Para sempre, boneca. - Livro 2

Doze

Ja é tarde da noite e eu ainda estou no hospital.
Christopher não saiu do meu lado o dia todo e só se foi agora porque não estão mais permitindo que durmam aqui no quarto onde estou. Bem que podiam liberar que ele dormisse hoje.
Ficar nesse lugar ja é insuportável. Sozinha então...
O barulho de movimento aqui ja diminuiu bastante.
Agora só ouço alguns choros irritantes e algumas vozes dos médicos de plantão.
Pra passar o tempo, estou desenhando em um bloquinho de folhas com um lápis cor de rosa.
Desenhando coisas aleatórias como eu e o Chris nos casando, meus pais assistindo do céu...
Parecendo uma criancinha que coloca seus sonhos no papel e com toda a fé do seu coração acredita que irão se realizar.
*
De repente, um vento gelado passa ao meu lado. Me arrepio e enquanto olho pro meu braço arrepiado, a porta bate com tudo.
"Quem está aí?" - pergunto.
Uma risada.
"QUEM ESTÁ AÍ?" - agora grito.
A risada fica ainda mais alta então eu vejo uma sombra no vidro.
É a mesma pessoa que vi rir de mim ao longe no acidente.
Reconheço pelo capuz.
"Quem é você?" - pergunto com a voz trêmula.
A pessoa misteriosa coloca o dedo indicador na boca como um sinal pedindo silêncio.
"NÃO VOU FAZER SILÊNCIO! QUEM ESTÁ AÍ?"
A pessoa some e uma enfermeira entra.
"O que foi senhorita Camilla?" - pergunta.
"Tinha uma pessoa ali me olhando. Ela bateu a porta e de alguma forma estava aqui no quarto antes."
Ela ri e responde:
- Moça, não há possibilidade alguma disso. Tem seguranças ali fora que não deixam visita alguma entrar a essa hora. Pode ser o remédio causando efeitos de alucinações.
Não foi alucinação. Nem aqui, nem no acidente. Tem alguém que quer ferrar com a minha vida e aos poucos está conseguindo.
Eu não estou louca. Não estou tendo nenhuma alucinação.
Tem uma pessoa de capuz. Sinto que é o perigo se aproximando novamente com passos silenciosos até mim. Não é loucura. Vocês acreditam em mim?