Alma perdida

7. Alice

•Isaac Collins•
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Abro meus olhos e olho ao redor. Estou em um lugar totalmente desconhecido para mim. Olho ao meu redor e vejo diversas margaridas. O aroma doce pairava no ar. Sorrio. O clima não estava nem tão quente nem tão frio, ele estava na temperatura ideal. Fecho meus olhos e deixo-me levar.
- Que belo lugar para morrer. - ouço alguém dizendo.
Abro meus olhos e ergo minha cabeça. Então, eu a vi. Não me lembro de sua aparência física, ela tirou isso da minha memória. Mas me lembro que quando cravei os olhos nela, meu mundo parou. Ela sorria. Aquele sorriso era tão intenso, que se o tempo estivesse fechado, o céu abriria só pra ver ela sorrir.
- Quem é você? - pergunto.
- Quem eu sou, você só vai perceber quando olhar nos meus olhos, ou melhor, além deles.

- Isaac? Isaac! - disperso-me de meus pensamentos quando percebo que Sam estava me chamando - Você está meio perdido ultimamente. Você tem que voltar para realidade.
Mas quem decide o que é real ou não? Quer dizer, estamos mortos então não acredito que o que estejamos "vivendo" agora seja real. A verdade é que estamos todos condenados ao fim. Mas em uma coisa ela estava certa: estava meio perdido ultimamente. Estava me lembrando de quando morri. Estava me lembrando dela.
- Se você não estiver se sentindo bem, não precisa ir.
- Não, tudo bem.
- Então, vamos fazer isso.
Saímos do palácio bem cedo. O sol nem havia nascido. Nos teletransporto para o lado deles, evitando Áurea. Já fui controlado por ela. Parecia que sua alma era sugada. Não gosto muito de me lembrar disso. Entramos na floresta. Sam liga a lanterna. Faziam alguns meses que não fazíamos isso. Desde que Kristen foi caçar, Sam vinha aqui procurá-la. Eu sempre procuro segui-la mas nunca tento ajudar de verdade. Não é a primeira vez que Kristen faz isso então eu não me preocupo tanto. Desde o momento que conheci Sam, vi que ela e Kristen tinham algum tipo de ligação. Até hoje não consigo explicar. Enquanto Sam chama o nome de Kristen eu só penso em uma coisa.

A garota misteriosa se senta do meu lado e olha o horizonte. O sol estava nascendo

e a luz refletia em uma cachoeira próxima, criando um arco-íris. Poderia ficar aqui para sempre mas precisava de respostas.
- Onde estou? - pergunto.
- Isso aqui é uma espécie de paraíso.
- Paraíso? - engulo em seco. - Então...
- Sim, você está morto. Assim como eu e assim como todos presentes aqui.
Olho para ela com um olhar confuso. Isso era uma espécie de paradoxo para mim. Quem sou eu? Quem é ela? Por que estou aqui?
- Você deve estar com milhares de perguntas e eu também estou com uma: qual é o seu nome? - ela pergunta com uma voz serena.
- Eu... - penso bem antes de responder - Eu não sei.
- Olhe em seus bolsos deve ter algum pertence seu.
Coloco a mão no bolso de minha calça e puxo uma carteira de couro. Abro esta e vejo vários documentos meus. Logo localizo meu nome. Ela se aproxima de mim e faz o mesmo. Sinto o aroma de seu perfume. Era parecido com margaridas só que melhor. Ela se levanta em um pulo.
- É um prazer, Isaac! - ela diz, entusiasmada - Meu nome é Alice.