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- O que? - Gritou Makeehna ao aparelho celular. - Como isso aconteceu? Esquece, não quero saber como essa merda aconteceu... Seu idiota incompetente... Eu não quero saber... Encontre-a ou eu vou demitir você, seu imbecil. - Colocou o celular no bolso do casaco, dando partida no carro logo em seguida.

- O que houve? - Kevin perguntou.

- O que houve? - Perguntou de volta em deboche. - Que tipo de “ótimo” policial você designou para vigiar a Weine?

- Um dos melhores. - Respondeu.

- Melhores? Ela conseguiu fugir. Não quero nem saber quem é um dos piores naquela DP.

- Não sei o que aconteceu, você sabe que ele é bom.

Estevão aumentou o volume da música que tocava em uma rádio aleatória, ignorando totalmente o amigo até chegarem à empresa na qual a vitima trabalhava.

Deixaram o carro no vasto estacionamento e seguiram em direção à recepção luxuosa da Spacey Model.

- Bom dia. Gostaria de falar com o dono dessa joça. - Disse Makeehna.

- Bom dia senhores. Em que posso ajudar? - Uma mulher de uns vinte e tantos anos lhes sorria gentilmente atrás de um balcão branco, ignorando o que o detetive acabara de dizer.
Tudo ali parecia moderno, inclusive o próprio balcão.

- Gostaríamos de ter uma conversa com o dono da empresa, por favor! - Pediu Kevin.

- Isso não será possível, rapazes. Ele se encontra em reunião no momento. - Disse assim sem mais nem menos e sem largar o belo sorriso.

Makeehna não gostava muito de exibir seu distintivo, mas sentiu a necessidade de quase esfrega-lo na cara da recepcionista.

- Será que ele poderia nós atender agora? - Sorriu na mesma proporção que à moça.

- Desculpe a grosseria do meu parceiro. Ele não está em um dos seus melhores dias. - “Ele nunca está!”. Pensou Kevin. - Estamos aqui para conversar sobre a morte da modelo Melinda Lewis.

A recepcionista empalideceu e seu sorriso sumiu imediatamente. Ela discou algumas teclas no telefone, disse algumas poucas palavras e voltou a sua atenção para os policiais.

- O Senhor Howard irá atendê-los. - Sorriu.

- Ele não estava em uma reunião? - Makeehna ressaltou.

- Oh, sim! Mas não era algo tão importante. - Estevão se divertia vendo a recepcionista corar por sua mentira. - Ultimo andar, senhores.

- Obrigado. - Kevin agradeceu.

Chegaram ao andar indicado pela recepcionista e não foi difícil encontrar a porta que indicava a sala do patriarca do lugar. Até porque, só havia uma sala e bem próxima a ela, mais uma moça também de vinte e tantos anos os aguardava sorridente igualmente a recepcionista.

- Esse tal de Howard adora uma moçoila. - Estevão sussurrou para Kevin, sorrindo discretamente.

- O que você quer? Ele é dono de uma empresa cheia de modelos.

- Bom dia! - a moça os saudou. - Senhor Howard os aguarda.

Kevin deu um breve aceno de cabeça e os dois adentraram a sala extremamente clara, encontrando um homem de meia idade sentado atrás de uma mesa de partes tão finas que quase não seria notada se não fosse o notebook em cima da mesma.

- Olá, senhores. - O homem elegantemente bem trajado saiu de sua poltrona aparentemente muito confortável.

- Bom dia, Senhor Howard! - Makeehna apertou a mão do homem.

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