Capítulo 24

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Eu fui para casa e assim que coloquei os pés porta a dentro desabei, parece que o tempo sozinha no carro foi tempo suficiente para que eu me desse conta da gravidade da situação em que estava metida, o Matt seria pai daqui a quatro meses e eu não quero nem um pouco ser a pessoa que vai acabar com a vida dessa pobre criança a tirando de seu pai...

Ouço meu celular tocar e atendo imediatamente...

- Alô? - o número é de Laura.

- Oi amiga, eu estava pensando em passar aí agora, posso?

- Com certeza, eu estava mesmo precisando de você.

- Calma aí que já estou chegando, mas enquanto isso me atualiza da situação por telefone mesmo.

Eu a contei tudo, detalhe por detalhe, mesmo que fosse difícil descrever o dia horrível que eu tive.
Assim como para mim, para ela também foi uma surpresa a notícia, até parecia mentira....

- Cheguei! - ela entrou sem bater.

- Que bom!

- Sua salvação está aqui... - ela me abraçou, e eu retribui.

- Vamos sentar. - falei e a guiei até a sala.

Nós fomos até a sala onde nos aconchegamos no meu enorme sofá branco...

- Lia eu sinto muito.

- Eu sei, eu também.

- O que você está pensando em fazer? - a voz dela soa preocupada.

- Sinceramente chega a doer só de pensar, mas acabar com isso tudo me parece a melhor opção. - encosto minha cabeça no sofá.

- Não faz isso Lia, você está de cabeça quente, basta pensar um pouco e as coisas vão ficar mais claras para você, você vai ver. - ela fala chamando a minha atenção.

- Talvez você esteja certa, mas essa seria minha última opção, eu o amo, amo tanto que nem sei como vou falar isso para ele, mas sinto que é o certo a fazer, essa criança que está prestes a nascer merece uma família feliz, afinal ela não tem culpa de nada.

- Ai amiga, eu imagino como deve doer para você, se eu puder ajudar em qualquer coisa me fala.
Eu já vou indo ta, está tarde. - olho no relógio e me dou conta de que eu já deveria estar dormindo.

- Está bem, obrigada pelo seu apoio de sempre!

Nos despedimos e ela se foi...

Ao deitar minha cabeça no travesseiro o choro é inevitável, eu queria tanto de todo o meu coração que isso não fosse verdade, faziam apenas algumas horas mas ele já estava fazendo falta, talvez porque sei que essas horas não são nada comparadas com o que há de vir, eu já me decidi, me decidi na hora em que ele me deu a notícia, foi como um soco no estômago, foi imprevisível e me machucou muito, sei que não estávamos juntos ainda quando essa criança foi gerada mas não é a mesma coisa, pra isso é preciso um tempo de adaptação, e eu não sei se um dia as coisas entre nós vão melhorar, mas uma coisa é certa..
Isso acaba por aqui!

Eu demorei mais do que eu planejava para dormir, o que aconteceu simplesmente não sai da minha cabeça, mas eu me obrigo a fechar os olhos....
Eu acordo com o barulho chato do meu despertador, e embora eu não queira eu levanto e começo a me arrumar, eu coloco uma calça flare cintura alta de cor preta, uma blusa branca e um salto, assim que estava pronta saí de casa...


Cheguei na empresa e ao colocar os pés no elevador meu coração acelerou de uma maneira que eu tenho quase certeza de estar ouvindo o som dele batendo.
Finalmente eu cheguei no meu andar e caminhei pelo corredor como se nada de mais houvesse acontecido.

AconteceuOnde histórias criam vida. Descubra agora