Capítulo 6

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POV Lucy

Sexta-feira, último dia da semana. Desço as escadas e tomo meu café pacientemente.
- Bom dia, filha. - Diz Eva adentrando a cozinha. - Ué, cade a Lana?
Tanta coisa acontecendo que eu até havia esquecido da suspensão de minha irmã.
- No quarto. - Respondo sem tirar meus olhos do pão.
- Ela não vai na faculdade por que?
- Pergunte a ela. Estou atrasada, tenho que ir. - Digo pegando minha bolsa. Mas sou interrompida pelo chamado de Eva.
- Lucy, oque está acontecendo com você?
- Como assim? - Me viro para Eva.
- Você está... Estranha, fria. Nem me chama mais de mãe.
- Estou normal. - Por que tá todo mundo cismando com essa coisa de mãe? - Tchau, até logo.
Passo pela rua deserta e olho para a boate, era grande. A pessoa que é dono disso deve ser muito poderoso.
- Gostou da decoração? - Diz uma voz masculina, me virei e vi um homem de cabelos negros e sorriso de lado.
- Bem bonita.
- Inaugura amanhã, se quiser passar aqui, será muito bem vinda. - Diz o homem.
- Ela não vai a lugar nenhum. - Olho para o lado e tem um outro homem de sobretudo branco.
- Quem é você? - Digo, como se ele achasse que manda em mim.
- Ah, Castiel. Por favor, eu só estou convidando a doce garota para uma festa dos sonhos. - Diz o homem de cabelos negros, em um tom sarcástico.
Espera... Castiel?! Olhei para ele que retribui o olhar. Olhos azuis como água do mar... Eu me lembro desses olhos.
- Estou atrasada, preciso ir. - Digo sem tirar o olhar de Castiel.
Entro na faculdade e corro para minha aula.
Estava prestando atenção na aula, quando de repente tudo começou a ficar cinza. Olhei pela janela e estava um céu muito nublado, tão nublado que era quase preto. Com raios e relâmpagos tão claros que precisei tampar meus olhos. Uma tempestade? Do nada? Olho para o lado de não vejo ninguém na sala. Pego minha bolsa e caminho pelos corredores da faculdade e me deparo com um rapaz. Ele vestia uma regata branca e tinha os cabelos negros mas os olhos eram... brancos?!
- Provavelmente sua irmã falou de mim. - Ele me encara.
- Lucius? - Digo caminhando em sua direção.
- O próprio. Vocês são irmãs mas são tão diferentes. Ela é bem irônica, não liga pra nada. Mas você... É fria e quer tudo sob seu controle. Mas não percebe uma coisa.
- E oque é? - Digo dando mais um passo. Ele amedrontou minha irmã, pude sentir isso. Não iria deixar ele sair por cima.
- O quão a sua alma está ficando sombria. E nem mesmo o seu controle pode conter o seu demônio.
- Então eu estou tendo uma consulta com um psicólogo no... Limbo, não é? - Disse friamente sarcástica.
- Muito bem, não tem medo?
- Apenas diga oque você quer, e oque significa tudo isso. - Eu disse olhando no fundo de seus olhos, fazendo ele se sentir mais recuado.
Caminhando pela faculdade a fora, ele começou a falar:
- Tudo bem. O Limbo ele tem diferentes formas. Isso vai de acordo com a alma de cada um. A de sua irmã, era completamente avermelhada mas tinha uma fina brecha azul.
- E isso quer dizer oque?
- Que ela pode fingir que não liga ou não se importa, mas ela sente. Ela faz coisas ruins para bons fins.
- E porque aqui é tudo tão...
- Sombrio? - Ele diz, parando em frente uma cabana destruída. - É como você é por dentro. Você pode até demonstrar um pouco dos seus sentimentos mas você nunca mostrará sua real face. A maldade vive dentro de você. A traição e o fingimento.
Eu olho para a cabana e Lucius sussurra suas últimas palavras:
- Oque você está fazendo com sua irmã agora?
De repente estou em frente a boate Lux. E as coisas ainda não fazem sentido pra mim. Por que sempre despertamos aqui?
Vou para a casa e me deparo somente com o Sam.
- Cade o resto? - Pergunto jogando a bolsa no sofá.
- Sua mãe teve que sair para resolver uns assuntos, sua irmã saiu e o Dean tá dormindo. - Diz Sam se sentando ao meu lado. - Por que esse olhar distante?
- Nada. - Me levanto e vou para o quarto mas Sam puxa meu braço e me segura.
- Oque está acontecendo, Lucy?
- Já disse, agora eu quero ir para meu quarto. - Olhei em seus olhos e me soltei de seus fortes braços.
Vou para o meu quarto e me deito... Pensando em tudo. Eu o vi, Lucius. E o tal do Castiel... Por que aquele ser que parecia tão doce, feriria tanto Lucius? Tudo bem que ele parece ser um babaca mas, qual foi o seu pecado?

POV Lana

Chego em casa depois de umas compras e vejo o Winchester mais novo.
- Sua irmã já chegou e perguntou de você. - Diz Sam.
- Ata, depois eu falo com ela.
- Aconteceu alguma coisa com Lucy? Ela anda estranha.
- Tá tudo muito estranho Sam... Tudo. - Nunca fui enigmática, mas eu na realidade não estava ligando tanto assim para Lucy, eu quero mesmo é ir para a boate amanhã. Talvez ela tenha razão. Pode ser que eu seja sonâmbula e tô ficando paranóica. Preciso relaxar.

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