Capítulo 18

69 6 0
                                    

POV Lana

Chego na casa do Kai, que agora é minha também. Adentro a mesma e passo pela sala e vou até o quarto, percebo que ele dorme igual um anjo. Resolvo não o acordar e coloco a mala num canto no chão, tiro a minha roupa e vou tomar um banho.
Entro no chuveiro e começo a pensar em tudo: Lucy, "os meios justificam os fins." essa frase rodeia minha cabeça, oque ela quis dizer com isso? E o que foi aquilo com o Dean? Como ele tinha um controle daquele sobre mim? O Kai conseguia me acalmar mas o Dean ele conseguiu me controlar... Não pode ser que os dois sejam minhas âncoras, só pode uma e eu quero que seja o Kai. Mas eu sinto que Kai não é uma boa pessoa, que ele fez coisas horríveis no passado. PORRA, ele matou a família dele!
Saio do chuveiro e vou para a minha mala e pego um roupão. Fito o Kai por um tempo e sinto uma onda de energia vindo em minha direção. Minha cabeça dói com isso, oque tá acontecendo comigo? Seria o Novium?
Sinto que o Kai é uma pessoa horrível e eu tô tendo impulso de arrancar a garganta dele.
- AAAAAAAAAAH - Eu grito e caio no chão, não aguentando mais aquela agonia e sede de sangue, Kai acorda e vem em minha direção e me abraça. Mas isso só aumenta a minha vontade de matar ele.
- SAAAI DE PERTO DE MIM!!! NÃO POSSO FICAR PERTO DE VOCÊ!
- Calma Lana, é só um descontrole. Você deve tá estressada porque teve que voltar para a sua casa e ver sua família e os Whinchester.
- NÃO KAI, EU QUERO MATAR VOCÊ PORQUE VOCÊ MATOU SUA FAMÍLIA. EU QUERO CORTAR SUA GARGANTA E ARRANCAR O SEU CORAÇÃO DEVAGAR O SUFICIENTE PRA VOCÊ VER ELE PULSANDO EM MINHAS MÃOS.
Kai me olha assustado e diz:
- Seus olhos... Estão vermelhos...
Eu olho para o espelho atrás de mim e vejo minha real face, sangue em meus olhos e eles estão negros e vermelhos, me assusto comigo mesmo e percebo que eu tenho que sair dali antes que eu machuque o Kai. Abaixo a cabeça e sinto ele me abraçando por trás, eu sinto a maldade nele, ele é mal mas eu o amo... Não posso ceder em matá-lo. Viro em direção a ele, eu choro lágrimas de sangue e ele as limpa com o dedão e chupa o sangue.
- Você... Você é - Antes que eu termine, ele me interrompe:
- Ruim? Um sociopata? É, eu sou Lana. - Ele diz me prendendo contra a parede com os seus braços. Quando ele diz aquilo meu sangue ferve, é como confessar o crime ao juíz. - Mas eu aprendi a amar por você, você mudou minha vida. Eu mataria por você, morreria por você... Ou melhor, viveria por você.
Ele dizia aquelas palavras e se aproximava de mim, minha raiva ia embora mas eu ainda sentia meu sangue ferver.
- Kai... Eu não sei oque tá acontecendo.
- Talvez seja suas habilidades, elas estão voltando. - Kai diz tirando seus braços ao meu redor e passando as mãos em seus cabelos.
- Eu tenho habilidade? E oque seria isso? Porra! Sentir más pessoas?
- E suas más intenções. - Kai diz indo até a biblioteca e pegando um Grimório e o abrindo numa página. - Aqui, achei. Os seres mais poderosos normalmente carregam consigo habilidades para ajudar em seu desempenho. Como por exemplo: O Deus Zeus, ele tem a capacidade de controle dos céus e raios. Poseidon a habilidade de controle das águas. E assim por diante.
- Então quer dizer que a minha habilidade é sentir más intenções ou más pessoas? Que bosta de habilidade.
- Calma, normalmente são mais de uma. Você tá em fase de Novium, está se transformando no que era a 400 anos atrás. - Kai diz, guardando o Grimório.
- Entendi. - Digo sentando no sofá e percebo que Kai me segue, mas ficando um pouco afastado de mim.
- Ainda quer me matar? - Ele diz em tom irônico.
- Sim. - Digo séria, não aguento mais essa agonia.
- Vem, você só vai conseguir controlar isso enfrentando, vamos dormir juntos.
- TA MALUCO? EU VOU ARRANCAR SUA GARGANTA.
- Eu sou Malachai Parker, já tive a cabeça arrancada por um vampiro. Acho que aguento você arrancar minha garganta. - Ele diz estendendo a mão.
Eu resolvo aceitar, ele tá certo. Para o controle é preciso enfrentar.
Deito ao seu lado na cama, passam minutos e Kai já adormece.
Passam-se horas e eu não aguento mais! Eu preciso sair daqui. Me levanto e pego minha mala, coloco uma roupa qualquer e saio da casa dele, sem rumo algum.
Passo pelas ruas desertas às 3 da madrugada e percebo que tem uma mulher andando sozinha e um cara atrás dela. Ela parecia estar saindo do trabalho. Aquela onda de energia e pulsação volta, a vontade de matar também. Aquele cara não é boa coisa.
Me aproximo disfarçadamente, o cara aborda a mulher querendo tirar a sua roupa. Ela grita desesperadamente pedindo socorro. Eu pego ele pelo colarinho e o jogo longe
- Corre! - Digo olhando para a mulher que arruma sua blusa e acente.
O cara tenta correr mas eu apareço na frente dele. Ele grita com o susto e cai de costas, saio das sombras mostrando minha face, meus olhos vermelhos e sangrentos.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAH, POR FAVOR ME DEIXA, NÃO FAÇA NADA COMIGO. TENHA PIEDADE DE MIM! - Ele diz chorando e tentando se esconder de mim.
- Você merece ser punido. Sem piedade, merece conhecer o Diabo nos olhos.
- VOCÊ... MEU DEUS, SEUS OLHOS, SOCORRO ELA É O DIABO!!
Tampo sua boca e mostro minhas presas e digo:
- O Diabo não é sujo como você. - Eu só vi seus olhos amedrontados, aquela era a visão do paraíso: o medo da punição.
O drenei e queimei o resto do corpo num terreno baldio, peguei minha mala e segui meu rumo em uma floresta.

POV Lucy

Deitada em meu quarto fitando a parede. Eu preciso parar, não aguento mais! Não quero matar mais ninguém. Não aguento mais eles me culpando, eles não percebem que é uma forma de protesto? Mas eu não consigo parar, EU QUERO PARAR! Coloco a mão em meu rosto e puxo meus cabelos, minha cabeça dói pela culpa.
- FAAAZ PARAAAAR - Digo me ajoelhando no chão com a mão na cabeça, raios caíam do nada ao redor da casa.
- LUUUUCY! - Eu ouvia os gritos de Sam ecoarem pela casa e muitos passos correndo até o quarto. Sam adentra o local junto a Eva, Castiel e Dean.
- Saiam daqui! - Digo tirando a mão de meu rosto.
Dean se aproxima e diz:
- Calma, Lucy. Tá tudo bem.
- Eu disse pra sairem daqui, Dean. Ou eu não respondo por mim.
- Você nunca responde mesmo. - Dean diz em tom irônico e Sam olha para ele e diz:
- Me deixem sozinho com ela.
- CLARO QUE NÃO! - Dean diz e Castiel o interrompe:
- Venha Dean, ela não vai fazer nada com ele. Eu sei que não vai. - Castiel me olha com aqueles olhos frios e calmos.
- Qualquer coisa, me grita Sammy. - Dean diz dando uma última olhada para seu irmão.
- Como se você fosse suficiente para parar ela.
- Cala a boca, Eva. - Dean bate a porta com eles e Sam fica sozinho comigo. Ele se senta na minha frente, eu continuo com minha cabeça abaixada. Ele levanta a mesma com sua mão e eu a seguro com a minha. Ele me puxa e me coloca em seu colo, fazendo eu me deitar sobre seu corpo ali no chão.
- Eu não aguento mais. - Digo colocando minha cabeça em seu peitoral.
- Se acalma, eu tô aqui. - Sam diz me apertando forte em seus braços.
- Você só tá aqui porque pessoas podem morrer por mim e minha irmã. Na verdade, todos me odeiam pelo oque eu fiz... - Após dizer isso, Sam coloca suas mãos em meu rosto e o levanta sutilmente e direciona seu olhar no meu.
- Eu não te odeio, pelo contrário. Eu vim pra cá por motivos de salvar pessoas de vocês, mas eu acabei me envolvendo por você e eu me importo. Se eu não me importasse, acha mesmo que eu quase morreria naquele dia? E outra, sua mãe quis te proteger esses anos todos... Ela ama você.
Ele tinha razão, Eva nunca mentiu ela apenas omitiu, como eu disse: Os meios justificam os fins. Agora eu entendo tudo. Ele precisa saber do porquê eu fiz aquilo.
- Não foi por egoísmo, eu juro. - Eu digo olhando para baixo.
- Como assim? - Ele olha sem entender.
- Oque eu fiz, não foi por mim. Foi por todos eles. Ele não aguentaria. - Digo levantando a cabeça.
- Do que você tá falando? Lucius?

As filhas de Lucifer Onde histórias criam vida. Descubra agora