Austrália, Março, 11h58pm.

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Eu não sei como isso aconteceu, a última coisa que eu me lembro é de Flow me trazendo uma bebida cor de rosa - que eu achei muito fofa na hora. Era doce e o sabor do álcool era imperceptível e bom, tão bom. Então eu bebi um copo, depois outro e depois outro e, então, eu perdi a conta. Eu estava me sentindo desinibida e tudo era muito mais engraçado, a música me dava uma vontade incontrolável de dançar e, para ajudar, meu instrutor havia ficado ainda mais gato. Ele tinha parado de beber e conversava divertido comigo, me observando e nunca tirando o olho de mim. Ele parecia estar cuidando de mim. 

Quando eu decidi me levantar e dançar no meio da pista, alguém agarrou meu braço e me puxou para que eu subisse no balcão. Eu olhei para cima e vi um cara muito sexy, que usava uma regata branca colada ao corpo, que mostrava ainda mais os músculos que ele tinha, e uma calça de couro colada, com a qual parecia ter nascido - eu sinceramente não queria saber como um homem daquele tamanho tinha conseguido entrar naquelas calças. Ele estava dançando com duas meninas que usavam shorts de couro e tops brancos, e eles pareciam muito à vontade fazendo aquela dança sensual. Eu logo percebi que eles provavelmente trabalhavam ali e faziam aquilo toda noite.

Assim que eu subi no balcão, "Gimmie More" da Britney Spears começou a pulsar no meu ouvido e eu, com todo o álcool que tinha no meu corpo, comecei a me sentir ainda mais sensual. Então balancei os meus quadris ao som da música, enquanto passava as mãos pelo abdômen do cara gostoso da calça de couro, e fui descendo até o chão, passando minhas mãos por suas coxas grossas, e quase caindo sentada quando perdi o equilíbrio, mas ele me puxou pra cima antes que isso acontecesse. Uma risada escapou dos meus lábios e ele me acompanhou. Girei minha cabeça e olhei para meu instrutor, que estava sentado próximo a mim, me observando, com suas pupilas dilatadas, como se ele estivesse vendo o melhor show da sua vida.

Eu caminhei lentamente até ele e comecei a dançar, passando as mãos pelo corpo e fazendo um sinal com o dedo, chamando-o para mais perto de mim. Ele riu malicioso e passou a mão lentamente pelo meu pé, aproveitando que eu estava muita mais alta que ele. Storne começou a subir o carinho até o meu tornozelo, até que um cara loiro começou a gritar "gostosa" e a tentar passar a mão pelo meu corpo. Meu instrutor congelou seu toque instantaneamente e eu aproveitei para esticar a minha perna e fazer a minha boa ação da noite com aquele loiro, mas então, eu senti alguém me agarrar e me colocar no seu ombro. Soltei um grito surpreso, mas não por muito tempo porque eu sabia quem era, eu conhecia aquele cheiro.

- Instrutor, você tá tirando toda a graça. – falei, rindo e balançando as pernas.
- Na verdade, eu estou tirando você do balcão, antes que faça algo de que se arrependa. – falou, dando um tapa na minha bunda, ao qual eu respondi com um gritinho.
Instrutor Storne me levou para uma área privada e me colocou sentada em um sofá. Uma garçonete peituda apareceu e ele pediu uma água gelada, que ela prontamente trouxe, e entregou a ele, mas não sem antes esfregar os peitos no braço do meu instrutor.
- Vadia. - resmunguei baixinho, ao que o instrutor deu um sorriso convencido.

Ele me observou atentamente enquanto eu bebericava a água e engoliu em seco quando uma gota caiu no meu queixo e foi descendo em direção ao meu decote frontal, que não mostrava quase nada pois o decote maior era na parte de trás.
- Uma vez, quando eu tinha 16 anos, meus pais viajaram e a Cassie foi dormir lá em casa. – falei, fazendo ele pigarrear e olhar em meus olhos, enquanto prestava atenção no que eu falava. - Nós compramos uma caixa com seis ices e decidimos que ficaríamos bêbadas naquela noite, mas tudo o que aconteceu foi nós duas disputando o banheiro em uma crise incontrolável de xixi. – finalizei, rindo, e ele soltou uma gargalhada alta, balançando a cabeça para os lados.

- Realmente, vocês não iriam ficar bêbadas com ice, nunca na vida de vocês. – comentou, ainda rindo.
Ele se sentou mais próximo a mim e me olhou. Ele realmente me olhou. Ele levantou a sua mão e a aproximou do meu rosto, tirou uma mexa de cabelo do meu olho e colocando-a atrás da minha orelha. 
- Eu preciso ir ao banheiro. – falei, desconcertada com aquele toque e aqueles olhos me olhando, como se quisessem saber cada segredo meu.
Levantei correndo e quase entrei no banheiro masculino, mas Storne, que estava prontamente logo atrás de mim, apenas riu e me guiou ao banheiro certo, murmurando algo como "banheiro errado" e sobre o efeito que ele tem nas mulheres.

Abri a porta e fiz uma careta ao cheiro de vômito que invadiu minhas narinas. Uma garota vomitava, curvada no vaso, enquanto sua amiga de cabelo rosa segurava seu cabelo roxo. Eu pensei em oferecer ajuda, mas desisti quando notei que, no meu estado, eu acabaria por vomitar em cima delas. Então, eu apenas entrei na cabine ao lado e quase caí quando minha calcinha enrolou nas minhas pernas. Tive uma crise de riso, o que só serviu para aumentar a pressão do xixi. Me levantei, ainda rindo, e arrumando minha calcinha. Fui lavar minhas mãos e, quando olhei no espelho, sorri para minha cara feliz. Faziam três semanas que eu não sorria daquele jeito.
- Foda-se você, Noah. - falei pro espelho, mostrando o dedo do meio.

WILD ONESOnde histórias criam vida. Descubra agora