POV Kai
Após Lucy adentrar a casa e da pequena discussão entre as duas, a paz parece reinar entre elas. Isso é bom, muito bom. Mas não pude deixar de ouvir do Grimório. Elas querem libertar Lucius. Eu sei que ele é irmão delas, mas elas não percebem que o irmão delas morreu no dia em que foi preso. Aquele Inferno corrompeu ele, Lúcifer tá treinando ele pra quando for solto, ele aproveitou das circunstâncias pra controlar e manipular o Lucius lá, aproveitar sua fraqueza e fazer sua mente. O Novium, o que elas viram, era tudo escrito por Lúcifer e Lucius apenas seguiu o roteiro. Logo após ser libertado, a primeira coisa que ele fará é matar as duas e erguer o trono com seu pai. Não posso deixar isso acontecer. Preciso fazer alguma coisa
- Amor? - Saio do quarto e vejo minha ruiva sentada no sofá, abalada mas parecia mais leve e feliz.
- Oi meu bem. Desculpa, a Lucy veio aqui e parece que fizemos as pazes.
- É muito bom ouvir isso, meu anjo. Vocês vão se reconciliar, e esse inferno vai passar. Eu prometo. - Digo olhando em seus olhos e ela sorri. Aaaah, como eu amo vê-la sorrir... Eu abraço e ela fica deitada em meu peito enquanto faço cafuné em sua cabeça. Depois de alguns minutos ela dorme em meus braços. Pego ela no colo e coloco ela na cama cuidadosamente, a cubro fecho as janelas e portas. Eu preciso encontrar Lucy, preciso falar com ela.
Assim que fecho a casa, faço um feitiço de proteção e neutralização do poder de Lana, assim nem mesmo Lúcifer pode encontrar ela. Pego minha moto e vou até a casa de Eva.
Chegando lá, bato na porta. Quem me atende é Dean, que me encara com ódio. Sem hesitar, retribuo o mesmo olhar.
- O que você quer aqui? Você sabe que não é bem vindo. - Dean diz, encostando o antebraço na porta.
- Não vim falar com você, e sim com Lucy. Ela está?
- Pra você não. - Dean diz e antes que eu pudesse responder, Lucy aparece.
- Dean, deixe-nos. - Ela diz em tom de ordem. Dean acente e vira pra mim e diz:
- Se tu tentar qualquer coisinha mínima, eu juro que hoje no jantar eu como carne de bruxopiro e como molho o seu sangue.
- Tente. - Digo e adentro a casa, quando passo do lado de Dean o encaro com uma vontade de arrancar a cabeça dele ali mesmo. Sigo Lucy até a copa.
- O que você quer? - Ela diz abrindo a geladeira, pegando um vinho e taças. - Fiquei sabendo que vampiros gostam de vinho, fique a vontade.
- Por que isso?
- Você protegeu minha irmã durante todo esse tempo, á salvou, deu forças á ela quando ela não estava forte e o melhor: você ficou do lado dela quando ela estava sozinha, quando eu não pude estar lá. Obrigada. Isso é o mínimo que posso fazer pra demonstrar minha gratidão.
- Eu tenho uma ideia de como você pode demonstrar a sua gratidão por mim. - Digo bebendo o vinho.
- O que? - Ela me olha estranho, desconfiada.
- Eu ouvi a conversa de vocês duas ontem, e sei que ambas não podem absorver o poder do Grimório.
- Você anda muito xereta ein, tô começando a mudar meus conceitos sobre você. - Lucy diz, bebendo um pouco do liquido em seu copo.
- Eu não pude deixar de ouvir, minha audição é sensível - Digo dando uma risada de leve. - Mas não é sobre isso que vim aqui falar com você, e sim sobre Lucius.
- O que tem meu irmão?
- Lucy... Lucius é perigoso, desde quando ele foi pro Inferno, eu te garanto que ele não é o mesmo.
Dizendo isso, Lucy para e fita o chão, pensativa, depois olha pra mim e pergunta:
- O que você acha que ele pode fazer conosco? Somos a família dele.
