LXXIII / Yara.

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-Você quer mesmo ficar aqui? - falou minha tia preocupada.

-Quero ficar perto do Jassy. - falei de braços cruzados. - não sei se as pessoas daqui vão me aceitar, não me importo com isso, só quero ficar perto dele.

-E o Jassy, o que ele disse?

-Para ficar. - minha tia soltou um suspiro profundo sentando no sofá.

-Minha menininha vai ter um bebê. - esbocei um sorriso sentando ao seu lado. - bom, vou então em casa buscar algumas das suas coisas. - falou pegando em minhas mãos. - me avisa se aquele cachorro pulguendo te fizer algo.

-Tia! O "cachorro pulguendo" é pai do meu filho. - esboçou um sorriso, levou sua mão até minha barriga a acariciando.

-Quer que eu traga algo de especial de casa? - perguntou voltando a me olhar.

-Sim. Meu colar ele era da minha mãe, com ele aqui vou sentir como se ela estivesse aqui. - esboçou um sorriso e ela retribuiu, Louise desceu as escadas pulou na minha frente eufórica.

-Bom, Louise você é que não pode ficar. De espero em casa. - falou minha tia levantando do sofá se pondo na frente da porta.

-Tá vou ficar mais um pouquinho. - minha tia assentiu e saiu me deixando só com a louca da Louise.

- Vou mimar muito esse bebê, ele vai ter a tia bruxa mais legal que já viu. - falou sentando ao meu lado mexendo minha barriga.

-Louise não acho que o Jassy vai gostar da ideia de ter uma bruxa como...

-MADRINHA! - gritou. Comecei a rir do seu entusiasmo. Comecei a sentir minhas malditas nalcias vindo, Louise notou minha inquietação.

-O que foi? - se inclinou para perto de mim.

-Tô enjoada. - falei tentando me ajeitar no sofá.

-Quer alguma coisa?

-Louise, eu estou enjoada você acha que vou querer alguma coisa?

-Poxa! Desculpa, só estava tentando ajudar. - falou.

- Tudo bem. - falei pondo a mão na cabeça. - cadê o Jassy? - perguntei.

- Acho que está lá fora. - falou levantando. - Quer quê eu o chame? - levantei indo para porta.

-Não, deixa que eu vou. - falei saindo da casa. Andei por alguns minutos a procura do pai do meu filho que tomou chá de sumiço. Aqui o chão ainde tinha neve, o que deixava o clima frio, passava perto de algumas pessoas que cochichavam. Pelo que o Jassy me mostrou, a alcateia é grande então vai ser fácil se perder, parei e decidi voltar quando dei de cara com o Jack estranhando minha presença.

-O que faz aqui? - perguntou chegando perto de mim. - Vem te levo de volta para casa. - pegou na minha mão, porém a puxei de volta. Seu olhar parou em mim pela minha reação.

-Eu... eu não voltar. - falei sem jeito.

-Como assim não vai voltar? - esbravejou sério.

-Vou ficar na alcateia. - falei com convicção. Um pequeno silêncio pairou entre nós.

-Jassy... - engoliu em seco. - vai ser tornar luna dele, e liderar a alcateia? - meio sem jeito a baixei a cabeça, mas voltei a olhá-lo.

-Vou. - falei lambendo os lábios. Seu olhar parou em mim, por algum motivo sua expressão estava diferente.

-A sua tia sabe? - falou cruzando os braços.

-Sabe, ela foi em casa pegar algumas coisa para mim. - Jack suspirou fundo dando as costa para mim. - aonde vai?

-Falar com o Jassy.

-JACK! - gritei o fazendo parar e voltar a me olhar. Cheguei perto dele. - É verdade?

-O quê? - indagou.

-É verdade que você é meu pai? - seu olho arregalou-se de surpresa.

-Sua tia...

-Ouvi no mês passado, que você me chamou de filha, e perguntei hoje de manhã para minha tia que confirmou. Mas quero ouvir você me dizer isso. É verdade?

-É. - falou abaixando a cabeça sem reação, mas voltou com um olhar de esperança. - Mas Yara... não... não se afaste de mim por favor, fiquei vinte anos longe de você achando que você estava morta, não quero passar mais tempo longe de você.

-Não vai. - falei pegando em suas mãos, ele esboçou um pequeno sorriso. - só vai ser meio estranho te chamar de pai.

-Eu ai ama ouvir você me chamar assim, mas pode continuar me chamando pelo meu nome. - sorri para ele que retribuiu, começamos a andar de volta para casa da alcateia.

-Sabe Jassy está louco para que o nosso filho o chame de pai. - falei sorrindo.

-Já estão pensando em filhos? - falou olhando para frente.

-Não. Estou grávida. - falei quando Jack parou bruscamente me fazendo parar.

-O quê! - gritou. - está grávida daquele cachorro sarnento?!

-Não fala assim dele! - o defendi.

-Jassy vai me ouvi. - me deu a costa apressando seus passos.

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