Detetive Psíquico Yakumo - Volume 1

Parte 5

-3-

Haruka foi forçada a sentar no banco de trás do carro. A faca estava fria contra seu pescoço. Se ela se movesse um pouco, ela seria cortada.

O homem que segurava a faca no pescoço dela, tinha um rosto parecido com o do amante de Shiori.

No entanto, o ar sobre ele era completamente diferente. Embora Haruka não pudesse ver seu rosto claramente, parecia que o motorista era uma mulher.

Seu cabelo era permanente em cachos muito grandes e o cheiro de perfume encheu o carro.

— Onde você está indo? — perguntou Haruka, concentrando-se em sua garganta trêmula, mas os dois não responderam. — O que você quer comigo? Quem é você?

Um suor frio percorreu seu corpo.

O carro parou em uma luz.

A mulher no lugar do motorista inclinou-se para trás e sorriu, mostrando seus dentes, amarelados de cigarros.

— Certo. Ainda não me apresentei, Haruka-chan.

— Por que você sabe meu nome?

— Perguntei a sua amigo. O nome dela era Shiori-chan, certo?

— Conhece Shiori?

Haruka se inclinou para a frente, mas o homem ao lado dela imediatamente a agarrou e empurrou-a de volta ao assento.

— Que pirralha barulhenta — disse o homem, com o rosto crispado como um rato. Era uma voz rancorosa e viscosa.

— Meu nome é Katou Fumiko. E esse é Katou Junichi — disse a mulher dirigindo.

Haruka sentiu o sangue sair de seu rosto de uma só vez. Essa mulher era Katou Fumiko. A mulher que Shiori deveria ter matado. Mas se ela estava na frente dela agora. O que significava...

— Pelo seu rosto, você conhece a situação. — Fumiko olhou-a friamente — Sim. Fiz parecer que estava morta.

Fez parecer que ela estava morta?

Poderia ser... Haruka olhou furiosa para Fumiko.

— Não olhe assim. Eu não vou fazer nada para você. — Fumiko acariciou o cabelo de Haruka.

Um arrepio percorreu a coluna de Haruka. Não havia nenhuma verdade em suas palavras. Se ela realmente não fizesse nada, ela não se chamaria Fumiko.

— Estamos procurando uma carta. Isso chegou a você, certo?

Ah, então esse era seu objetivo.

— Não sei nada sobre uma carta.

— Não minta! — disse Fumiko. Sua palma veio voando. Haruka não teve tempo de evitar que batesse nela.

Um brilho de calor se espalhou pelo seu rosto.

— Não adianta esconder. Foi escrito neste diário. Ela disse que enviou uma carta para dizer-lhe apenas a verdade!

Fumiko jogou um diário em Haruka.

Sem dizer nada, Haruka abraçou aquele diário.

Oh, então Shiori foi morta por essa pessoa. Como uma substituta... Tremenda tristeza e raiva fervilhavam dentro de Haruka ao mesmo tempo.

— Então, onde está essa carta?

— Achei rude, mas já procurei no seu quarto. Você é tão descuidada, deixando seu quarto sem tranca.

— Diga-me já! Cadê!?

A mulher bateu de novo em Haruka.

Haruka bateu no assento. Ela fez isso de propósito. Ela fingia estar desmaiada de dor.