"A vida continua, fica tão pesada
A roda corrompe a borboleta
Cada lágrima, uma cachoeira
Na noite da tempestade, ela fechou os olhos
Na noite da tempestade ela voou para longe
Ela sonhou com o paraíso."
Coldplay - Paradise
Chris entrou de repente e minhas mãos pararam de exercer cada vez mais força sobre o pescoço de Margaret. Assim que viu o que eu estava fazendo, soltou um gemido de frustração e correu em minha direção.
— O que diabos você está fazendo Charlie?! — Ele me puxou para trás e Margaret ficou sobre a cadeira, arfando rapidamente enquanto segurava a própria garganta, aquilo certamente deixaria marcas.
Meu corpo entrou em estado de choque e eu me virei, meus braços estavam paralisados naquela posição e eu imaginei o que eu aconteceria se Chris não tivesse me parado. Eu seria idêntica àquela mulher. Eu seria uma assassina, e não estava sentindo nada.
— Charlie, pare de chorar, vai ficar tudo bem. — Chris sussurrou em meu ouvido e só então eu percebi as lágrimas que desciam novamente meu rosto, mas desciam tão rapidamente que logo achei que foi por isso que não as percebi.
— C-Chris, ela falou dos meus pais... ela não tem o direito de falar deles! Ela não tem o direito! — Gritei tentando me soltar para terminar o trabalho que havia começado e Chris me prendeu em seus braços, ele era mais forte, e de qualquer forma, no fundo do meu peito eu sabia que nunca quis me soltar dele, desde o momento em que o conheci.
— Charlie, eu estou aqui! — Chris falou e eu fui obrigada a encarar seus olhos azuis. — Isso, encare meus olhos e diga se eu sou um mentiroso!
Ele tentava me acalmar enquanto mexia nos meus cabelos com sua mão esquerda.
— Não entendi... — Falei tentando me soltar e ele apertou mais o abraço, ter meu corpo colado daquela forma ao dele era extremamente vergonhoso e ainda assim magnifico. Dois pontos se colidindo com força, a minha raiva e vingança acumuladas e o rio calmo que eram os olhos do homem na minha frente. Eu precisava me segurar naquela calma, precisava me afogar nos seus olhos para não me afogar no ódio que corria na minhas veias.
— Diga se eu estou mentindo quando digo que te amo. — Ele falou e eu o encarei, meu rosto corou instantaneamente e meu peito acelerou. Nossas estrelas colidindo, o ódio dentro de mim se transformando lentamente em algo brilhante, algo bonito. — Diga! — Ele gritou e foi como se o tempo estivesse parando lentamente, os ponteiros começaram a andar mais devagar no relógio de parede e eu fitei seus olhos azuis. Ele não estava mentindo, e meu coração também não estava, porque aquele som que saiu de seus lábios fez meus batimentos seguirem o mesmo.
— Você não está mentindo — Sussurrei de volta e Chris acariciou meus cabelos, suas mãos estavam geladas e seu peito subia e descia fazendo minha respiração se agitar cada vez mais.
— Isso mesmo Charlie. Eu te amo, e nenhuma coisa do universo vai tirar esse amor que eu sinto por você, não importa o que seja. Não importa se você for consumida por essa vingança. Eu vou te salvar.
Foi então que eu percebi que estava sem resposta, minha boca se abria ara responder mas eu simplesmente não consegui fazê-lo. Eu estava presa no que quer que fosse que estava acontecendo dentro de mim, a coisa brilhante estava colidindo com a estrela e tudo o que eu queria fazer era correr dali e não pensar em nada.
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Insanidade
RomanceOlá. Talvez não seja um prazer, não sei. Não confie nas pessoas, todas elas mentem. Meu nome é Charlie Watson, e essa é a história de como eu cruzei a linha entre a sanidade e a insanidade. Essa é a história de como eu conheci o amor da minha...