Comecei a andar pelas ruas desertas de Nova Orleans, até que vejo um bar e logo adentro.
Preciso beber, me distrair. Meu único entretenimento era a Boate Lux, mas não piso lá tão cedo.
Sento na cadeira em frente ao balcão e pego um copo de Wisky. Minha raiva era nítida, mas não era só por Eva... E sim por Lucy. A culpa é toda dela, esse descontrole dela... Eu amo minha irmã, por isso quero me afastar dela, até ela se lembrar de tudo.
- Sozinha? - Diz um rapaz, alto de cabelos negros. Ele me olhava com um pequeno sorriso.- Tá vendo alguém aqui? - Respondo. Não estava com paciência pra flerte.
- Você é nova por aqui, certo? - Ele ainda insiste em conversar comigo.
- Sou.
- Bom, meu nome é Malachai Parker e o seu? - Ele diz entendendo a mão. Ele não percebeu que eu não quero conversa?
- Lana, e eu não perguntei teu nome. - Digo tomando um gole do Wisky.
- Aaaah para, vamos nos distrair um pouco. Afinal, você veio aqui pra isso, não é? - Ele diz, colocando uma mão em meu ombro. Eu olho pra ele e sinto que meus olhos estão vermelhos novamente, mas não por muito tempo. Ele... Ele parecia conseguir me acalmar.
- Oque foi isso? - Pergunto e ele pega em minha mão.
- Você é especial, Lana. Senti você a uns metros daqui.
- Você sabe quem eu sou, não é? - Pergunto me levantando e já em posição de ataque.
- Calma, eu não vim aqui para brigar ou algo do tipo. Eu não faço a mínima ideia de quem seja você. Eu... Simplesmente senti. Não consegui ignorar, foi mais forte que eu. - Ele diz, colocando as mãos pra cima em forma de redenção. Ele não estava mentindo, ele não sabia mesmo... Mas se ele me sentiu é porque ele é alguma coisa também.
- Como você me sentiu? - Pergunto, relaxando meus braços.
- Vem comigo, eu te mostro.
Andando pelas ruas, Malachai me leva até uma casa. Era grande e até tinha uma biblioteca enorme.
- Uau, que casa linda. - Eu digo me sentando no sofá.
- Obrigado. Meus pais deixaram pra mim depois que morreram. - Malachai diz, pegando uma bebida na cozinha.
- Me perdoe, eu não sabia. - Me sinto mal depois de ouvir aquilo.
- Não precisa pedir desculpas, eu mesmo os matei. - Ele diz aquilo na maior tranquilidade, dando um sorriso de lado.
- Como assim? Então estou lidando com um assassino? - Eu digo em ironia, não estava com medo. Afinal, eu enfrentei o Diabo nos olhos. Se Malachai fizesse algo contra mim, posso destruir num estalar de dedos.
- Não é pra tanto, fui tratado minha vida inteira como uma aberração. Só porque eu não nasci do jeito que minha família queria.
- E como era o jeito que sua família queria?
- Venha comigo. - Ele diz indo em direção à biblioteca e aponta para vários livros. - Advinha oque são?
- Livros? - Eu digo, debochando.
- Uau, temos uma pessoa que não sabe muito bem do ocultismo. - Ele ri e completa. - São todos grimórios, livros de magia.
- Pera pera, então quer dizer que existe mais de um grimório? - Eu pergunto confusa, afinal, eu pensava que só existia o Grimório Proibido.
- Claro que sim. Cada grimório é de um tipo de bruxaria e eu, sou um bruxo. O bruxo mais poderoso da convenção Gemini, que é da minha família. Mas eu sou um bruxo especial.
- Como assim, especial?
- Haha, eu sou um bruxo que nasci sem magia. Eu apenas sugo de outros seres místicos, como você. Mas ainda não consigo saber oque você é, de fato. Eu apenas sei que sua magia é forte. Que tipo de bruxa você é? - Ele pergunta se aproximando de mim, só aí que percebo o quão ele é atraente. Troco olhares com ele e pego um grimório, cujo o nome é " Hereges"
- Oque é isso? - Mostro o Grimório, com cara de deboche.
- Eu ainda não contei tudo, eu não sou só um Bruxo, como também sou um vampiro. - Seus olhos começam a ficar negros e presas começam a surgir em sua boca.
- Uou, Uou. Calminha aí sangue suga. Já entendi. - Digo colocando o Grimório no lugar. Ele ri e diz:
- Você não respondeu minha pergunta, que tipo de bruxa você é? De qual convenção?
- Não sou uma bruxa, sou uma Nefilim.
- Oque?! Espera, então é verdade... - Ele diz, virando as costas e mexendo em seus cabelos negros.
