Capítulo 36

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* Sofia On *
Era o último dia de gravação, depois disso ficaríamos de férias de vez e eu iria começar minha turnê, nós havíamos terminado de gravar e voltávamos para o escritório. De lá iríamos para o TUCA pois os meninos ainda tinham umas coisas para resolver com a administração e eu resolvo os acompanhar.

Eu os esperava no camarim, olhava tudo aquilo e me lembrava do primeiro dia em que entrara ali, todas as emoções, o nervosismo, eu nem acreditava que eles haviam me convidado para sair com eles, eu não conseguia acreditar que o Daniel havia me reconhecido. Daniel... como eu sonhei com aquele momento, mas nem em meus melhores sonhos eu imaginei que tanta coisa aconteceria entre a gente. Eu o amei tanto, desde o primeiro dia que o vi em um de seus vídeos, e mais ainda  a cada aproximação. E agora, o que eu vou fazer com todo esse amor? 

- Sofia? - Sua voz me arranca do mar de lembranças de onde eu estava imersa.

- Daniel? Vocês já terminaram? Cadê os meninos? - Eu tento esconder meu rosto molhado.

- Você estava chorando? 

- Eu vou esperar lá fora. - Eu tento sair mas Daniel não deixa.

- Sofia, não faz isso. Pelo menos me responde. - Ele me segura contra a porta.

- Esse lugar me trás muitas lembranças boas, mas muitas ruins também.

- Eu estou nas ruins?

- Você está nas duas.

- Eu ainda me lembro da sensação que eu tive quando eu te vi pela primeira vez naqueles  vídeos, eu senti algo tão forte, tão louco, eu nem entendia o que era porque eu nunca havia sentido antes. Depois você apareceu na minha frente e aquilo que eu senti veio mais forte, eu não consegui nem disfarçar. Eu só queria saber quem era aquela menina que me olhava tão nervosa, que me abraçava tão forte.

- Aquilo ficou no passado.

- Não, não ficou. Continua aqui na minha frente os mesmos olhos que se vislumbravam, a mesma menina nervosa, e o mesmo sentimento, só que dessa vez eu sei exatamente que sentimento é. - Ele toca meus lábios com o polegar - Eu ainda lembro do nosso primeiro beijo. Queria tanto sentir ele de novo...

Daniel olhava para meus lábios e depois para os meus olhos, eu tentava resistir, mas me sentia fraca, indefesa, completamente a mercê da sua vontade. Eu não sei se o que ele falava era verdade, mas eu só sei que eu sentia uma vontade insanna de beija-lo.

- Se você já me amou um dia, pelo menos me respeite agora, não comece com aquele mesmo discurso de que errou, que quer uma chance...  - Ele me interrompe colocando os dedos em meus lábios.

- Tá, eu não vou te pedir uma chance, não vou te pedir para voltar, para casar comigo ou para fugir de novo para Salvador, mas me concede só um pedido? - Ele aproxima mais o seu rosto do meu - Me dá só um beijo? Não pensa no que passou, ou no futuro, eu só quero sentir seus lábios de novo, eu preciso...

Ele encosta seu rosto no meu e enlaça minha cintura me colando em seu corpo. Eu tentava resistir, mas a força que eu usava para me soltar de seus braços era muito menor do que a vontade de me entregar.

- Só a gente sabe da intensidade do nosso amor, e como dói estar tão perto, sentindo o cheiro, o calor, e ter que reprimir esse desejo. Eu sei que você quer tanto quanto eu, não precisa pensar nem falar nada, só deixa...

Eu sinto seus lábios tocarem os meus e se fecharem lentamente, sua mão segurava firme meu cabelo e minha nuca, me atiçando e tornando aquele beijo quente e urgente. Eu não pensava em nada, só sentia seu rosto em minha mão, seu cabelo, seu pescoço. Sentia também suas mãos que começavam a descer ávidas pelo meu corpo, me apertando com um desespero que despertava mais desejo em mim. Eu sinto sua boca em meu pescoço e suas mãos tentando entrar em minha blusa, meu corpo implorava por ele e eu poderia explodir com o seu toque, mas antes que ele conseguisse tocar minha pele eu abro os meus olhos e me vejo refletida do espelho do camarim. O que eu estava fazendo ali com os braços envoltos nos ombros do homem que me traiu?

Um sonho improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora