Capítulo 15 - Suspeita

13 1 3
                                    

"Eu dou uma olhada para baixo

E eu sei que vai doer bater no chão

Mas eu não acho que me importaria de cair

Alguém sabe? Há alguém assistindo?

Estou recebendo ideias loucas na minha cabeça

E eu não acho que sou capaz de detê-las."

Jump – Astrid S

Charlie

— Você não vai conseguir acertar aquele urso! Está muito longe... — tentei avisar para Chris mas ele se recusou a me ouvir, apenas dava risada e brincava com os dedos no gatilho.

Na primeira tentativa: Ele errou.

Na segunda tentativa: Ele errou e eu ri mais ainda.

E então na terceira tentativa ele acertou em cheio a testa do enorme urso que caiu para trás me fazendo soltar um gritinho histérico de alegria.

— Como você fez isso?! — gritei animada e o homem de cabelos grisalhos lhe entregou o urso que tinha quase o meu tamanho para Chris.

Nos afastamos da barraca e caminhamos até a praça de alimentação, era bem mais vazia que nos outros lugares.

— Fica com ele — Chris me entregou o urso e eu corei dando uma risada fraca, ele usava uma roupa de pirata e tinha o pelo branco. — Ah, deixa o pirata pra lá — Chris agarrou minha cintura e a única coisa que passou a nos separar foi o urso branco, dei um sorriso de canto e fitei aqueles olhos azuis com cuidado, meu braço fez um movimento involuntário e eu acariciei seu rosto, meu coração batia tão loucamente que podia sofrer um infarto. Mas então eu finalmente me lembrei de que haviam pessoas nos olhando, e isso fez com que minhas bochechas adquirissem um vermelho forte.

— O que foi? — perguntei para Chris e ele sorriu me deixando sair, ele segurou o ursinho e nós começamos a andar em direção à máquina de refrigerantes.

Ele me entregou uma Fanta e eu sorri, estava sem graça por conta do que havia acontecido poucos segundos atrás.

— Qual é problema Charlie? — Ele perguntou sem querer nada e eu sorri de canto apertando o urso gigante contra meu peito sem deixar que percebesse o quanto eu estava nervosa. — Anda, vem comigo, vamos na roda gigante. — Chris me puxou pelo braço antes que eu pudesse falar qualquer coisa.

Depois de passarmos por toda aquela multidão de pessoas desesperadas chegamos na nossa vez, a fila não estava tão grande, e isso era bom, porque eu não ia aguentar ficar esperando com seu olhar sobre mim, ainda me deixava extremamente nervosa.

Entramos dentro da cabine e eu coloquei "Pirata" ao meu lado, Chris sentou na minha frente e foi ai que percebi o quanto os bancos eram próximos,

Talvez porque rodas gigantes são feitas para casais.

Depois de poucos minutos de silêncio a cabine começou a subir e então parou, me dando um frio na barriga e um enjoo horríveis.

Chris me encarou e soltou um suspiro pouco tempo depois de a cabine parar.

— Eu sei o quanto você quer saber do meu passado Charlie, não sou idiota. — Ele falou olhando para a janela enquanto checava o celular, guardando o mesmo no bolso logo em seguida. — Faça as perguntas que quiser.

Bastaram essas palavras entrarem pelos meus ouvidos que me peguei perguntando a mim mesma qual era a altura da cabine até o chão e como quebrar a janela.

InsanidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora