Capítulo 29

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*Sofia On*

Era manhã e estávamos deitados na cama, dividindo o mesmo travesseiro e ele me cercando com seus braços. Nossos lábios se encontravam de vez em quando, se mordiam e se beijavam. Nossos risos se confundiam e nossa felicidade era tão clara quanto aquela manhã.

  — Você precisa ver essa peça! Vamos hoje? —Dani diz animado.

  — Não sei, Dani... você não acha que ainda é meio cedo pra sermos vistos juntos? — Digo com receio.

  — Não sei... mas, eu não quero ficar me escondendo como se eu estivesse fazendo algo errado. Eu gosto de manter minha vida privada justamente por causa disso.

  —  Eu sei... eu só tenho medo de virar vilã e também tenho medo de acabarmos esbarrando com a Karina por aí... seria uma situação um pouco constrangedora.  

  — Vamos adiantar nossa viagem, então! Poderemos andar pelas ruas de Salvador sem essa preocupação, andar de mãos dadas... — Brinca.  

  — Não vai ser bem assim, né... você tem bastante fã lá também. E são bem retadas, viu?! — Daniel ri e imita meu sotaque  

 — Nunca pensei que eu pudesse encontrar alguém como você... você chegou tão tímida e retraída em minha vida e, do nada, mudou tudo. — Ele diz sorrindo e mexendo em meu cabelo. 

  — Eu estou tão feliz... não sabia que dava pra sentir esse nível de felicidade... — Digo brincando com sua barbicha e ele ri. 

—   Você é linda, amor da minha vida! —  Ele diz segurando meu rosto e me beija. 

  — Você que é lindo... Seu corpo, seu cheiro... tudo em você me faz querer ficar assim parada, de olhos fechados, te sentindo... como aquelas canções que dizem tudo o que a gente sente bem melhor do que nós mesmos e que a gente canta baixinho sem se importar com afinação...

— Então canta pra mim?! — Ele diz encostando o rosto no meu.

— Com você quiser, senhor Nascimento!

  "É,
Só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você.

É, só tinha de ser com você,
Havia de ser pra você,
Senão era mais uma dor,
Senão não seria o amor,
Aquele que a gente não vê,
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.

É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,
Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.

É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,
Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim."  

*** 

Eu sentia minhas mãos suadas novamente, mas dessa vez no lugar de uma platéia enorme na minha frente, havia um prédio. O prédio onde o Tó mora. Eu precisava avisar pra ele da minha breve ausência pois, no final das contas, ele ainda era meu empresário e produtor. Eu devia satisfações pra ele e a dúvida de como será a sua reação me faz suar de nervosismo.

O porteiro me anuncia e ele permite a minha subida. O espelho na parede daquele elevador parecia me julgar, mas eu não fazia nada de errado. Aperto a campainha e o Tó me atende rapidamente. 

Um sonho improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora