Capitulo 01

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Treze anos antes da revolução do Tordo. Distrito 7

Tochas acesas pela noite cortavam todo o distrito, pessoas inquietas foram autorizadas a sair de suas casas para assistir ao que iria acontecer. Os gritos de uma mulher pedinte, o choro de uma criança se instalavam no ar. Homens e mulheres, choravam em silencio pelo o que iria acontecer. Todos sabiam a verdade, mas quem iria contra a capital? Não importa o quão ruim era a vida, ainda assim era vida, pelo menos para eles.

- Não, Michael! – Gritou a mulher de cabelos loiros, tentou agarrar seu marido, mas foi impedida, um dos pacificadores a empurrou.

- Não, Clara! – O homem, com o rosto sujo de sangue e o olho esquerdo inchado, gritou para a mulher. Eles tinham filhos, três e não poderiam ficar sozinhos.

Finalmente chegaram ao local onde ocorreria a punição do homem. No meio da floresta, na árvore mãe. Ela era mais velha que a guerra, sobreviveu, mesmo com todos os bombardeios, suas raízes estão plantadas tão fundo na terra que diziam que se a árvore fosse cortada, um grande buraco se abriria no chão e o Distrito 7 seria sugado para dentro dele.

- Saúdem o Presidente Snow! – O capitão dos pacificadores tomou a frente e abriu seu dispositivo de comunicação. Logo um holograma surgiu no céu, onde revelava-se o Presidente Snow.

- Boa noite, Distrito 7. É com um enorme pesar que preciso fazer esse pronunciamento. – O homem de cabelos grisalhos e de aparência pacifica, tinha um olhar triste, mas todos conheciam bem Snow. O olhar de velho pacifico, estava longe de ser verdade. – Hoje a frente de vocês temos um criminoso, este homem Michael Jauregui, está aqui perante a árvore mãe para pagar por seus crimes. Ele é responsável, por não somente, um, mas sim três assassinatos. 

- Mentira! – Taylor, a filha mais nova dos Jauregui gritou. Em seus oito anos, não entendia o quão grave era interromper o Presidente.

- Papai está bem. – O homem sorriu para ela. 

- Está noite, puniremos com morte, aquele que tirou três vidas inocentes. – O Presidente fez uma pausa. Parecia que ele conseguia olhar dentro da alma de cada uma das pessoas que estava ali, principalmente a de Lauren, a filha mais velha do homem. – Atos assim não serão perdoados e todos que tentarem atos semelhantes, serão sentenciados a morte. – Snow deu seu recado. Não era preciso ser direto, afinal, todos puderam entender o que ele queria dizer. – Este homem será enforcado e permanecerá pendurado até o sol nascer. Como um ato de cortesia, despeça-se de sua família.

A mulher loira e seus três filhos correram para abraçar ao homem. Todos choravam, exceto o homem, jamais choraria, se estava morrendo era por algo que acreditava e sabia que sua luta não fora em vão, nem a de seus colegas.

- Clara eu não quero que você e nem as crianças vejam isso. – O homem fez seu ultimo pedido.

- Eu te amo. – A mulher pronunciou em meio a soluços.

- Eu também te amo, não se esqueça, nossa fuga está próxima. – Ele sussurrou a ultima parte.

- Vamos crianças.

Em meio a gritos estericos de sua filha mais nova Taylor, e ao choro silencioso de seu filho do meio Christopher, Clara conseguiu arrastar os dois, mas Lauren, a mais velha permaneceu. Seus olhos estavam vermelhos, as lagrimas caiam de tão teimosas que eram, mas a morena permaneceu com seus olhos grudados no pai. Os pacificadores o fizeram subir num banco alto, passaram a corda em seu pescoço, alguns até riam.

- Ultimas palavras? – O capitão dos pacificadores, John Church, falou.

- A morte é só uma fuga, uma distração, meus ideais continuam vivos, porque não sou um, somos vários. – O homem olhava diretamente nos olhos verdes de sua filha mais velha. O chefe chutou o banco e o corpo do homem caiu.

The Hanging TreeOnde histórias criam vida. Descubra agora