Então eu expliquei pra ela o que estava acontecendo, o que Lúcifer estava fazendo na mente corrompida de Lucius.
Após explicar, Lucy arremessa a taça da parede.
- INFERNO! LÚCIFER SEMPRE ACHA UM JEITO DE ESTRAGAR TUDO, DE TER UMA CARTA NA MANGA.
- É por isso que ele queria tanto vocês duas juntas, pq só vocês podem liberta-lo, mas ele precisa do sangue das duas e do poder das duas pra abrir o portal.
- Mas como Lúcifer consegue controlar ele? Lucius tá preso!
- Lúcifer consegue alcança-lo e controla-lo pois ele é seu primogênito, seu poder é maior, e com isso, eles têm o mesmo DNA, a mesma essência.
Lucy rodeia a copa, com as mãos em seu rosto.
- Isso não vai me impedir de libertar meu irmão. Daremos um jeito de matar Lúcifer quando abrirmos o portal, e depois estabilizar Lucius, somos a família dele, e ele nos ama. Nós alcançaremos ele pelo amor que ele sente por nós.
- Lucy, eu admiro seu otimismo mas seu irmão tá preso a 700 anos. Imagina quantas vezes Lúcifer fez ele matar você ou Lana no inferno? Ele tá sendo treinado pra isso.
- Eu não ligo, eu vou lutar pelo meu irmão. Você não quer ver Lana feliz?
- É tudo o que eu mais quero...
- Então para de pôr pro problema em cima de problemas e nos ajude. Faça isso por ela. Pense num plano, e me fale.
- Você realmente acha que é capaz de trazer aquele Lucius de 7 séculos atrás de volta?
- Eu não acho, eu tenho certeza. Nada é permanente, nem mesmo o Inferno. Família não desiste de família, muito menos fugimos. Eu não sou covarde, passo o que tiver que passar pra trazer o meu irmão de volta, pra dar finalmente paz a ele de um sofrimento que eu deveria estar passando.
Eu suspiro, Lucy tem razão. Família não desiste de família e elas não vão parar até acharem um jeito. Eu não quero mais trazer problemas, quero ver minha ruiva mais feliz que tudo, nem que isso signifique o fim do mundo.
- Tudo bem. - Digo dando um suspiro. - Eu vou ajudar vocês.
- Como? - Lucy diz revirando os olhos.
- Eu posso absorver o poder do Grimório.
-Você quer o que?! - Ela começa a rir, e eu não entendo o porquê. - Você é uma esponja meu querido, e não aspirador de pó pra aguentar tanto assim. Você é uma comédia viu, entendi porque Lana tá contigo.
- Eu tô falando sério, Lucy. Eu consigo absorver o poder tempo o suficiente pra libertar Lucius.
- Você se garante muito bruxinho. Nem um Nefilim consegue absorver aquele poder, imagina um simples herege?
- Eu consigo, Lucy.
- Não, você não consegue. E mesmo se conseguir manter o poder tempo o suficiente pra abrir o portal onde meu irmão está, você morre. O poder te corrompe e você não aguenta, eu não quero mais esse sofrimento pra minha irmã.
- Lucy, por favor. Me deixa fazer isso, nem que eu tenha que morrer. Mas eu quero fazer algo por ela, eu não quero ficar somente parado esperando alguma coisa ruim acontecer e salvar ela.
- Você já ajuda fazendo isso. - Ela recolhe a taça e leva pra cozinha, eu a sigo, insistindo pela última vez:
- Lucy, eu imploro. E eu sei que esse é o único jeito pq não existe outros iguais a mim, estão todos mortos.
- Ninguém mandou tu chacinar sua família. Agora precisa e olha aí. Seja um sociopata inteligente na próxima vez
. - Ela se afasta de mim novamente, recolhendo os cacos de vidro da taça no chão e indo em direção à pia.
- Lucy, a gente acha um jeito. Você pode me dar mais da sua onda de energia enquanto eu tiver fazendo, isso vai me dar força pra eu aguentar o Grimório.
Ela suspira. Vira pra mim e diz:
- Tudo bem, mas eu vou pensar num jeito mais confiável e certeiro. Não vou arriscar você. Sem você, Lana não é nada. Tu é tudo pra ela. - Dizendo isso, Lucy olha para o lado e no mesmo momento Dean estava passando. Ele ouviu, abaixou a cabeça e foi pra algum canto qualquer. Dou um riso de lado com isso.
- Para de ser diabólico. - Lucy me dá um tapa leve no ombro, ela percebeu que eu gostei que Dean ouviu isso.
- Bom, eu vou indo então. Me procure se descobrir alguma coisa de como fazer minha casca ficar mais forte.
- Okay, eu te acompanho até a porta.
Ela me acompanhou e abriu a mesma pra mim, saio e aceno em despedida, ela faz o mesmo.POV Dean
Quando termino de tomar banho, troco de roupa e vou pra sacada no fundo da casa. Aonde é meu refúgio ultimamente, antes levo umas três garrafas de cerveja. não sei oque está acontecendo comigo. Eu fico pensando no que Lucy falou pro Kai agora a pouco, eu nunca fui de querer tanto uma pessoa por perto, nunca fui de me sentir mal só por essa pessoa estar longe, e essa pessoa é Lana, eu não sei que sinto por ela, só sei que é forte demais, ela também sabe disso, só que nós dois somos orgulhosos o suficiente pra não assumir isso, ainda mais agora que ela ta namorando aquele vampirinho.
- Oque ta fazendo ai sozinho? - Lucy pergunta, e me assusta, não percebi ela chegando, ela senta do meu lado e pega uma garrafa. - Ta pensando em quem? - Ela diz e me encara, tentando adivinhar. - Lana?
- Por que acha isso? - Eu digo e encaro a mesma que bebe um pouco da cerveja.
- Eu não acho, eu tenho certeza. - Ela diz e sorri pra mim. - Você gosta dela não é?
- Eu não sei oque eu sinto Lucy, e queria muito saber. - Digo e olho para as estrelas. - Eu nunca senti isso antes, é forte, muito forte, eu só tenho vontade de proteger ela de tudo e todos, e quando ela vai embora um pedaço de mim vai junto. - Eu digo e abaixo a cabeça. Eu só me abri uma vez, e foi pro Sam, eu falei de uma garota que eu achava que estava amando, até ela me trair. Eu nem sou tão próximo de Lucy assim, é estranho, mas eu sinto que posso contar com ela.
- Isso se chama amor Dean, você ama ela, e ela também ama você, da pra ver nos olhos de vocês.
- Isso não é amor Lucy, não mesmo.
- Então me diz o que é? - Ela pergunta e se aproxima de mim, coloca a mão no meu ombro e fala:
- Ela ama você Dean, só é muito orgulhosa, eu passei a minha vida toda ao lado dela, e nunca vi ela olhando pra uma pessoa como ela olha pra você. Você deve ta se perguntando, "Mas e o Kai?" Ela gosta dele, e ele é tudo pra ela, ele á ajudou no momento que ela mais precisou, mas ela não pode fugir desse sentimento que tem por você por muito tempo. - Ela diz e se levanta, deixando a garrafa vazia na mesa, eu nem vi ela bebendo isso tão rápido. Ela sai andando sem falar mais nada.
- Lucy, espera! - Quando eu falo, ela para e olha pra trás. - Por que o Kai veio aqui? Aconteceu alguma coisa com a Lana? - Eu pergunto preocupado.
- Não, Lana está bem. - Ela diz e olha nos meus olhos. - Conversa com ela, e fala o que você sente. Vai ser melhor do que ficar enchendo a cara sozinho em uma sacada.
Antes que eu possa responder ela sai e me deixa sozinho com meus pensamentos.
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As filhas de Lucifer
RomantizmDuas irmãs gêmeas estudantes viviam uma vida normal, até que dois irmãos caçadores apareceram com o objetivo de proteje-las de um mal que as perseguiam sem elas saberem.