Capitulo 35: Separados.
Iron
O vigésimo quinto dia de testes amanheceria como todos os outros, calmo e quente se não fosse por uma ligação na pedra de mensagens:
-Thay, eu tenho um recado para você (era a voz de Domon) seu pai mandou eu lhe avisar para encontrá-lo no vilarejo norte de Maguda. Ele o espera para uma missão.
-Eu vou com você até lá (disse).
Ao chegamos à cidade e encontramos com o pai de Thay. Eles eram muito parecidos, mas o pai dele usava apenas uma blusa na cor marrom e calça de mesma cor. Ele parecia ser um pouco mais velho que Shiro, coisa como uns 37 anos:
-Filho (ele disse) eu preciso de sua ajuda no mundo espiritual, as coisas por lá andam muito duras, a alguns espíritos que querem o trono de Kaiete.
-Não posso ir? (perguntei).
-Infelizmente não Iron, só para membros do clã. Você não seria respeitado lá.
Confesso que fiquei meio chateado, mas fazer o que. Os dois entraram no quarto e fizeram uma espécie de feitiço muito complexo, entraram em posição de lótus e creio que foram para o mundo espiritual. Os membros dom clã fantasma tinham mais facilidade para fazer essa passagem, decidi ir até o lado de fora da cidade para treinar.
Ao chegar à entrada da cidade vi uma espécie de tempestade de areia vindo, porém não era comum para aquela estação do ano. Aos poucos pude ouvir o que erra barulho de motor, não era uma tempestade de areia e sim os ogros vermelho vindo se vingar de mim. Os guardas das muralhas da cidade já estavam apostos, outros se posicionavam atrás de mim, eles sabiam o que ia acontecer e eu também, saquei a katana e me preparei:
-Eu disse que não ia ficar daquele jeito (ouvi a voz de Ogor).
A nuvem de areia cobriu a mim e a todos os outros, o resto do vilarejo já tinha se escondido. Eu conseguia enxergar alguns vultos na areia, golpeei a moto de um deles que explodiu, a explosão não me causou tanto dano quanto a enxurrada de golpes em seguinte. Estava novamente cercado por ogros e sem Thay para me ajudar. Ia ser uma catástrofe.
Os soldados que estavam atrás de mim agora lutavam do meu lado e os arqueiros que se posicionaram nas muralhas d vilarejo atiravam com suas armas elétricas. Aquele local estava se transformando em um verdadeiro cenário de guerra, mortos dos dois lados já caiam e de repente uma sombra começou a me atacar. Acabamos saindo para fora da nuvem de areia e vi que era Ogor, porém dessa vez estava usando uma katana:
-Olha Iron (ele disse) vamos começar a brincadeira.
Olhei mais atento para o cenário. Alguns ogros se posicionavam por fora da nuvem de areia e atiravam para dentro dela, bem, na verdade atiravam os que não estavam ocupados lutando com outros guardas que já tinham percebido a estratégia. Podia se ouvir o barulho das armas, arcos e flechas, clavas e espadas.
Ugor e eu começamos a nos enfrentar, ele era habilidoso com a katana para uma criatura, tentava invocar feitiços, mas meu oponente era tão rápido que tinha que bloqueá-lo e não conseguia me concentrar na magia. Ele me passou uma rasteira e cai no chão:
-Será o seu fim garoto (ele disse com a katana em cima de meu pescoço pronto para me decepar).
Capitulo 36: Trio parada dura.
General Shiro
Thay e seu pai usaram um ritual permitido apenas para membros de seu clã, a partir daquele feitiço eles podiam mandar seus espíritos para o mundo espiritual de qualquer local do reino, porem tinha um custo, eles poderiam usar apenas 40% de seu poder máximo, pois o resto era necessário para o feitiço ficar ativo:
-O que temos que fazer pai? (perguntou Thay)
-Temos que capturar três espíritos (respondeu seu pai) são os trigêmeos de Yusseusu, San, Ten e Pain, eles eram guerreiros no período da terceira grande guerra há dezesseis anos.
-Mais um desses que acham que podem dominar o castelo de Kaiete. Vai ser fácil.
-Não se esqueça que não passamos por um portal e não temos nossos poderes no máximo, alem de que eu sei que será mais difícil do que parece.
-Como sabe?
-Porque eu ajudei a matá-los.
