Capitulo 50: Meu primeiro beijo
Iron
Fui apoiado no ombro de May até a parte de cima da muralha, pedi para Carlos nos deixar a sós, pois achei que o assunto seria bem grave:
-Você esta muito ferido (ela me disse) esta tudo bem?
-Claro você demorou a chegar, mas estou bem (respondi sorrindo) O que tem para me dizer?
-As informações que Domon mandou passar são restritas, no dia quarenta você deve estar em Maguda e também o nome do seu tio
-Eu tenho um tio?
-Iron, o general Shiro é irmão de seu pai
Fiquei me perguntando como o general era meu tio, claro que sabia o porquê, mas por que nunca havia me contado? Por que tantos segredos sobre o meu passado? Por quê?
-Então você sabe quem os matou eles? (perguntei)
-Não (ela respondeu) me disseram que na hora certa você saberá, só na hora certa.
-Não sei por que tanto mistério, o que tem de mais em eu saber?
-Iron por que você tem medo de mim?
Realmente essa conversa tinha muito “por que”, mas aquela pergunta de May era realmente uma coisa que eu não queria responder. Desde o primeiro momento em que a vi por algum motivo estranho ela me trouxe uma dezena de lembranças que foram difíceis para esquecer. Agora tinha que inventar uma resposta:
-Você controla abelhas, eu sou alérgico e não gosto delas. É por isso
-A verdade Iron (ela disse duvidando de mim) E outra coisa, você não é mais alérgico (e colocou a mão em meu peito)
A mão dela começou a brilhar e ela explicou que tinha retirado minha alergia no nosso primeiro encontro, o único problema é que como não tinha conseguido terminar o feitiço ele tinha deixado uma sequela, por isso eu conseguia sentir a presença dela:
-Agora está acabado (prosseguiu May e aquela sensação de tê-la por perto também sumiu) agora a segunda coisa que eu tinha que lhe contar
-O que é?
-Eu fui paga pra te matar, só que não consegui. Eu devia ter assassinado você naquele primeiro dia que nos vimos só que não tive coragem, depois fiz armadilhas para te matar, os ogros, o dragão, as minhocas, tudo fui eu.
-Como não conseguiu me matar? Você acabou de exterminar mais de uma centena de ogros e como não teve coragem para me matar?
-Você sabe o que é amor Iron?
Senti um aperto no coração lembrando de Sarah, talvez não soubesse o que realmente fosse, mas sabia que era um sentimento muito destrutivo em alguns momentos.
-De qualquer forma (prossegui May) no dia em que Mizu tentou te atacar e eu o defendi foi porque Shogo me dispensara e contratou ela para terminar o serviço, desde então eu te sigo todos os dias para assegurar que nada aconteça com você.
-Então já faz um bom tempo que Domon a contratou em.
-Ele me contratou ontem. Você é muito lerdo em
Naquele momento só consegui dar uma risada, eu sabia sim o que estava acontecendo e realmente queria evitar aquilo. Ser morador de rua e viver apenas com garotos iguais a mim tinha me provado que para ser feliz é preciso apenas ser feliz. Você não precisa de alguém ou de algo, apenas de se divertir e fazer o que quer fazer. Porém o importante naquele momento era outra coisa, acho que era hora de me abrir com alguém:
-O que realmente aconteceu foi que (comecei a dizer com a cabeça baixa) no dia em que meus pais morreram eu fui para a escola, como um dia comum, e foi realmente o pior dia da minha vida. Naquela época eu gostava da Sarah, e quando abri meu armário vi um recadinho dela dizendo pra me encontrar atrás da escola naquele dia. Foi a manhã mais feliz que tive, a expectativa e tudo, mas quando cheguei atrás da escola e fui falar com a Sarah a turma do Peter me cercou e me espancou, acho que foi pelo menos uma hora sendo empurrado, chutado, derrubado e socado. Corri pela cidade sem rumo até voltar de noite para casa e não me lembro de mais nada. Eu lembro de cada momento daquele dia que passei com aqueles idiotas, mas não lembro de quase nada dos últimos momentos com meus pais. Eu só lembro de ter chegado, eles falaram comigo, mas não lembro da conversa, minha mãe me pós no quarto e ai tenho o flash de uma mão me puxando. A dor de perder meus pais se misturou com a dor da decepção, foi tudo junto em uma criança de nove anos, por isso odeio o amor.
