Três

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Seguimos o caminho em silêncio e eu não podia deixar de pensar na reação do meu tio. Será assim pra sempre? Minha família nunca aceitará Christopher como meu namorado?
Por um lado, dou toda a razão para meu tio.
Christopher matou meu pai e me fez passar por coisas horríveis. Mas ele mudou, né?
*
Chegamos em casa e Christopher não disse uma palavra, apenas subiu para o quarto batendo a porta.
Ele parecia calmo no carro. Calmo demais pra ser verdade!
"Christopher?" - falo batendo na porta.
"Oi amor." - escuto.
"Está tudo bem?"
"Sim. Só quero ficar um pouco sozinho, pode ser?"
"Claro, vou descer e ficar com a Mel. Qualquer coisa me chama."
Ele permaneceu em silêncio então eu desci.
Liguei a TV e deixei em um canal qualquer.
Fui atrás da Mel e a mesma estava olhando atentamente para a porta, a chamei e a mesma me olhou por uns segundos e logo voltou a encarar a porta.
Resolvo abrir pra ver se há alguém e me deparo com uma caixa, trago-a para dentro e abro com Mel no colo.
Logo me assusto com o que venho.
A minh..a bon...eca e ao lado dela uma rosa ja morta.
A mesma boneca que eu tinha quando criança. Até a roupinha rasgada, a cara rabiscada com canetinhas. É ela.
A boneca do meu quarto há anos atrás e Christopher havia me contado que ele foi quem roubou.
"CHRISTOPHER?" - grito.
Não tenho resposta.
Grito mais uma vez e nada.
Vou até o quarto e abro a porta.
Ele não está aqui.
A janela está aberta. Ele deve ter pulado.
Mas porque? Ele entregou a boneca e a rosa?
Porque ele está fazendo isso?

Para sempre, boneca. - Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora