Capítulo 16 - Margaret

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"O perigo é que eu sou o perigo

E eu posso simplesmente te destruir.

Kill of the Night – Gin Wigmore

Ellie

— Como assim você quer terminar?! — Marcus gritou jogando o copo de whisky barato na parede e eu arregalei os olhos. Não de medo e sim por ele estar agindo como um imbecil na minha frente pela primeira vez. — Nós nem começamos isso direito e você já quer me largar? — Seu maxilar se enrijeceu e ele olhou em minha direção, a raiva foi a única coisa que consegui identificar no seu olhar.

—Estou terminando o que nem ao menos começou Marcus. Porque você é um desgraçado machista e eu não sou um pedaço de carne. — Quase gritei em frente ao seu rosto e ele me empurrou na parede do galpão onde estávamos, vários brinquedos do parque jaziam quebrados sobre o chão imundo.

— Puta que pariu! — Ele gritou contra meu rosto e enterrou a cabeça entre meu pescoço e meu ombro. — Quando as pessoas irão parar de me deixar? — Ele sussurrou sem que percebesse e eu senti o ar ficar pesado e frio. Do que diabos ele estava falando?

— Quando você parar de ser um imbecil com todo mundo. — Respondi irritada e o empurrei para longe de mim.

— Pelo amor de Deus L, não me deixa. — Ele pediu segurando meu braço e eu puxei com toda a força que tinha.

— Não coloque Deus nisso, não coloque mais ninguém. — Murmurei irritada e saí daquele galpão, deixando Marcus gritando meu nome em frente ao portão. Eu tinha capacidade de arrumar alguém melhor e sabia disso.

Não demorou muito pra chegar no parque e eu senti uma movimentação estranha, havia uma multidão de pessoas ao redor da roda gigante, olhei para todos os lados e vi que no centro uma viatura da polícia girava sua sirene.

Charlie

— Ela não matou ninguém — Chris respondeu ao homem e me protegeu fazendo com que eu ficasse atrás dele. Até nesses momentos, ele agia para me proteger.

— Nós não sabemos. E por isso a senhorita tem que vir comigo, existem provas de que você matou essa garota — O policial falou e Chris apertou minha mão fortemente, eu caminhei até o seu lado e fitei a viatura.

— Eu vou ser presa? — Perguntei, minha voz tremula como as minhas pernas, o nó se formou rapidamente em minha garganta e eu achei que fosse desmaiar ali.

— Não. Você é suspeita — O oficial respondeu e então me encaminhou para dentro da viatura, antes disso ele colocou as algemas nos meus pulsos e eu senti o local ser apertado, aquilo doía, mas não pelo fato de estar apertada. Eu estava sendo suspeita de matar Amy. Eu iria no banco de trás e não na mala como os criminosos de verdade iam.

— Eu não vou deixar que levem ela. Vocês não podem fazer isso... — Chris falou e eu soltei Pirata no chão, meu passos eram lentos e trêmulos, como se perdesse a noção de como andei toda a minha vida, para piorar haviam milhares de pessoas fazendo tumulto ao nosso redor, os muitos sussurros contra mim começaram a me atingir em cheio.

"Ela matou uma garota, aquela da TV"

"Ela precisa de ajuda psicológica"

"Ainda bem que está sendo presa"

PAREM, por favor parem de falar assim!

Lágrimas começaram a descer meus olhos e eu encostei a cabeça para trás no banco, eu não havia matado aquela garotinha, e além de tudo eu já sabia qual era a prova que tinham contra mim. O maldito taco de baseball.

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