Narrado por Yohana.
Acordada ainda deitada em minha cama imagino que ainda seja muito cedo, mas o relógio na parede me faz ter certeza que não, já são quase sete horas e perdi o horário.
Minha cabeca ainda dói muito, o bastante para que eu não queira me movimentar, acredito que isto é o resultado do pesadelo que tive a noite. Nunca imaginei que sonharia tanto e nem tinha conhecimento de que um sonho poderia ter continuação, eu vivenciei e ainda vivencio em tempo real cada uma daquelas cenas.
- Filha? - procuro a dona da voz e vejo Marcela parada na porta, me observando, é como se estivesse ali já à muito tempo em silêncio - Você não parece bem.
- Só estou com dor de cabeça. - justifico minha situação virando a cabeça para o lado oposto, conseguindo fitar a mulher, ela por sua vez, se aproxima da minha cama, e toca a região do meu rosto, maxilar e pescoço, medindo minha temperatura.
- Hoje você não vai para o colégio. De qualquer forma está muito atrasada, não acha? - decidiu me observando sorrindo mas sua expressão era de preocupação - Está queimando de febre. Ainda bem que estou de folga hoje.
Duas novidades incríveis em um único dia! Ironicamente com febre, e felizmente minha mãe está de folga!
Olhei para ela surpresa, e ela pareceu ler minha mente.- Eu sei, é estranho, mas foi isso o que meu chefe falou ontem. - percebi que seus pensamentos estavam longe novamente. Não tem como adivinhar o que se passa em sua mente.
Marcela pareceu se distrair enquanto me ajudava com minhas atividades diárias, escolheu roupas para me vestir, de preferência roupas exageradamente quentes, como se estivesse nevando, a temperatura baixa é aconchegante, observei seus gestos enquanto ela pegava um sweter de lã, um moletom cinza, um par de meias, um casaco vermelho e os colocou em cima da minha cama ainda bagunçada.
- Não preciso de tanta roupa assim! - protesto com humor em um sussurro próximo ao seu ouvido - Não irei sair de casa para me vestir desta forma.
- Você esta doente. - E foi tudo o que Marcela Galler respondeu, fim de conversa.
Me visto com as roupas que minha mãe escolheu sem vontade de usá-la, pego uma escova para pentear os cabelos longos. Observo que na escova existe um único fio de cabelo e por mais absurdo que isto pareça, o cabelo não é meu, aliás é muito vermelho, enquanto meu próprio cabelo é negro. Tiro o único fio da escova deixando- a limpa. Sento de frente para a penteadeira e Marcela se aproxima oferecendo-se para pentea-los.
- Cada dia está maior. - observou, enquanto seus dedos deslizavam, delicadamente, por meus cabelos - Se continuar assim teremos que cortar.
Quase engasguei ao ouvir as palavras vindo de sua boca, está enorme sim, mas não quero fazer isto, pelo menos não por enquanto.
Sinto o celular vibrar em cima da penteadeira e o apanho, agora são aproximadamente onze horas da manhã. A mensagem de Classon está nítida na barra de notificação.
Não vejo a hora de saber o que ele enviou para mim. Mas também estou muito curiosa para saber como ele conseguiu meu telefone e, por incrível que pareça, o meu coração está acelerado.- Ola Yo, como vai? Não apareceu hoje no colégio.
Não acredito que isto esteja acontecendo. Além de tudo ele se preocupa comigo? Esquece a forma que ele conseguiu meu telefone. Vamos ver o que posso responder.
Abri a mensagem, digitei é enviei.
- Ola, Classon! Acordei doente e tive que ficar, obrigado pela preocupação!Como minha mãe está de folga, decidimos sair juntas e aproveitar que não temos nenhum compromisso marcado.
Entramos em seu carro novo, e antes de dar partida, o celular da minha mãe toca e, ao ver quem era, percebi um pouco de irritação em seus olhos.
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A floresta Negra
Fantasy"Se a vida nos separa, o destino nos encontra" A floresta negra está amaldiçoada à trezentos anos, e está fadada a ser quebrada duas semanas a frente, Yohana e Heloysa são escolhidas para quebrar a maldição do lugar, embora não sabem da existência...