Lembro-me daquele confronto. Talon meu irmão, o na época príncipe Domon, Tales o pai de Thay e eu tínhamos ido para invadir um quartel na capital do Leste Tsuki. Tales era mais velho de nós e tinha se formado no ano anterior, e eu o mais novo, na verdade Domon, meu irmão e eu estávamos cursando o Instituto de herois junto com Shogo, o atual rei do Leste e Swain, pai de Matsuno e primeiro comandante do exercito de lá. Kido era o instrutor do instituto e achava que nós cinco éramos os guerreiros da profecia, mas essa historia fica para outro dia.
Pai e filho escalaram uma das montanhas que formava aquele corredor do mundo espiritual, lá em cima havia uma planície dos dois lados. As almas depois de julgadas podiam ser estraçalhadas pelos juízes do tribunal (enormes armaduras de cinco metros com espadas de três) ou iam para a planície rumo ao castelo. Quanto mais forte e pura uma alma mais rápido ela chegava ao castelo e passava pelo teste de Kaiete, para ganhar o segredo do paraíso, mas algumas tentavam chegar ao castelo para roubar o titulo de rei do mundo espiritual. Essa era a principal função de um membro do clã dos fantasmas, manter a ordem por lá.
Na planície as almas apareciam e sumia, era os espíritos tentando chegar ao castelo, porem não era algo tão fácil, graças a isso, também era difícil achar as almas que incomodavam:
-Não se preocupe filho (disse Tales) dessa vez será rápido achá-los, sempre que uma alma mata outra aqui ela absorve seu poder, por isso eles vão tentar nos matar para ficarem mais fortes para desafiar Kaiete.
-Isso não parece animador (disse Thay)
-Olha só quem esta aqui. Veio fazer uma visita Tales? (disse o espírito de Pain)
Thay se virou e lá estavam três guerreiros com armaduras do Leste. Estavam idênticos a dezesseis anos atrás:
-Nem mortos vocês deixam de incomodar (disse Tales)
-Veio com o filhinho (disse Ten. Ele desapareceu e voltou na frente de Thay). Bem parecido com você.
-Calado (disse Tales invocando sua katana espiritual e golpeando o espírito que voltou para o lado dos irmãos). Vocês eram bons guerreiros, iam conseguir fácil o paraíso, mas agora vão apenas conhecer os calabouços de Kaiete.
-Se ele fosse tão forte assim, nos enfrentaria ao invés de contratar você.
-Existem forças alem da sua compreensão que ele enfrenta, não tem tempo para vocês.
Os espíritos ficaram nervosos, tiram as katanas de suas bainhas. A luta ia começar.
Capitulo 37: Pai e filho.
General Shiro
Os três espíritos foram para o combate e outros dois bem conhecidos se materializaram:
-Tales quanto tempo (disse Yamato) vamos lutar como nos velhos tempos?
-Seria ótimo (ele respondeu). Filho use o poder de Kasshia, cada um absorve um.
-Certo (respondeu Thay).
As linhas de ligação surgiram entre as duplas, os guerreiros anciões não se mexiam para lutar, mas emprestavam seu poder. San pulou nas costas de Pain e para fazerem juntos um ataque por cima e por baixo, contudo Tales era rápido e pulou entre os dois para se esquivar, Ten enfrentava Thay:
-Vamos ver se você é forte mesmo garoto (disse o espírito para o garoto)
-Agora Thay (disse Kasshia).
Os olhos dele brilharam em verde, em suas mãos se acumulará energia e ele começou a lançar jatos de força contra Ten que desviava com facilidade e gargalhando. Do outro lado do combate Tales tentava sozinho combater os outros dois espíritos, trocavam golpes de espadas e com a energia que meu amigo sugava de Yamato ele conseguia equilibrar o combate:
-Você ficou muito forte nesse tempo em Tales (disse o espírito de San)
-Vocês são tolos (ele respondeu) sabem que ninguém nunca nem conseguiu chegar até o castelo de Kaiete para desafiá-lo, quanto mais vencê-lo.
-Sim (continuou Pain) mas quem o vence pode realizar qualquer desejo.
Dizendo isso Pain acerta um chute na cocha e Tales que se ajoelha de dor, em seguida San o acerta no rosto e ele cai com um corte na face:
-PAI (grita Thay), não podemos vencer os três, devia ter chamado o vovô.
