Amy se contorce na cama com mais um pesadelo semanal.
Era sempre a mesma coisa. Ela brigava com um homem sobre alguma coisa que nem ela se lembra,
dava as costas e ia embora.
Horas depois, a pessoa com quem ela brigara estava morta. Ela era acusada de ter a matado e era condenada à morte. Então subitamente ela acordava.
A lâmpada do quarto queima quando abro meus olhos. Eu conseguia sentir as correntes elétricas estourando na minha cabeça. Minha respiração estava ofegante e meu coração estava acelerado. Fui ver o horário no relógio mas ele também havia quebrado. Estava marcando 4:12 e o ponteiro que marcava os segundos ia para o número 12 e voltava para o 11, sem completar seu ciclo de um minuto. Saio do quarto e quando fui ligar a luz do corredor, percebo que todas as luzes e que todas as coisas que envolviam eletricidade, haviam queimado. Por minha culpa.
- Outro pesadelo, Amy? - alguém pergunta.
Viro-me para o lado e não me surpreendo com quem estava lá.
- Cody. - eu digo.
- Algo novo no seu pesadelo?
- Não, é sempre a mesma coisa.
- Talvez sua mente queira te passar alguma mensagem.
- Mas eu não consigo entender. Não me lembro de sua aparência física e nem me lembro de ter conhecido aquela pessoa na minha...
Não conclui a frase percebendo o que aquilo poderia significar.
- Vida? - Cody diz com seu tom habitual de superioridade. - Quem sabe esse não foi o motivo da sua morte?
- Se eu já descobri como morri, então por que eu ainda estou aqui?
- Porque você ainda não descobriu tudo. Você deveria ir mais à fundo com esse pesadelo que você anda tendo desde que chegou aqui.
Ele pega uma mochila que estava no chão e coloca em seu ombro.
- Para onde você vai? - pergunto.
- Vou tentar acha-la.
- Sua namorada? - pergunto já sabendo da resposta.
- Sim, Amy, minha namorada. - Cody não gostava de falar dela.
- Ainda não consigo entender como você se lembra da sua namorada na vida passada mas não se lembra de como morreu.
- Talvez ela significasse muito para mim.
- Mais do que sua própria vida?
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Alma perdida
Fantasy"A verdade é que todos nós temos um demônio interior. Alguns dias, você controla o demônio. E em outros dias, ele controla você."