Detetive Psíquico Yakumo - Volume 1

Parte 4

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No dia seguinte, Haruka foi ao esconderijo secreto de Yakumo no período da tarde.

Não estava trancada.

Ele fora incrivelmente descuidado quanto ao que tinha acontecido na noite passada.

Haruka abriu a porta e Yakumo estava bem na frente dela, enrolado em um saco de dormir. Assim como uma lagarta.

Haruka cutucou levemente com seu dedo do pé, e ele abriu os olhos, parecendo irritado.

— Já é meio-dia.

Yakumo se levantou lentamente, esfregando os olhos.

— Me espanta você pode viver em um lugar como este. — Haruka sentou-se em uma cadeira dobrável e esperou que Yakumo a vestir-se.

— Eu volto para casa, às vezes.

— Você tem uma casa?

Sem responder, Yakumo pegou uma escova de dentes para fora da geladeira e começou a escovar os dentes.

Por que a geladeira?

— Se você tem uma casa, porque não basta vai ao invés de ficar aqui? Seus pais devem estar preocupados.

— Preocupado? Eles não vão. — Yakumo murmurou uma resposta ao escovar os dentes.

Ele estava falando apenas como um adolescente rebelde.

— Como você pode dizer algo tão egoísta? Por que não pensa um pouco sobre sentimentos seus pais?

Yakumo indiferente gargarejou como se ele não estivesse interessado no que Haruka tinha a dizer.

— Ei, você está ouvindo?

— Coisas que eu não quero ouvir passam direto pelos  meus ouvidos.

Yakumo enxugou a testa com uma toalha quando ele se sentou na cadeira em frente Haruka.

— Responda se você pode me ouvir.

— Se eles estivessem preocupados, eles não iriam tentar me matar, não é?

— Eh?

— Estou falando dos meus pais.

Para ela, essa declaração foi apenas mais confusa.

— Meu olho esquerdo vermelho. Ele pode ver coisas que as pessoas não podem. Talvez ela estivesse assustada? Ou ela me odiava? Eu não sei, mas um dia, minha mãe me levou para um passeio de carro.  — Yakumo continuou a falar em um tom desinteressado. — Ela continuou dizendo " Desculpe " quando ela colocou as mãos no meu pescoço. Ela continuou colocando mais força e mais força, então eu desmaiei...

Yakumo estava falando sobre uma tragédia que estava além da imaginação de Haruka como se fosse algo que aconteceu com outra pessoa, não com ele.

— Um policial que estava passando me salvou. Minha mãe fugiu. Ela está desaparecida desde então. Não tenho lembranças de meu pai.

— Isso é…

Haruka tentou dizer alguma coisa, mas não conseguiu falar.

Haruka muitas vezes ouvia histórias como a de Yakumo nas notícias, mas ela pensava nelas como acontecimentos de um mundo completamente diferente do dela..

— Estou dizendo que neste mundo, há pais que não amam seus filhos e filhos que não amam seus pais.

Quando Yakumo terminou de falar, soltou um bocejo, passando os dedos pelo cabelo. Por trás dessa atitude dele que não deixava ninguém se aproximar, havia uma ferida imensamente grande.