-Levante-se (disse Yamato) vai desistir agora? Desde que ajudei você a crescer nunca te vi desistir!
-Da ultima vez que os enfrentamos era quatro contra três (disse Tales) agora temos desvantagem (e abaixou a cabeça no chão).
Era estranho ver meu amigo desistindo assim tão fácil. Na verdade ele poderia usar o poder dos dois espíritos e vencer sozinho aquela luta, pois membros do clã fantasma não perdem nenhuma parte da sua força independente do mundo que lutem. Ele estava querendo fazer algo e pude entender o que era.
Thay ao ver a cena do pai caído puxou o poder de Yamato para si e começou a levitar:
-Vocês vão pagar por isso (disse o menino)
-É assim que se fala (disse Yamato).
Thay invocou suas cinco esferas e fez a posição de mãos para invocar feitiços. “O que será que ele esta fazendo” perguntou Ten:
-Inibidor espiritual (disse Thay três vezes).
Esse era um selo altamente poderoso. Ele tem a capacidade de reduzir o poder de um espírito no mundo espiritual ou de impedir que ele use seus poderes no nosso mundo. Os espíritos se ajoelharam, mas mesmo mais fracos ainda seriam três contra um, pois Tales tinha que continuar com a encenação para que seu filho continuasse a batalha:
-Tolo (disse San) mesmo usando esse feitiço ainda não pode nos derrotar.
-É o que veremos (ele respondeu)
Os três espíritos malignos foram em direção a Thay que se encontrava a frente de seu pai de Kasshia e Yamato. O menino invocou dois tentáculos, com um deles prendeu Ten, mas o outro foi despedaçado por Pain que vinha com fúria e começara a trocar golpes com Thay.
Os trigêmeos sabiam muito bem como lutar juntos e conseguiam fazer ótimos golpes quando cercavam seus inimigos e era isso que faziam agora, eles costumavam saltar um por cima do outro tornando mais difícil o bloqueio dos golpes. Thay usava a katana e as esferas, mas mesmo assim em algum momento ia abrir uma brecha e isso seria fatal, pude ouvir bem de leve o cochicho de Kasshia para Tales:
-Se não fizer algo logo eles vão matá-lo.
Tales observava seu filho lutando, ele estava muito mais habilidoso do que há alguns dias atrás quando saiu de sua casa para o teste do Instituto, Thay conseguia enfrentar dois grandes espíritos guerreiros sozinho muito bem, embora não pudesse usar magia, pois tinha que se concentrar em sua defesa. Tales estava apoiando a mão no chão para se levantar e ajudar o filho quando o tentáculo que prendia Ten foi despedaçado:
-O que é aquilo? (perguntou Tales).
-Que bom que você veio (respondeu Thay).
Era Fufi que carregava Ten em seus dentes e o arremessou em direção onde estava ocorrendo à batalha. Thay deu um grande salto enquanto San e Pain eram atingidos pelos irmãos e caíram como pinos de boliche:
-Fufi (continuou Thay acariciando o animal) vamos acabar com eles meu meninão?
O cão latiu contente como afirmação e depois olhou serio para seus inimigos que não pareciam mais tão confiantes:
-Agora deu ruim (disse Ten).
-Com certeza (disse Tales se levantando atrás dos três. Ele puxou a energia de Yamato e Kasshia para si e fez uma enorme bola de poder que jogou nos trigêmeos)
Os três voaram pelo ar, Thay e Fufi golpearam um cada, com um golpe de espada e uma patada feroz. Os dois espíritos atingidos estavam translúcidos, isso significava que estavam fracos, San se levantou e olhou fixamente para Tales que estava em sua frente e disse:
-Acabou!
-Não (respondeu Ten) eu ainda posso lutar.
-Selo de aprisionamento (disse Tales fazendo a posição de mãos).
Um portal apareceu e começou a sugar os três espíritos, eles iam ser aprisionados e todas as almas aprisionadas, vivas ou mortas, vão para os calabouços de Kaiete. “NAAAAAAAAOOO” gritou Ten sendo arrastado pelo portal.
-Acabou? (perguntou Thay).
-Sim filho (respondeu Tales) vamos voltar para o vilarejo.
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A lenda de Iron
AdventureA história de um jovem garoto que deseja descobrir seus passado e se tornar em herói