Minhas lagrimas pingavam no chão e May ficou alguns momentos apenas a me olhar de cabeça baixa, acho que ela não sabia o que dizer. Aquele momento em que estava cercado de abelhas e me senti atraído por ela voltou em minha cabeça, o ódio que sentia por Sarah e Peter havia passado para ela e acho que quase usei minha fúria naquele dia. Agora não sentia mais raiva dela, nem de nenhum outro, só dos assassinos que tiraram meus pais de mim.
May se aproximou de mim, levantou meu rosto e enxugou minhas lagrimas, ela olhou no fundo dos meus olhos e disse:
-Não precisa mais chorar (e me de um beijo)
Sim tinha sido meu primeiro beijo e não vou entrar em detalhes. O que realmente importa foi que depois disso ela simplesmente sorriu, levantou-se e voou para longe. Não quis chama-la, nem ir atrás, tinha certeza que ela gostava de mim e que iria voltar.
Capitulo 51: Captura de Fufi
General Shiro
É dia trinta e cinco e Thay foi para Machi para utilizar o portal de lá pra ir até o mundo espiritual. Depois de alguns encontros ele decidiu que queria a lealdade de Fufi para si, seria muito bom um cão de guarda como ele:
-De acordo Thay (disse Domon) porém não demore a voltar, e muito menos morra lá. Você sabe muito bem que as almas que morrem no mundo espiritual não tem julgamento e portanto não tem a pena para chegar até Kaiete...
-E eu ficaria eternamente vagando por lá, sei dos riscos, vou me cuidar (ele respondeu).
-Também sabe que a batalha final esta próxima não? Você é muito importante.
Thay agradeceu e foi até a sala roxa de onde mandou seu espirito para o mundo espiritual, claro que ele podia fazer isso de qualquer lugar, porém usar esse dom na proteção de um castelo era muito mais pratico. Ele não queria correr o risco de se conectar com o outro mundo e ser morto por algum assassino durante o tempo que estivesse lá.
Além do grande vale onde as almas esperavam o julgamento e as planícies das montanhas que o cercavam onde os espíritos vagavam em busca do castelo havia a mata das criaturas, onde ficavam as almas dos dragões, ogros e etc. Thay resolveu ir para lá, o mundo espiritual era esférico então se atravessasse toda a mata sairia do outro lado, mas não houve necessidade disso. Ao se aproximar do local Fufi saltou da mata e derrubou Thay ao chão e começou a lamber seu rosto:
-Fufi (ele disse) que bom te ver meu amigo. Agora por favor saia de cima (e a criatura saiu). Olha, dessa vez teremos que lutar serio, você conhece as regras não?
O cachorro abaixou a cabeça e levantou com uma cara fechada de dar medo a qualquer mortal. Os espíritos de Kasshia e Yamato se solidificaram do lado exterior, embora Thay ficasse mais fraco naquele mundo os dois ficavam mais fortes:
-Thay (disse Yamato) vamos passar o máximo de energia para você
-E não se esqueça do selo que te ensinei (disse Kasshia)
-Estou pronto (disse Thay)
Os laços de energia se formaram e Thay recebia o poder dos dois espíritos, ele trouxe a katana espiritual e suas cinco esferas, Fufi veio para cima. O jovem largou a katana e bateu com as duas mãos no chão, duas ondas de energia saíram do local e foram rasgando o chão até Fufi que desviou saltando e lançou um poderoso raio com sua boca. Thay rolou para o lado e fez a posição de feitiços “selo inibição espectral”, um pequeno feixe de luz verde saiu de suas mãos e acertou o cão e agora em seu dorso havia um pequeno selo:
-No nosso mundo (disse Kasshia) esse selo impede espíritos de usarem qualquer tipo de força, aqui ele apenas serve como um redutor, mas já é alguma coisa.
Fufi parecia cansado, como se já estivessem lutando a horas, mas ele não desistiu e lançou outro raio dessa vez com metade da força do primeiro e Thay tentou revidar com um raio de dragão. Kasshia e Yamato deram o máximo de poder para ele e mesmo assim seu golpe saiu com menor poder comparado ao de Iron e Mat, contudo foi o suficiente para destruir o golpe de Fufi e atingi-lo. “Furacão de almas” e usou um furacão contra Fufi, o cão corria do golpe e isso deu tempo de Thay conjurar um selo de aumento de poder móvel, ele pegou a katana espiritual e foi para o combate corpo a corpo. O furacão se desfez e o garoto começou uma serie de golpes contra o cão, Fufi até tentava se defender, mas estava fraco, até o momento que com uma simples patada lançou Thay a uns dez metros no ar:
-Ele é muito forte (disse o garoto)
-Calma Thay (disse Yamato) está quase vencendo
Fufi vinha ao encontro de Thay que já preparava seu próximo golpe quando no caminho três dragões vindos de portais atingiram o cão que ficou quase desacordado dentro de uma cratera:
-Mas o que foi isso? (perguntou Thay espantado)
-Fui eu (disse Kaiete caindo do lado do jovem) esse cão foi fiel a mim durante muitos séculos, mas ele fez a escolha dele, ele quer ser leal a você, eu apenas adiantei o processo de sua vitória.
-Kaiete sempre nos surpreendendo (disse Kasshia) obrigado
-Foi um prazer. Agora faça as três posições e use o selo de lealdade, espero que ele seja tão bom para você quanto foi para mim.
-Obrigado Kaiete (disse Thay se curvando em sinal de respeito)
Ele fez as três posições para aumentar ainda mais o poder magico e usou o selo de lealdade em Fufi que não recusou, até porque não tinha forças para isso. Agora Thay estava com um poder bem grande ao seu lado, uma vez que com o selo de abertura de fenda poderia criar um portal entre os dois mundos e chamar um poderoso aliado.
Capitulo 52: Ryan e a espada trovão
Iron
Meu dia trinta e cinco foi bem divertido, me reencontrei com a antiga turma que não via a um mês e por incrível que pareça todos deixaram a vida de batedores de carteiras, viram que como eu podia me encaixar e me tronar um heróis eles também podiam. Enfim, fizemos as mesmas aventuras de saltar pelas casas e correr nos muros embora ainda estivesse muito machucado da luta contra os ogros e confuso pelo beijo de May. Hoje já é dia trinta e sei e pela tarde vou pegar minha moto e ir para Maguda.
Estava andando pela cidade com Carlos, relembrando o passado e nossas brincadeiras nas ruas, só nos dois mesmo pois não tínhamos nenhum outro amigo. Foi então que vi uma figura sinistra parada na rua, era apenas uma sombra e ela começou a vir em minha direção, ao se aproximar vi um grande homem de uns vinte anos, branco e com a cabeça raspada dentro de uma armadura muito grosa e cinza com algo que parecia fios por ela, ele portava uma espada muito larga e bem grande que também tinha aqueles fios estranhos:
-Iron (ele disse) meu nome é Ryan e você vai morrer agora
-Cara por favor pega uma fixa que tem muita gente na fila já (respondi para ele e me virei para Carlos) da o fora, a coisa vai ficar feia.
-Todos os dias da sua vida são assim? (ele perguntou)
-Desde que entrei pro Instituto sim, agora vá. Então Ryan, reino do Leste?
-Não (ele respondeu) pelo visto tem muita gente mesmo querendo te matar
Eu saquei a katana e ele a espada, vi que se concentrou por alguns instantes e aqueles fios ficaram azuis, foi ai que entendi. Ele devia ter algo como uma bateria nas costas que gerava energia que era conduzida por aqueles fios para algum outro motivo. Haviam quatro deles, todos saiam das costas, dois de cada lado do corpo indo para o braço e a perna, já sua espada recebia energia da luva (que possuía vários fios pequenos em tordo de toda ela) e carregava seus três fios que iam até sai ponta:
-Vamos ser rápidos sim (disse Ryan)
Ele apontou a espada para mim e um raio elétrico veio em minha direção, desviei e agora sabia que ele podia fazer isso. Dei um salto e usei meu corte de energia que agora já tinha uns três metros e meio e o dobro da força dos primeiros que eu utilizara, mesmo assim meu adversário se defendeu apenas com um braço e pareceu não sentir dano alguns:
-Mas que droga em (eu disse) vou ter que bater em você com bastante força
Ryan sorriu e veio para o confronto corpo a corpo, as esferas que lançara nele e os dois raios com as mão não surtiram efeito também, talvez a eletricidade protegesse ele um pouco de magia ou aquela armadura grossa fazia esse serviço, de qualquer forma ainda podia lutar usando a Lamina. Os golpes espada contra espada foram normais, entretanto quando tentei dar um soco nele senti um choque e ele me acertou com um soco na cara que me derrubou.
Eu me levantei e tentei a mesma manobra só que o mesmo ocorreu, menos o soco. Eu não podia lutar e golpeá-lo por causa daquela armadura, não havia como enfrenta-lo corpo a corpo então resolvi me afastar para usar magia, quando ia usar meu raio do dragão ele me atingiu com um raio elétrico correu me chutou como uma bola de futebol na parede de um prédio de vidro que se estilhaçou:
-Não tem como me vencer (disse Ryan) você já esta morto
Ele tentou me acertar com um golpe de espada, mas defendi e comecei a me defender de seus golpes. Pequenos feitiços não tinham nenhum efeito, e outros levavam muito tempo até conjurar, lutar corpo a corpo era loucura pois não podia usar meu estilo de luta, estava condenado.
Tentei uma serie de golpes rápidos para tentar cortar o fio de energia, mas falhou, aquele negocio era quase indestrutível, levei mais um soco e com uma rasteira o derrubei, corri até uma certa distancia e me preparei. Firmei os dois pés no chão, segurei firme a katana com as duas mãos e apontei-a para frente como sempre só que tentando usar o máximo de poder:
-RAIO DO DRAGÃO (gritei e meu dragão saiu)
Foi o segundo ataque mais forte que já utilizei, o primeiro era com certeza o corte lamina do dragão, mas precisava estar usando a fúria para ele e ainda não sabia usar direito aquele poder. De qualquer maneira meu ataque sútil efeito em Ryan, mas ele ainda estava de pé e em melhores situações que eu que já havia começado a batalha machucado:
-Muito bom (ele disse com um sorriso sínico) pena que vai precisar de muitos desses para me derrubar, poupe seu sofrimento, eu prometo mata-lo de forma rápida e quase indolor
-Eu nunca vou me render (respondi)
Preparava outro raio quanto fui atingido por aquela carga elétrica novamente, estava de joelhos no chão e Ryan estava perto suficiente para me matar com um golpe de espada. Ele me atacou e eu bloqueei, ainda estava ajoelhado e ele estava quase me vencendo, sentia pequenos choques pois nossas armas estava cruzadas e ele quase me vencendo, achei que seria meu fim quando de repenetre Ryan se afasta e joga a sua espada no chão:
-Olá colega de sala, como passou o tempo (ele disse ao vento) com muito serviço
-Calado Ryan (era a voz de May que acabara de pousar do meu lado) esta tudo bem Iron?
-Você me salvando? Deve estar apaixonada mesmo (respondi )
Varias abelhas de May começaram a cercar Ryan e eu podia ver que elas entravam dentro de sua armadura, o que significava que May podia mata-lo a qualquer momento:
-Deixe ele em paz (ela continuou) ou eu mato você
-Então você se apaixonou por ele May? (perguntou Ryan) Que vergonha, assassinos como nós não podem se apaixonar
-Não sou mais como você, você não tem nenhum escrúpulo, nem lutaria do lado de seu reino se realmente houvesse uma guerra
-Tinha que ser do Leste né (continuei). Por que colega de sala?
-Eu e ele fizemos o Instituto juntos a dois anos (respondeu May enquanto olhava seu broche) mas o broche dele foi tirado pelo que ele fez.
-Não entendi
-No ano passado o irmão dele era o único guerreiro do Leste, e os dois eram bem parecidos, ele tentou matar todos os outros que também disputavam o titulo de herói e acabou sendo morto, Ryan vingou o irmão e ano passado não teve nenhum novo herói.
Ryan sorriu, pegou sua espada e virou-se, antes de ir deu uma última fala:
-Da próxima vez que nos encontrarmos Iron, espero que sua namorada deixe eu te matar
-Da próxima vez eu juro que te mato (respondi)
Ele se foi e novamente May perguntou se eu estava bem, estava muito ferido, mas vivo, isso que importava. Ela olhou para mim com um olhar carinhoso, me beijou no rosto e seu foi. Levantei com dificuldades e guardei a Lamina, fui até a casa de Carlos me despedir dele e de sua mãe, era preciso pegar minha moto e ir para Maguda, alguma coisa me esperava por lá.
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A lenda de Iron
AventuraA história de um jovem garoto que deseja descobrir seus passado e se tornar em herói