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3 anos antes

Stella se casaria em algumas horas e sua madrinha ainda estava deitada. Sua disposição naquele momento era zero. Sara havia feito algumas horas extras no trabalho que resultaram em uma semana de folga e ela queria aproveitar o máximo de descanso que pudesse. Porem, não seria possível descansar naquela dia ensolarado de domingo, pois tinha uma amiga para casar no final da tarde.

Sara levantou, abriu as cortinas e sorriu com os poucos raios dourados de sol que atravessavam as janelas de vidro, simultaneamente, fechou os olhos e levantou os braços em uma tentativa de se espreguiçar e sentiu mais ainda os raios não muito quentes de verão londrino. Feito isso, voltou-se e deu uma olhada pelo quarto e encontrou perto da cama uma garrafa de vodca que tinha ganhado em uma aposta com Thales na noite passada. Foi ate ela, abriu e tomou um gole do liquido transparente, forçando uma careta logo depois. Em seguida foi ate a cozinha deixando a garrafa em cima da mesa e colocou um pouco de água na cafeteira sentou em um dos bancos altos que combinavam com o balcão de madeira que separava sua cozinha da sala enquanto esperava o café ficar pronto, o telefone começou a tocar e Sara atendeu sem muito esforço, pois o telefone ficava na parede próximo onde ela estava.

- Alô.

- Sara, sou eu, Stella.

- O que quer Stella? Você não deveria estar focada em ficar bonita?

- Eu não preciso me esforçar muito para isso. - Sara revirou os olhos.

- Porque ligou?

- Aposto que você acordou agora, pelo amor de Deus, não derrame nada no seu vestido na hora de sair. - Sara era a pessoa mais desastrada em seu grupo de amigos e família, talvez a pessoa mais desastrada que todos eles tiveram o desprazer de conhecer.

- Ligou só pra isso? - Perguntou.

- Não, mandei uma foto pra você das minhas unhas, não sei, talvez devesse mudar a cor, um branco menos transparente, quem sabe, quero sua opinião.

- É a terceira vez que você pinta as unhas em 17 horas e estão lindas do jeito que estão.

- Eu sei, eu caso em 6 horas e não consigo decidir à cor do esmalte.

Sara suspirou, Stela era nervosa e apenas John sabia acalma-la.

- Michael já levou sua moto no salão de festa.

- Não sei como, às vezes seu irmão não sabe guiar a si próprio. 

- Todo mundo sabe que Michael é um pirralho inconsequente, mas sabemos também que é doido por você e faz qualquer coisa pra te agradar.

Michael tem 18 anos e desde o dia que viu Sara com sua irmã começou a mudar tentando chamar atenção da moça. Ele nunca tentou esconder o que sentia, mas era tratado como uma criança pelos atos rebeldes e inconsequentes, por isso não lhe davam credito algum.

- É bom que ele tenha tomado conta da minha Bird. - Stella riu, ela sempre ria quando Sara se referia a moto com esse apelido, além de achar cafona era estranho chamar uma moto de pássaro.

Bird era o nome carinhoso que Sara deu a sua moto. Era uma thunderbird 350, tinha ganhado a mesma de seu pai quando se mudou com Stella e nunca mais conseguiu larga-la. No inicio ela não gostava muito, mas depois foi se acostumando e a Bird foi se tornando uma parceira para Sara.

- Ok,ok. Garanto pra você que aquele idiota não deixou nenhum arranhão na Bird. - Riu mais uma vez. - O bolo já deveria ter chegado, eu sabia que não deveríamos confiar naquela mulher, às calças dela tinham ursinhos coloridos, não da pra confiar em alguém que usa calças de ursinhos coloridos... - Stella começou a falar sem parar e dessa vez Sara quem riu. - Sara me ajuda! - Suplicou Stella.

- Ei, ei, ei. Respira comigo. - Pediu Sara, respirando alto para que Stella a acompanhasse. - Isso, respira com calma, um, dois, três. Se sente melhor?

- Sim, obrigada. - Silencio - Já chamou o taxi? Olha, se você se atrasar...

- Não se preocupe comigo, quando você chegar lá eu estarei dentro daquele vestido que você fez questão de escolher.

- Você ficou linda nele, realçou suas curvas e você precisa de um namorado, e jeans o tempo todo não conquista homens. 

- Eu não preciso de um namorado. – Sara viu que o café já estava pronto. – Espera um minuto, Stella.

Sara deixou o telefone pendurado no gancho e foi ate a cafeteira, enchendo uma xícara grande de café, bebeu um gole fechando os olhos enquanto sentia o gosto forte do liquido quente, saboreando-o, era uma das bebidas preferidas de Sara. Voltou para o banco de madeira sentando no mesmo e pegando o telefone com a mão livre.

- Pronto, e eu definitivamente, não preciso de um namorado. – Tomou mais um gole. 

- Precisa, mas não vamos discutir isso agora. 
Silencio.

- Ei, vai dar tudo certo hoje, tudo vai sair como você planejou.

- Eu não... Não poderia ter escolhido madrinha melhor. – Stella fungou exageradamente. – Agora vá se arrumar, fique linda, mas não mais que a noiva esta bem?

- Ninguém vai chamar mais atenção do que você com tantos brilhantes falsos no vestido Stella. – As duas riram.

- Eu sei, ate mais tarde Sara!

- Ate!

Sara colocou o telefone no gancho e voltou para o quarto levando a xícara de café consigo, pegou o celular na cama e examinou sua caixa de mensagens.

Stella, 07:32: já acordou???

Stella, 08:15: Sara, PELO AMOR DE DEUS, acorda. Vou mandar uma foto das minhas unhas.

Stella, 08:16: (foto)

Ela tomou mais um gole do seu espeço café e clicou onde dizia ”responder”.

Sara,10:52: estão lindas, não ouse mexer nelas mais uma vez!

Não houve resposta.

Thales 08:40: ei gostosa, que tal apostarmos hoje? Um ótimo dia para apostas não acha? - Sara revirou os olhos, mas ate que seria divertido apostar.

Clicou mais uma vez onde dizia “responder”.

Sara, 10:54: topo!

Thales instantaneamente respondeu.

Thales, 10:54: o que vamos apostar?

Sara, 10:54: Não quero apostar bebida, ta ficando sem graça, já ganhei de você ontem.

Thales, 10:55: hm... que tal sexo?

Sara bufou e largou o celular na cama, tomou mais um gole do liquido e deixou a xicara em cima do criado mudo, em seguida começou a catar as roupas do chão e coloca-las no sexto de roupas suja, então ouviu o celular vibrando, provavelmente mais uma mensagem de Thales.

Thales, 10:56: esta pensando?

Sara, 10:57: não vamos transar. Vamos apostar dinheiro, ou não vai ter aposta.

Thales demorou um pouco pra responder e enquanto esperava, Sara começou a guardar os cobertores em uma parte do guarda-roupa e mais uma mensagem chegou.

Thales, 11:00: droga. Ta. 50 pratas. O que quer apostar?

Sara sabia que Thales não conseguia ficar sóbrio quase nunca, então se aproveitou da situação.

Sara, 11:00: Se você conseguir ficar essa noite sem vomitar no final, eu triplico.

Thales, 11:01: fechado, ate mais tarde!

Sexo, dinheiro e álcool. Essa era a definição perfeita de Thales Patel.

Olha eu aqui de novo!  🌼

Eu fiz um capitulo consideravelmente enorme sobre esses 3 anos antes, então, pra leitura nao ficar cansativa, eu dividi ele em 4 capítulos e esses capitulos relatam apenas 1 único dia.
Espero que gostem ♡
Beijos chuchu's 😙😙

Coffee and Corpse Onde histórias criam vida. Descubra agora