*Sofia on*
Tarde de segunda-feira e cá estou eu deitada no sofá, devorando um pote de sorvete e ouvindo as músicas mais tristes que existe. Nunca quis fazer parte dessa típica cena clichê de quem tem o coração partido, e o pior é que eu mesma me coloquei nesse meio de alguma forma. O barulho da campainha me tira daquela cena.
Vejo pelo olho mágico o Tó esperando do outro lado da porta.- Oi, moço! - Digo ao abrir a porta.
- Oi, moça! Aconteceu algo? - Tó disse parecendo aliviado ao me ver.
- Não, por quê? Entra. - Antônio entra e me dá um abraço.
- Tentei te ligar a noite inteira ontem e hoje pela manhã, mas você não atendia. Fiquei preocupado.
- Ah... tive que desligar o celular ontem e acabei esquecendo de ligá-lo novamente. - Digo rindo da preocupação do Tó, acaricio a mão dele - Não precisava ficar preocupado.
Tó me fita os olhos e acaricia meu rosto, eu comento sobre o nosso encontro com o dono da gravadora para cortar o clima e aquele passa a ser o assunto da nossa conversa. Um tempo depois a campainha toca novamente.
- Gente, o povo está achando que eu morri! - Digo indo em direção a porta, Tó ri.
Abro a porta e sinto meu coração acelerar ao ver Daniel parado na minha frente. Ele está com uma calça preta, sua velha jaqueta preta e um sorriso lindo no rosto que se desfaz rapidamente ao ver Tó que aparecia por trás de mim.
- Dani! - Digo surpresa. Ele tinha acabado de voltar da turnê, não deveria estar aqui. - O que faz aqui?
- Eu... é... precisava falar contigo... - Daniel parecia constrangido - Posso voltar depois se eu estiver atrapalhando.
- Não, você não está atrapalhando, Daniel! Entra, por favor?
Daniel concorda em entrar, mas olhava desconfiado para o Tó.
- Bom, acho melhor eu ir... - Disse Tó.
- Não precisa ir, Tó! - Digo me sentindo horrível com o clima que se formara.
- Não, eu realmente preciso ir. Depois continuamos nossa conversa.
Eu levo o Tó até a porta, ele se despede com um abraço apertado em mim, fechei a porta sem conseguir olhá-lo nos olhos. Volto para perto de Daniel que não olhava em nossa direção.
- Quando você voltou? - Digo me sentando ao seu lado.
- Hoje pela manhã. - Daniel olhava para baixo - Eu tentei te ligar, mas você não atendeu... Ele dormiu aqui?- Daniel diz ainda olhando para baixo.
- Não acredito que você está me perguntando isso! - Digo incrédula.
- Me desculpa! É que... - Daniel põe a mão na cabeça parecendo arrependido do que falou - você não tem que me dar nenhuma satisfação.
- Não, eu não tenho. Mas, vou te falar! Ontem eu cheguei exausta de servir de alvo das indiretas da sua noiva, então não quis falar com ninguém. Só fiz dormir. SOZINHA. - enfatizei.
- Como assim indireta? O que a Karina fez? - Daniel finalmente me olha nos olhos.
- Nada. Só fez questão de me contar alguns detalhes sobre vocês, sobre como vocês são apaixonados e "ativos". Pelo que ela disse, você é quase um coelho. - Digo em um momento de raiva, como ele me interrogava sobre o Tó se vivia em lua-de-mel com a Karina?
- Por que a Karina fez isso? - Daniel diz incrédulo.
- Não sei. Eu não deveria ter ido nesse jantar. - Digo e levanto do sofá, Daniel levanta rapidamente e me segura pelo braço.
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Um sonho improvável
RomanceAos 18 anos Sofia saiu de Salvador para São Paulo para batalhar por seu sonho de ser cantora. Depois de perder sua mãe para o câncer, Sofia não poderia imaginar que em São Paulo ela encontraria novos sonhos, novos amigos e um grande amor.