente por ajuda mas ninguém me ouve em meio a confusão.

Olho ao redor e vejo os corpos de Haymitch, Johanna, Enobaria, Annie, Beetee, e do meu avô Peeta. Todos ao meu redor.
Ouço uma voz dizer:
"Tudo culpa sua!"- é a voz do Snow...

***

Acordo gritando e me contorcendo na cama. Não consiguindo afastar o sentimento terrível em meu peito. Depois de alguns segundos uma mão grande agarra meus braços e eu a seguro com força torcendo-a para me proteger do aperto, mas ouço a voz de Tom.

"Ai!"-ele grita.-"sou eu. Kat! sou eu!"

Eu abro os olhos e seguro suas mãos sobre meu peito que martela rapidamente.

"Você esta bem?"- ele pergunta.

Meus olhos estão manchados e lágrimas correm sobre meu rosto.

"Foi um pesadelo. Meu amor, foi um pesadelo"- ele me abraça sonolento.

Eu começo a respirar mais lentamente e me acalmar aos poucos. Tom se deita ao meu lado na cama e eu ouso fechar meus olhos novamente. Tenho uma visão da minha avó pálida do sonho e decido deixa-los bem abertos. Depois de alguns minutos Tom adormece.

Algumas horas depois o sol aparece na janela de vidro e eu me levanto devagar para não acorda-lo. Desço até a cozinha e pego um copo de água.

"Voce esta bem?"- minha mãe surge da sala.

"Sim"- respondo.

"Eu ouvi sua agitação de madrugada"- ela se aproximou lentamente-"desculpe se eu não fui até você mas eu sabia que o Tom já estava cuidando do assunto... e bem, eu estou acostumada a ignorar estas situações."

"É claro, a vovó sempre contou apenas com o Peeta..."

"Sempre"- susurrei.

Não pude controlar as lágrimas que caiam e ela me abraçou.