infância

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Voltar pra casa também é sempre bom, a sua cama, objetos, cheiros, recordações, falar com Alicia sobre como eu pulei na agua e como eu lembrava dela enquanto comia um bom chocolate de panela. Fico pensando na morte, já tive varios conceitos, acho que tem uma outra vida sim, e que não podemos ir até lá, assim como eles não podem vim até nois, quer dizer, podemos mas no tempo certo. Fico pensando em como pode ser ruim uma perda, como pode ser dolorido e sofrido, nunca perdi alguém tão proximo, mas lembro de ir a velórios de amigos da minha mãe, lembro da pessoa branca como papel, com alguns traços irreconhecíveis, mas nunca toquei por medo, não sei, eu só era uma criança, que por sinal tinha mais coragem que agora, que sou um pré adulto com 20 anos de idade. Não sabia que seria tão tedioso crescer, e que aquela vontade de sair pra brincar na chuva, na lama, e criar uma nova cicatriz passaria. Lembro dos dias que eu fugia da minha mãe, colocava a camisa, e a bermuda mais velha, porque se fosse nova eu com certeza não precisa voltar pra casa e torcia pra sandália não arrebentar nessas minhas aventuras, como era bom sair atrás de frutas nas árvores vizinhas, de entrar em quintais atrás da bola que caiu, e os amigos que ganhamos, é tudo inesquecível.

Alicia só AliciaOnde histórias criam vida. Descubra agora