Pai de David.
Depois dessas palavras, o homem saiu do quarto me olhando como se eu fosse louca.
Até que ele é um bom ator.
Se antes eu achava que estava em perigo, agora eu tenho a certeza absoluta. Pai de David não morreu. Ele está vivo.
*
Ja é noite e Christopher não voltou ao hospital. E posso confessar? Eu esperava bem mais dele.
Mas não vou me importar com isso. Tenho coisas bem maiores para me preocupar como por exemplo, minha vida.
Na janela do quarto hoje dá pra ver a lua cheia bem de longe.
Me lembro de como minha mãe adorava me levar a um parque que ficava perto de nossa casa para nós deitarmos na grama e olharmos para a lua.
● Flash back on ●
"Eu queria morar na lua quando eu morrer mamãe."
Ela ri e responde:
- Olha filha, na lua eu acho que não tem como. Mas dizem que nós vamos para um lugar lindo.
"Que lugar mamãe?"
"O céu filha." - sorri.
"Quando você morrer, eu vou poder ir no céu te visitar quando eu ficar com saudade?"
Ela se levanta e diz:
- Filha, mamãe não sabe. Mas vamos fazer o seguinte? - pega na minha mão - Quando mamãe morrer, vou te olhar de lá. E a prova disso vai ser a lua cheia que sempre vai vir. Quando vier, sinta mamãe mais pertinho. - termina me abraçando.
● Flash back of ●
Eu sinto mamãe. Te sinto pertinho.
Um vento gelado passa por mim me fazendo arrepiar.
Sim, ela está pertinho.
De repente, o clima muda. O ambiente fica estranho e sinto mais alguém aqui.
De novo um vento gelado vem contra o meu corpo, mas agora eu sinto medo.
A porta se abre com tudo fazendo um enorme barulho.
Certifico-me se não é nenhum médico então vou até lá.
Em passos lentos e pequenos eu chego a porta. Olho nos corredores e não há nenhuma alma viva. Todos os pacientes estão no quarto.
Onde foram parar os médicos?
Ando pelo corredor e o chão gelado contra meus pés me faz sentir um frio desconfortável.
Vou andando lentamente olhando pra todos os lados procurando por alguém.
Um vulto.
Tem alguém aqui.
Outro vulto.
Olho pra todos os lados e não vejo ninguém então escuto uma risada.
Sigo aquele som lentamente e seja lá quem for o dono dessa risada, ele está andando.
A risada está ficando mais longe.
Começo a correr.
Estou disposta a ver quem é, então a risada para.
Olho ao meu redor e vejo que estou diante de uma porta enorme.
Coloco a mão na maçaneta e abro com os olhos fechados.
Uma brisa leve bate contra o meu rosto então eu entro.
O lugar é velho. Existem teias de aranhas por todo o lado e cadeiras estão jogadas no chão imundo.
Tem uma janela aberta e a mesma está trincada. Olhando-a percebo pelo reflexo alguém atrás de mim. Me viro rapidamente e outro vulto passa correndo.
"Quem está aqui?" - falo com a voz trêmula.
Barulho de coisas quebrando a poucos metros de mim.
Entro mais no quarto e percebo outra porta e essa ja esta aberta.
Hesitante, pergunto mais uma vez:
- Quem está aqui?
Um vulto entra lá.
Eu preciso entrar pra ver quem é.
Vamos Camilla. Coragem!
Em um único passo entro no quarto e percebo que nele só há uma cama e em cima tem algo...
Me aproximo e vejo.
Uma boneca.
Na sua boca, desenhos sinalizam que a mesma está costurada em um sorriso.
Um de seus olhos está para fora e ela está sem braços e sem pernas.
Chego mais perto e vejo um papel:
Não devia seguir barulhos estranhos menina ingênua.
Ao ler isso, uma sensação horrível invade o meu ser. Sinto alguém atrás de mim, me viro e na mesma hora sou atingida por algo na cabeça me fazendo desmaiar.
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Para sempre, boneca. - Livro 2
Misterio / SuspensoATENÇÃO: ESSE É O SEGUNDO LIVRO. PROCURE PELO PRIMEIRO ~DE REPENTE, BONECA~ Um casal tenta esquecer o passado e todos os erros que nele cometeram. De um sequestro surge um romance fazendo com que Christopher e Camilla tentem viver uma vida a dois se...