Capítulo Dezesseis

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Daniel's

E hoje é dia de pegar no batente e fazer o que eu gosto: tocar. Depois daquela mensagem da Isa e da carta, eu não voltei a me 'comunicar' com ela e ela nem me procurou também. Eu e Mica terminamos de arrumar a casa e a deixamos nos eixos e assim a semana se passou, tanto que hoje já é sábado e eu vou ter que trabalhar. O PR está em andamento com força total, sempre que bate alguma inspiração ou escuto alguma música eu corro para anotar.

Peguei minha mala média e a deixei sobre a cama, eu iria passar uns dias fora tocando em festas, aniversários e até em uma renovação de votos de casamento. Andei até o meu closet e de lá tirei todas as roupas que eu iria precisar para esses dias, ou seja, não seriam muitas e nem poucas, e pela primeira vez na vida a minha mala estava organizada e não um caos total. Quando terminei de arrumar as minhas coisas já se passavam das 9h30 da manhã, coloquei minha mala no chão e troquei meus chinelos por um par de vans.

Passei perfume e me dei uma olhada no espelho, nada mal. Juntei minhas chaves, carteira e minha mala saindo do quarto. Mica estava esticado no sofá assistindo um desenho qualquer. O cutuquei e ele me olhou brevemente em silencio, tirei uma das pulseirinhas Vips do bolso de onde eu iria tocar hoje e joguei para ele, que me olhou sem entender.

- Hoje às 22h30, aparece lá! – falei já me encaminhando para a porta.

- Vip? – escutei ele gritar e involuntariamente soltei um risinho.

- Só pra quem pode! – me virei e pisquei maroto para ele que me tacou uma almofada. – Vou ficar uns dias fora, mas a gente se fala depois!

- Vá com Deus, amore mio! – chacoalhei a cabeça e sai de casa chamando o elevador, entrei no mesmo e desci até a garagem. Coloquei minhas malas no porta-malas, fechando-o em seguida, dei a volta no carro e me sentei no banco do motorista dando partida.

Hoje, definitivamente, o transito estava um caos total sem sombras de duvida, já que quando eu penso que vou me livrar de um congestionamento me meto em outro. Isso estava ficando muito estressante e entediante, enquanto o transito não fluía resolvi checar as horas. Quase 10h30, há essas horas eu estaria chegando ao local aonde eu iria tocar já que era na cidade vizinha, mas não, essa porra de transito tem que complicar mais ainda a minha vida. Voltei meus olhos para a tela do celular e percebi que havia uma chamada não atendida do... Samuca. Sim, o Samuel irmão da Isa.

Será que está tudo bem com ela? Será que ela voltou a ficar bêbada? Será que ela tá chorando de novo por minha culpa? Deus, o que será que ele quer comigo?! Sem conseguir me conter, disquei de novo e no primeiro toque ele me atendeu.

- Danny, brother! – Samuca falou todo animado e aí eu pude respirar aliviado.

- Samuca, vi que você tinha me ligado aí resolvi ligar de volta! – respondi. – Tá tudo bem?

- Sim a Isa tá dormindo ainda, mas eu preciso de um favor teu! – rápido como sempre, esse meu cunhadinho!

- E tá demorando tanto assim pra falar, por quê? – indaguei risonho e olhei para frente no exato momento que o carro da frente andava um pouco, troquei de marcha e me aproximei.

- Assim é você que vai tocar hoje na cidade vizinha né?! – respondi com um 'Sim', ainda não entendo o que ele queria. – Tu já tá lá?

- Não, nem consegui sair da cidade ainda, tá um transito dos infernos! – resmunguei e o meu estomago roncou.

- Me leva junto? Por favor! – Samuca choramingou nos meus ouvidos e eu tive que rir.

- Mas eu não volto hoje, daí você viria com quem? – e ele log tratou de responder.

Para Sempre JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora