"Amor é mais como uma arma carregada do que uma rede segura para cair.
Como andar por aí com uma bomba
E apenas contar até a explosão."
Explosion - Seafret
— O que você acha que aconteceu comigo? Eu simplesmente não enxerguei mais nada na minha frente. — Expliquei enquanto Chris me encarava, seus olhos eram ainda mais bonitos a noite. — Aquela vaca não tinha o direito de falar dos meus pais.
— Você não vai se tornar uma assassina Charlie. Você ficou cega pela vingança e não conseguiu pensar em mais nada. — Chris respondeu e eu balancei a cabeça enquanto andava do seu lado. — Além do mais, eu posso te proteger de tudo o que acontecer.
— Não, você não pode me proteger porque não sabe do que ela é capaz. — Expliquei e ele começou a discar o número de Ellie no seu celular para avisar onde havíamos deixado o carro.
— Então me diga do que ela é capaz. Você ainda não contou o que aconteceu para odiá-la tanto assim — Chris guardou o celular de forma determinada e eu me sentei em um balanço que rangeu quando eu o balancei.
— Eu não preciso que você saiba disso. Não quero que sinta pena de mim — Falei fitando meus pés sujos de areia.
— E eu não vou. Não vou fazer nada que você não queira, nem achar que é vitimíssimo seu, só me conte. Por favor, não tente entender tudo o que eu aconteceu, apenas me fale.
Respirei fundo e tentei me acalmar, lembranças sempre foram o meu fraco, porque eu não gosto de lembrar e muito menos falar sobre as minhas derrotas, mas a forma como ele estava me olhando me deixou completamente sem chão.
Parei o balanço e fitei a areia, a vontade de chorar vinha com tudo, talvez fizesse parte do pacote eu parecer tão fraca e inútil. Era verdade, eu era apenas uma garota estúpida nadando contra a correnteza.
— Eu posso dormir agora? Eu... eu vou te contar tudo. Prometo. Mas eu não consigo, não hoje Chris — Sussurrei fitando o céu, pela primeira vez em uma noite não haviam mais lágrimas em meus olhos, eu havia gastado todas.
— O que vai fazer se eles quiserem te prender Charlie? — Chris perguntou e eu fitei uma constelação.
— Eu já sabia que isso ia acontecer, eu tenho... provas que vão provar minha inocência. – falei sentindo meus olhos pesarem e lembrei-me do algodão doce que comi no parque mais cedo. A única coisa que comi no dia todo. — Céus, o que eu estou fazendo? Eu estou tão cansada... — Me levantei do balanço e senti minha cabeça girar, eu ainda estava tonta, porque não comera nada desde o meio-dia, agora já eram onze da noite.
— Charlie! — Chris me segurou pela cintura antes que eu pudesse cair sobre a terra suja do parquinho.
— Me solta. Eu estou bem — Menti, e eu não estava conseguindo fazer isso direito porque as palavras estavam saindo emboladas e espaçadas.
— Sobe nas minhas costas. Eu vou te levar para um hotel e alugar um quarto — Chris falou e eu me senti tentada a me jogar no chão e rolar naquela terra até dormir, e então ser encontrada no dia seguinte por algum gari.
— Estou inclinada a recusar seu pedido — Sorri de canto e ele me puxou para perto.
— Você vai recusar Charlie? Um cara que está se esforçando? — Chris deu um sorriso torto e começou a acariciar meu cabelo.
Senti eu coração acelerar mas ignorei totalmente.
— Eu vou... — Falei baixo e ele riu me fazendo soltar uma gargalhada.
Subi em suas costas e ele segurou minhas coxas com cuidado, toda a cautela que ele tinha comigo estava começando a me deixar apaixonada por cada pequeno detalhe nele.
— Você está bem? Vou pedir uma pizza quando chegarmos lá — Chris falou subindo em uma calçada e me jogando um pouco para cima. Levei um susto enorme e me agarrei a ele como se fosse o próprio fim do mundo. Eu não ia cair.
— Char... Charlie? — Chris perguntou e só ai percebi que ele estava envergonhado o bastante para que parecesse um pimentão com pernas.
Soltei minhas mãos que estavam sobre seu peitoral e segurei seus ombros, eu também estava envergonhada, a diferença é que meu rosto parecia um vulcão.
— Onde você arrumou tanto dinheiro? — Perguntei.
Chris virou o rosto e permaneceu em silêncio, como se fingisse não ouvir a pergunta.
— Você roubou? — perguntei segurando mais forte seus ombros, com medo de que ele me jogasse na água gelada, já que estávamos passando perto de uma ponte.
— Sim. Da gangue. Mas eu quero que você entenda que eu não faço mais isso Charlie. Isso passou, ok? — Ele perguntou, e logo eu achei que era uma sorte imensa que ele estivesse de costas para mim, porque não devia conseguir encarar meus olhos enquanto falava aquilo. — Aliás, não é roubo quando já foi roubado.
Me abaixei um pouco e pousei minha cabeça entre seu ombro direito e seu pescoço.
— Está tudo bem. Eu entendo o porquê de você ter feito isso. — Sussurrei em seu ouvido e ele estremeceu parando de andar, observar a reação dele era divertido.
— Se eu não estivesse de costas pra você, eu te beijaria agora — Bem, agora não era tão divertido, e sim constrangedor.
[...]
Depois de Chris caminhar por mais uns quinze minutos (eu fiquei com pena de ele ter que me carregar até a porta do hotel mas mesmo assim não mostrei resistência).
Desci de suas costas e caminhei até a sua frente para lhe dar um beijo, tinha que agradecer de alguma forma. Lhe dei um selinho rápido, o saguão do hotel estava cheio por causa da festa do time de baseball no parque e eu estava envergonhada, mas o que poderia fazer? Ele era terrivelmente insistente em me provocar.
— Só isso? E eu te carreguei por meia hora Char... — Ele sorriu malicioso e atrás de Chris, eu vi uma menininha loira nos escarando, não era educado fazer aquilo com alguém nos fitando daquela maneira.
— O que foi? Está perdida? — Perguntei me abaixando e Chris apenas observou.
— Eu te vi na TV — A menina falou e eu engoli em seco, ela devia ter idade o suficiente para saber que os jornais estavam dizendo que eu era um assassina.
— Nem tudo o que a TV diz é verdade — Expliquei e ela se aproximou, sua mão era tão pequena que eu mal consegui resistir em abraçá-la. Sus cabelos desciam em cachos ao redor do seu rosto e ela usava um vestido preto e uma meia calça branca.
— Eu sei. Minha mãe diz que você não é a assassina, porque ela diz que você é muito boa pra ter feito algo assim.... — Sorri. E apesar do que ela estava falando, fiquei em dúvida sobre quem me conhecia a tal ponto de saber que eu não era a culpada.
— Onde está a sua mãe? — Perguntei me levantando e Chris segurou minha mão repentinamente.
— Como ela sabe que não foi você? — Ele perguntou e eu neguei com a cabeça erguendo a outra mão, não tinha como eu saber.
— Annabel! Não corra assim da mamãe. Vai acabar se perdendo... — A mulher loira se aproximou, seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, era impossível que eu não a reconhecesse. Foi ela quem me mandou para a casa de Margaret ao invés de me deixar no abrigo.
— E-Elizabeth? — Perguntei assustada e apertei a mão de Chris, ele se aproximou e me abraçou de lado. — O que está fazendo aqui?
Desculpe estar postando tão tarde! mas é que amanhã voltam as minhas aulas e estou na correria com alguns projetos meus, mas obrigada pelos comentários.
Por favor responda a pergunta: Qual horário eu deveria postar um capítulos?
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Insanidade
RomantikOlá. Talvez não seja um prazer, não sei. Não confie nas pessoas, todas elas mentem. Meu nome é Charlie Watson, e essa é a história de como eu cruzei a linha entre a sanidade e a insanidade. Essa é a história de como eu conheci o amor da minha...