Dudinha
A confusão está formada e parece que amenizar o clima não vai ser possível, o meu pai fica cada vez mais nervoso e o Nicolas grudou na minha cintura que não tem Cristo que separe.
- Pai. - Eu digo o encarando.
- Que?
- Eu posso conversar com você em particular por favor?
- Não!
- Então reformulando: será que essa sua bunda machista pode entrar em movimento e me acompanhar até um local privado, onde nós podemos, como adultos que somos, manter uma conversa civilizada?
- Você me chamou de machista?
- Não, de componente da marcha das vadias.
- Eduarda!- Ele diz ameaçador.
- Quer saber eu vou para o escritório, o senhor tem 5 minutos para estar lá, caso contrário esqueça que você tem filha. Tenho dito! Me solta Nicolas que eu tenho que resolver isso sozinha! - Ele com muito custo desata do meu corpo.
Considerando que normalmente os meus irmãos nem sonham em desafiar o Dr. Gustavão, é no mínimo hilária a cara de espanto deles. Minha mãe só observa tudo meio que apreciando a minha atitude, ao passo que o Nicolas aparenta estar verdadeiramente preocupado com a situação, querendo me proteger a qualquer custo.
Claro que eu nem preciso dizer que eu rezei para uns trinta santos pedindo para que aquele ogro do meu pai viesse ao meu encontro. E quando a porta do escritório se abriu eu soube que minhas preces foram atendidas.
- Fala. - Vocês tinham que ver a cara emburrada dele, mas vocês já conhecem essa figurinha tarimbada, portanto, vocês já devem imaginar a carranca do homem.
- Você sabe que na verdade eu só tenho um pai não é mesmo?
- Eduarda é bom que você nem brinque com essa porra de história que eu não sou seu pai.
- Eu sequer cogitei falar algum absurdo nesse sentido.
- Mas. - Ele começa a dizer meio que não entendendo o que eu disse.
- Você é o único pai que eu conheci na vida, o Carlos Eduardo na verdade nunca agiu como pai de verdade. Você que me levou na escola, que me ensinou a dirigir, que me inspirou a ser advogada, que deixou eu brincar de maquiagem com a sua cara, que me cuidou quando eu estava com cólica. Você é o meu pai, mais ninguém! Por isso que tudo que você pensa é tão importante para mim.
- Porra Dudinha! - Eu vejo que as minhas palavras já começam a atingir aquele coração duro, mas que na verdade é de manteiga. Ele fica nitidamente bem sem jeito, totalmente fora do seu perfil senhor de si.
- Você quer mesmo me magoar num dia tão importante para mim?
- Claro que não! Eu só quero arrancar o saco daquele ruivo filho da puta!
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Princesa é o Caralho!
RomansaO que você faz quando o cara que você ama acha que você não passa de uma princesinha intocada? Uma menininha que não sabe o que quer? E, definitivamente, aquela que não se deve tocar? Cresce, pois muito possivelmente ele está com toda a razão. Exa...