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Mas eu não moro no lugar tão ruim assim, moro em uma cidade que é considerada o meio do mundo, aqui tem rio, tem árvores, tem comidas que particularmente eu amo, e tem infratores que te roubam se você piscar. Minha mãe que é uma mulher loira, branca, baixa, e tem lá seus encantos, sempre me reprime, prefere que eu fique em casa, deitado com meus jogos no celular, com minhas pilhas de revistas de heróis. Já meu pai um cara alto, moreno, e com pouquíssimos cabelos, já não liga muito por onde eu ando, ou com quem estou, ele digamos que se importa com o meu oxigênio, eu respirando, vivo, é o que importa. Alicia tem mãe, ela é bem contraditória, já se acostumou com minha presença não presente na vida da filha, ela tem um irmão também, mas eu não diria certamente um irmão, tá mais para uma estátua faminta. Tirando animalzinho de estimação que tem. Finais de semanas eu costumava viajar em família, para um terreno que minha tia comprou, que antigamente era da minha vó, então por ser relíquia ela achou que deveria comprar, afinal minha vó é o membro mais importante que temos e relembrar os velhos tempos de infância é sempre bom. Sempre gostei de viagens de carro, ainda mais longa, 2 ou 3h, gosto de olhar para as nuvens e adivinhar qual desenho que ela representa, gosto do cheirinho do mato, do balançar das Palmeiras. Me passa paz. A casinha é bem simples, de madeira, com diversos quartos e redes por toda parte, gosto das brechas que tem nas paredes, gosto das estrelas que ficam mais evidentes e de parentes rindo, pescando, contando história satírica, barulho do motor do barco, da maresia que bate na beira do rio.

Alicia só AliciaOnde histórias criam vida. Descubra agora