Capítulo 14

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*Sofia on*

Tarde de segunda-feira e cá estou eu deitada no sofá, devorando um pote de sorvete e ouvindo as músicas mais tristes que existe. Nunca quis fazer parte dessa típica cena clichê de quem tem o coração partido, e o pior é que eu mesma me coloquei nesse meio de alguma forma. O barulho da campainha me tira daquela cena.
Vejo pelo olho mágico o Tó esperando do outro lado da porta.

- Oi, moço! - Digo ao abrir a porta.

- Oi, moça! Aconteceu algo? - Tó disse parecendo aliviado ao me ver.

- Não, por quê? Entra. - Antônio entra e me dá um abraço.

- Tentei te ligar a noite inteira ontem e hoje pela manhã, mas você não atendia. Fiquei preocupado.

- Ah... tive que desligar o celular ontem e acabei esquecendo de ligá-lo novamente. - Digo rindo da preocupação do Tó, acaricio a mão dele - Não precisava ficar preocupado.

Tó me fita os olhos e acaricia meu rosto, eu comento sobre o nosso encontro com o dono da gravadora para cortar o clima e aquele passa a ser o assunto da nossa conversa. Um tempo depois a campainha toca novamente.

- Gente, o povo está achando que eu morri! - Digo indo em direção a porta, Tó ri.

Abro a porta e sinto meu coração acelerar ao ver Daniel parado na minha frente. Ele está com uma calça preta, sua velha jaqueta preta e um sorriso lindo no rosto que se desfaz rapidamente ao ver Tó que aparecia por trás de mim.

- Dani! - Digo surpresa. Ele tinha acabado de voltar da turnê, não deveria estar aqui. - O que faz aqui?

- Eu... é... precisava falar contigo... - Daniel parecia constrangido - Posso voltar depois se eu estiver atrapalhando.

- Não, você não está atrapalhando, Daniel! Entra, por favor?

Daniel concorda em entrar, mas olhava desconfiado para o Tó.

- Bom, acho melhor eu ir... - Disse Tó.

- Não precisa ir, Tó! - Digo me sentindo horrível com o clima que se formara.

- Não, eu realmente preciso ir. Depois continuamos nossa conversa.

Eu levo o Tó até a porta, ele se despede com um abraço apertado em mim, fechei a porta sem conseguir olhá-lo nos olhos. Volto para perto de Daniel que não olhava em nossa direção.

- Quando você voltou? - Digo me sentando ao seu lado.

- Hoje pela manhã. - Daniel olhava para baixo - Eu tentei te ligar, mas você não atendeu... Ele dormiu aqui?- Daniel diz ainda olhando para baixo.

- Não acredito que você está me perguntando isso! - Digo incrédula.

- Me desculpa! É que... - Daniel põe a mão na cabeça parecendo arrependido do que falou - você não tem que me dar nenhuma satisfação.

- Não, eu não tenho. Mas, vou te falar! Ontem eu cheguei exausta de servir de alvo das indiretas da sua noiva, então não quis falar com ninguém. Só fiz dormir. SOZINHA. - enfatizei.

- Como assim indireta? O que a Karina fez? - Daniel finalmente me olha nos olhos.

- Nada. Só fez questão de me contar alguns detalhes sobre vocês, sobre como vocês são apaixonados e "ativos". Pelo que ela disse, você é quase um coelho. - Digo em um momento de raiva, como ele me interrogava sobre o Tó se vivia em lua-de-mel com a Karina?

- Por que a Karina fez isso? - Daniel diz incrédulo.

- Não sei. Eu não deveria ter ido nesse jantar. - Digo e levanto do sofá, Daniel levanta rapidamente e me segura pelo braço.

Um sonho improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora