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Continuação desse bendito casamento:

Um par de desconhecidos olhos a alguns passos de distância chamaram a sua atenção. Olhos que tomaram todo o seu campo de visão. Olhos verdes. Porem escuros. Tão escuros quanto uma floresta na luz das chamas de uma fogueira durante a noite. Seu rosto lhe parecia familiar.

Como que por instinto o belo rapaz de olhos chamativos a encarou de volta. Sara sentiu-se envergonhada e encarou a barra do vestido. Quando ela voltou a fita-lo, alguém conversava com ele e ele já não a olhava mais, então baixou mais uma vez os olhos e saiu um tanto murcha e quando deu por si, já tinha dado as costas se afastando daquele belo par de olhos verdes. Decidida a ir para o bar mais uma vez pensando na sorte de que talvez Stella se lembrasse da amiga e fosse vê-la por lá.

Porem, sendo a pessoa desastrada que ela era, o dia não passaria impune por seu defeito. Sara bateu em um garçom que ia passando com algumas taças cheias do que parecia ser champanhe e tudo o que tinha na bandeja foi parar no chão e uma das taças quebrou nas costas de uma cadeira se estilhaçando e um dos cacos acabou por cortar sua mão. As bolhas da bebida desfaziam-se em seu vestido e o mesmo sugava rapidamente o liquido.

- Mas que merda! - Foi à única coisa que ela conseguiu dizer.

- Não foi um corte grave, nada que um curativo não resolva.

Sara olhou para o dono da voz grave e bonita, que não era tão bonita comparada a beleza daqueles olhos vistos tão de perto.

- Foi meio superficial, mas é bom tratar. - A voz pronunciou-se mais uma vez tirando do bolso um lenço e enrolando-o na mão da mulher. - Alguém pode me dizer onde eu posso encontra uma caixa de primeiros socorros?

- No chalé, senhor! - O garçom apontou para a direção que indicava o chalé. - Posso pegar se o...

- Não será necessário, nós iremos ate lá. - O rapaz disse sem parar de olhar para Sara.

- Nós iremos? - Ela perguntou.

- Iremos. - Sorriu gentilmente.

Algumas pessoas curiosas já se amontoavam ao redor dos dois, mas o rapaz de olhos bonitos pegou a mão da jovem Sara e a levou para fora antes que mais gente aparecesse para perguntas desnecessárias.

Sara por sua vez, não assimilava muito, sentia-se confusa. As coisas pareciam ter acontecido em câmera lenta pra ela e por causa da confusão repentina, Sara não tinha noção de como o tempo passou rápido.

Entraram no pequeno chalé, passando pela sala e indo direto para a cozinha, o rapaz procurou em todas as gavetas a maleta de primeiro socorros.

- Você faz ideia de onde estejam os curativos? - Perguntou para a moça de olhos confusos parada na porta.

- Talvez no banheiro? - Disse, apontando para o andar de cima.

- É claro, mas que cabeça... Venha. - O rapaz pegou a mão que não estava machucada de Sara e a guiou ate o banheiro.

Os dois subiram os lances de escada talhados em uma espécie de madeira rustica e ao final dela, seguiram por um corredor estreito. De um lado, duas janelas grandes e uma porta davam espaço a uma pequena varanda e os tímidos raios do sol já começavam a dar espaço à noite estrelada. Do outro lado, quatro portas estavam dispostas uma ao lado da outra, todas trancadas. O homem abriu a primeira e encontrou um quarto consideravelmente grande, seguiu para a próxima porta e encontrou outro quarto com a mesma decoração rudimentar do anterior, nenhum dos dois continha um banheiro. Seguiram então para a próxima porta, dessa vez, Sara tomou a frente girando a maçaneta dourada, se deparando com uma suíte.

- Olha, acho que não precisa mesmo de um curativo, já parou de ate de sangrar. - Então fez menção de tirar o lenço da mão.

- Acho que você esta enganada!

Os dois seguiram o olhar ate a mão da mulher e gotas grossas de sangue pingaram no chão e Sara voltou a cobrir novamente.

- Tudo bem. Vamos acabar logo com isso. - voltou-se ate a porta que achou ser o banheiro, sendo seguida pelo homem.

A verdade é que Sara sentia-se acanhada pelos olhos insistentes do desconhecido, que não paravam de encara-la desde que saíram do salão. Então o quão mais rápido o momento durasse, mais rápido sentia-se livre do olhar questionador do homem.

- Aqui. - Ele tirou uma caixinha branca do armário. - Vejamos... Gaze e... - Ele parecia procurar mais alguma coisa. - Não temos nada para desinfeccionar o ferimento aqui.

- Não podemos só lava-lo? Isso acontece o tempo todo comigo e...

- Espere aqui! - O homem interrompeu e saiu do banheiro.

Sara ouviu os passos se distanciarem e saírem do cômodo. Então se sentou na privada fechada enquanto esperava que o desconhecido voltasse. Não demorou muito e ele voltou com uma garrafa na mão contendo alguma bebida alcoólica.

- Whisky? - Ela perguntou e ele assentiu.

- Dei-me a sua mão. - Ela fez o que foi pedido e ele tirou o lenço encharcado de sangue.

- Não foi tão superficial assim não é?

- Ao menos não precisará de pontos.

Então sem mais nem menos o homem despejou o liquido amarelado na ferida e a ardência só não foi maior que a dor pulsante. Sara tentou soltar o pulso, no entanto, o estranho não permitiu e segurou-o com mais força.

- Isso arde! - Ela disse entre os dentes.

Ele nada disse como resposta, então fez todo um procedimento e rapidamente acabou o curativo.

- Pronto, senhorita...

- Sara e obrigada! - Disse por fim, dirigindo-se a porta do quarto.

- Senhorita Sara. - Repetiu. - De nada.

- Não, apenas Sara.

- Então Sara, a vi bebendo no bar, gostaria de me acompanhar em um drink?

- Adoraria.

O desconhecido sorriu largamente fazendo seu sorriso chegarem aos olhos também.

- Mas creio que não seja adequado beber ainda mais.

- Porque não? Está dirigindo?

Ela meneou a cabeça em sinal de Sim e seguiu pelo corredor novamente e em seguida desceu os lances de escada com o desconhecido a seguindo.

- Você pode tomar outra bebida sem álcool.

- Você não vai desistir, não é? - Ela parou no ultimo degrau da escada.

- Não mesmo!

Sara não deixou de sentir uma vontade imensa de sorrir também, seu coração implorava que ela sorrisse também. O sorriso dele era tão bonito e convidativo quanto seus olhos. Era um contraste perfeito. Então fez o que seu coração pedia. Sorriu! Um sorriso puro e sincero.

- A proposito, me chamo Peter Baker.

- Baker? É irmão do John? - Ele assentiu. - Como não percebi antes, a semelhança é gritante.

- Pois é, mas me chame de Pedro.

- Pedro. - Sara experimentou a pronuncia. - É um nome bonito.

Os dois seguiram de volta para o salão em passos curtos e engajados em uma conversa agradável.

A mulher estava curiosa para saber o motivo da preferencia de Peter por Pedro. Mas isso ela deixou para outra hora, quando se sentisse mais confortável com a presença do homem não tão desconhecido assim.

OLAAAA, VOLTAMOS COM A PROGRAMAÇÃO NORMAL, RSRS

Me perdoem pelo tempão, eu não me esqueci de CAC e nem abandonei.

Espero que gostem.

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⏰ Última atualização: Feb 01, 2018 ⏰

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