- Oque? Oque é verdade? - Digo confusa.
- Vem comigo. - Ele me puxa pelo braço e abre uma passagem secreta no chão. Como se fosse um porão.
- Malachai! Oque está fazendo? - Pergunto descendo as escadas correndo. Ele acende as luzes, era um lugar enorme e lindo. Tinha uma caixa de vidro no meio e ele diz:
- Por favor, me chame de Kai. E essa caixa, é o lacre real do Grimório Proibido. Ele precisa ficar aqui. Ele não pode cair em mãos erradas. Ele é o próprio pecado na terra. Criado pelo próprio Diabo. - Kai começa a ficar preocupado enquanto dizia as palavras.
- É eu tô sabendo e ele está com Lúcifer. - Eu digo, e Kai me olhava como se aquilo fosse o apocalipse.
- Estamos perdidos, Lana! Você é a nossa única chance. - Ele se apóia na caixa.
- Chance do que? - Eu pergunto.
- Porque quando ele libertar o primogênito, Lucius, ele absorverá poder o suficiente para derrotar Deus. E isso Lana, será nosso fim.
Olho pasma para oque acabo de ouvir e lembro logo de Lucy, oque ela fez antes de termos nossas memórias apagadas. Fico parada pensando e Kai se aproxima colocando a mão em meu queixo:
- Sinto sua tensão de longe, Lana. Oque está acontecendo?
- Nada, eu... Eu preciso falar com Lucy.
- Lucy? - Kai diz, olhando confuso.
- Minha irmã, ela fez algo no passado que pode interferir o presente. - Eu digo virando as costas, mas Kai aparece em minha frente.
- Oque ela fez, Lana? Oque está acontecendo?
- São coisas de família, Kai.
- Coisas de família que pode acabar com Deus e com todos nós nas mãos de Lúcifer. - Kai diz, colocando suas mãos em meus ombros. Fazendo eu me acalmar novamente.
- Kai, eu não sou a salvação pra nada.
- Como não? Você é uma Nefilim, pode derrotar Lúcifer e tomar o Grimório.
- Poder eu posso, mas acontece que eu sou uma dos 3 filhos de Lúcifer. - Quando eu digo isso, Kai tira suas mãos de meus ombros e se apóia na escada do porão secreto.
- Então você é filha do Diabo? Você sabe que a culpa de tudo isso é da sua irmã, né?
- Eu sei... Eu tô chateada e brava com ela, mas ela ainda sim é minha irmã, Kai... Não posso deixar ela se tornar oque ela se tornou no passado.
- Você não pode ir falar com ela, Lana. - Kai diz, olhando pra mim.
- Como não? Está louco?
- Se você a ver, você vai explodir de raiva. Causando um farol pra todos os demônios e anjos. Igual no passado.
- Como você sabe dessas coisas? - Eu pergunto, depois de muito tempo de conversa percebi que Kai sabia muito mais que eu sobre minha própria família.
- Eu tenho quase todos os Grimórios existentes, menos um. Você realmente acha que nesses Grimórios não falam a origem da magia na terra? O Grimório Proibido foi o começo de tudo. Bruxas são consideradas adoradoras do Diabo e queimadas por séculos por causa disso.
- Entendo. Mas se eu não for até minha irmã, virão atrás de mim. Se você sentiu minha magia, outros podem.
- Eu tenho um feitiço que pode esconder isso. Vem comigo. - Kai sobe as escadas e eu o sigo. Após ele trancar o porão ele vai até uma sala, onde estava vários objetos de ocultismo. Ele pega algumas ervas, um tipo de pote estranho de ferro e.. Óleo? E claro, o mais importante, um grimório.
Ele começa a falar umas palavras em Latim que eu não entendo, e pega a mistura e começa a passar em meu corpo, me deixando arrepiada. Ele passa primeiro em meus braços, depois minhas costas e sobe para minha nuca. Pude ouvir a sua rouca e grossa voz suspirando as palavras em Latim atrás de mim, ele aproxima os lábios no meu ouvido e diz:
- Pronto. Agora está segura assim. - Ele passa na minha frente e solta um sorriso e vai para o banheiro lavar as mãos.
- EU VOU FICAR SUJA ASSIM? - Grito, ele sai do banheiro e diz:
- Pode tomar banho, ou quer ajuda pra isso também? - Ele solta um sorriso de lado me fazendo suspirar.
- Idiota. - Me viro e vou para o banheiro me lavar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As filhas de Lucifer
RomanceDuas irmãs gêmeas estudantes viviam uma vida normal, até que dois irmãos caçadores apareceram com o objetivo de proteje-las de um mal que as perseguiam sem elas saberem.