Parte 3

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— Ei, sobre o olho do seu tio. — Quando Haruka entrou no sedã branco, ela timidamente perguntou a Yakumo no banco do motorista.

Não houve resposta. Haruka desistiu e olhou pela janela. Nem o áudio do carro ou o rádio estavam tocando. Tudo o que ela podia ouvir era o motor eo som do ar frio soprando através do carro. Neste carro onde não havia sequer conversa, Haruka estranhamente não se sentia desconfortável.

— O olho do meu tio não era assim desde o nascimento. Ele está usando uma lente de contato vermelha.

Yakumo de repente começou a falar uma vez que se aproximou da encosta que conduz à colina.

Haruka olhou para o perfil de Yakumo.

— Eh?

— O que? Não é isso que você queria perguntar? — disse Yakumo, olhando para o seu lado.

Por um momento, seus olhos se encontraram. Haruka desviou o olhar, surpresa. Seu rosto inteiro estava quente.

— Por que ele se esforçaria para fazer isso?

— Ao sair de seu caminho para fazer o olho vermelho, ele está tentando fazer o mundo olhar para ele estranhamente e sentir o mesmo sofrimento e solidão que eu sinto.

— A ponto de se sacrificar?

— Esse é o tipo de pessoa que ele é.

Embora Yakumo dissesse isso simplesmente, o que seu tio estava fazendo não era algo que poderia ser feito de forma simples.

— Mesmo que haja alguém que se preocupa tanto com você, por que você está vivendo na universidade, Yakumo-kun? Você deve pensar um pouco sobre como seu tio se sente.

Ela estava falando inusitadamente forte.

— Seus defeitos são falar sem pensar corretamente e decidir tudo com sua própria perspectiva.

— Suas falhas, Yakumo-kun, são sua hostilidade e sua tendência a dizer coisas insensíveis sem pensar nos sentimentos dos outros _ Haruka mordeu de volta, não perdendo para Yakumo.

Yakumo balançou a cabeça, como se estivesse falando com uma criança irracional.

— Sabe que tipo de lugar era esse?

— Um templo. E o que isso tem haver?

— Esqueceste-te? Meu olho esquerdo pode ver os espíritos dos mortos. Independentemente de eu querer ou não.

Ah

Haruka finalmente entendeu o que Yakumo estava tentando dizer. Isso era certo. Se uma pessoa que pudesse ver os espíritos dos mortos estivesse no templo, teria de haver dezenas, não, centenas de fantasmas todos os dias. Ele teria que viver com todas as emoções negativas dos espíritos dos mortos, seu ódio, sua raiva, sua tristeza. Seria impossível ficar são.

Para Haruka, era apenas um templo, mas não era o caso de Yakumo.

— O tio sabe disso. É muito barulhento para mim.

Haruka sentiu como se estivesse olhando para o coração de Yakumo pela primeira vez.

“Assim como Yakumo diz, eu poderia simplesmente decidir as coisas com base na minha própria perspectiva.”

Haruka abriu a janela e afastou ligeiramente a cabeça. O vento atingiu sua testa. O vento que estava muito frio sentia agradável agora.

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Detetive Psíquico Yakumo - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora