Parte 2

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Haruka bateu mais uma vez na porta da sala no clube de pesquisa cinematográfica. Quando ela abriu a porta e entrou, um avião de papel estava circulando o ar.

— O que você está fazendo?

— Jogando um avião de papel.

O avião de papel fez uma aterrissagem nos pés de Haruka.

— Eu estou vendo. O que estou perguntando é por que você está fazendo isso.

Haruka pegou o avião pousado. Ele foi feito com uma nota de mil yen.

— Eu estava matando o tempo até você voltar

Yakumo pediu Haruka para sentar. Haruka colocou o avião que pegou na mesa e sentou-se.

— Posso lhe perguntar uma coisa?

Yakumo balançou a cabeça enquanto ele esticava seus braços atrás dele.

— Este é o clube do Círculo de Pesquisa de Filmes, certo? Não há ninguém no clube além de você, Saitou-san?

— Não há. Já que é o meu quarto.

— O que você quer dizer? —  perguntou Haruka, erguendo sua formosa sobrancelha.

A conversa avançava naturalmente, mas ela não entendia.

— Em primeiro lugar, o Ciclo de pesquisa cinematográfica, não existe.

— Mas isso é...

— É simples. Fui ao escritório de assuntos estudantis, peguei o nome de algum aluno e pedi um clube para fazer um círculo. Isso é tudo. É como um esconderijo secreto.

— Você não está usando esta sala como se fosse sua?

— Exatamente.

— Você realmente é o pior, você está mesmo enganando a universidade.

— Ah, eu lhe devolvo seus três mil ienes.

Yakumo ignorou as objeções de Haruka e gesticulou para as notas de mil ienes sobre a mesa.

— Porque o seu truque foi exposto?

— Você voltou porque você não pensou que era um truque. Não é verdade?

Ela não negou, mas seu tom de saber-tudo o irritou.

— Isso é…

— Estava lá, certo? O anel da sua mãe.

Yakumo cruzou os braços atrás da cabeça e recostou-se na cadeira.

— Como você sabe disso? — perguntou Haruka, com os olhos arregalados de surpresa.

Yakumo não respondeu.

A forma como ele estendia o queixo era como se ele estivesse dizendo: “Já expliquei, certo?”. Mas ela não podia aceitar isso.

— Por favor, diga.

—  Sua irmã me contou.

— Pare de mentir. Uma fraude como você está apenas dizendo que você pode ver fantasmas para que você possa enganar as pessoas com seu dinheiro, certo?

Haruka inclinou-se para a frente enquanto dizia isso, aproximando-se de Yakumo. Yakumo tocou ritmicamente a mesa com um dedo longo e branco, como se estivesse considerando alguma coisa. Finalmente, seu dedo parou e seus olhos de amêndoa olharam diretamente para Haruka.

— Então vamos fazer isso. Vamos para aquele edifício deserto juntos.

— Por juntos, você quer dizer eu e você?

Detetive Psíquico Yakumo - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora