Capítulo Dez

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Daniel's

Um dia havia se passado e nada de noticias dela. Meu coração batia violentamente contra o meu peito me fazendo crer que ele escaparia a qualquer momento, me sentei na cama e calcei meus tênis da Vans. Joguei uma camiseta qualquer sobre meu ombro e peguei meu celular saindo do meu quarto, ontem depois da Isa ter saído ainda de noite daquela casa não tive coragem de ir atrás dela. E o por quê? Pois bem eu sabia que não iria adiantar de nada correr atrás dela no estado em que ela se encontrava.

Dormir foi algo que eu não consegui mais após ter percebido que eu posso nunca mais sentir seus carinhos, seus abraços e seu beijo. Que posso nunca mais tê-la. Sentei-me perto das janelas e abri as persianas observando a rua deserta e escura, não a vi indo embora e assim preferi, mas eu senti a sua ausência e uma agonia me domou de corpo inteiro me fazendo tremer e meus olhos inundarem.

Engoli o soluço que se formava na minha garganta, encostei-me na parede e me encolhi um pouco deixando as lágrimas rolarem pelo meu rosto. Um vazio me envolveu completamente e fiquei chorando como uma garotinha até o sol raiar e assim ele seca-las. Logo após todo esse chororô, criei coragem e me levantei erguendo a cabeça, e isso era uma coisa que eu teria que fazer diariamente de hoje em diante.

E agora aqui estou na casa da minha mãe tomando um café para ver se acordo de um pesadelo, mas eu sei que a cafeína não irá resolver meus problemas. Tirei o celular do bolso e chequei as mensagens e as ligações perdidas, mas nada! Dei login no facebook e um estalo se deu na minha cabeça, entrei no perfil da Isa e chequei seu status que ainda se encontrava em "Em um relacionamento sério com Daniel Jonas" e só de ler aquela frase meu coração deu uma reação de vida.

Deixei meu café inacabado e me levantei da mesa, vesti minha camisa e desci para rua para ter mais privacidade. Entrei no carro e disquei o número da Isa, mas ela não atendeu pela vigésima vez. Resolvi apelar e liguei para o Samuca que me atendeu no primeiro toque.

- Hey, Samuca! – minha voz estava meio rouca, triste.

- Oi, Danny! Tudo beleza cara? – adolescentes e suas gírias.

- 'Tamo indo né?! – resmunguei dando partida fazendo o motor roncar.

- Se tu diz... – Samuca falou contrariado e um sorriso quis brotar nos meus lábios, ao notar que ele me conhecia como um irmão conhece o outro. – Mas indo direto ao ponto, o que tu quer saber?

- A Isa tá em casa? – e sem rodeios perguntei e no mesmo instante o meu peito se encheu só em pronunciar o nome dela.

- Ela foi trabalhar cara, mas... – e ele parou de falar deixando aquele "mas" incompleto.

- Mas? – indaguei extremamente curioso e com medo de algo ter acontecido com ela.

- Mas ela não aparentava estar no seu estado normal se é que tu me entendes... – e um suspiro se fez ouvido. – Ela estava risonha, fazia piadinhas e estava com os olhos vermelhos e depois que eu subi no quarto dela para pegar um dos chocolates dela achei uma garrafa de 51 totalmente vazia, a Isa não bebe... Não é?

- Não, ela não bebia... – suspirei olhando fixamente pra frente. – Agora já não sei...

- Tá, não entendi! – ele resmungou contrariado.

- Valeu, tchau Samuca! – e rapidamente desliguei o celular colocando no silencioso, joguei-o no banco de carona. Liguei o rádio e por ironia do destino aquela música era tudo e por eu estar vivendo aquele momento, não troquei de estação ou de música apenas deixei que ela fluísse e assim me mostrasse o tudo que eu sentia e estava me sufocando.

Para Sempre JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora