Onze

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Acordo e olho ao meu redor. Hospital. Estou em uma cama desconfortável e com um vestido branco. Estou sendo furada de todos os lados.
Minha cabeça dói e não me lembro do que aconteceu.
"Que bom que acordou senhorita!" - diz a enfermeira entrando no quarto.
"Porque estou aqui?"
"Você foi atropelada, mocinha."
Então tudo começa a clarear em minha cabeça.
Eu corria muito então um carro me atropelou.
"Christo...."
"Christopher? Ele ficou aqui com você durante esses nove dias que esteve desacordada. Só saiu hoje cedo pra comer porque sua tia insistiu. Ele te ama mesmo viu!" - completa me oferecendo um sorriso.
Nove dias. Fiquei assim por nove dias?
Ela troca o soro que já havia acabado e me entrega um comprimido junto com um copinho cheio de água. Diz educadamente pra eu tomar e logo sai do quarto.
"Doutor Guimarães, favor comparecer ao quarto 2."
"Doutor Guimarães, favor comparecer ao quarto 2."
"Esse doutor é surdo ou o que?" - murmuro em voz alta. Se ouço aquilo mais uma vez acho que fico louca.
"Vejo que minha boneca ja acordou bem estressadinha." - diz Christopher entrando no quarto.
Abro um sorriso enorme ao vê-lo e o mesmo retribui.
Ele vem até mim, beija minha testa e diz:
- Como eu senti saudades. - segura minha mão - Nove dias sem você é uma tortura pior do que as que eu te fazia, sabia? É vingança?
Não posso segurar a risada quando ele diz isso.
"Trouxe sua comida. Deve estar faminta!" - diz a enfermeira entrando novamente.
Ela traz e é sopa. Faço uma cara não muito agradável e ela diz:
- Seja bem vinda ao hospital querida. Essa é a comida. - ri.
Christopher brinca fazendo aviãozinho e só assim consegui comer.
O clima estava ótimo, mas algo me diz que não por muito tempo. Tem algo muito estranho acontecendo e posso sentir.. Uma tragédia esta a caminho.

Para sempre, boneca. - Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora