Capítulo 4

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O corredor de paredes brancas estava vazio. E os pés de Belina a levaram exatamente ao quarto de Terry. A porta estava aberta, e ela entra sem nenhuma cerimônia. Era como se uma força a levasse diretamente para lá, como se não houvesse lugar no mundo o qual ela quisesse está.

Suas paredes repletas de desenhos a fascinaram desde o primeiro dia em que as viu. Belina olha atentamente cada desenho ali, e se espanta ao perceber que em meio aos que já eram conhecidos por ela, haviam vários desenhos seus. Seu rosto estava eternizado em pedaços de papel. Terry a havia desenhado, e conseguido capturar detalhes escondidos em seu rosto que passavam despercebidos por quase todo mundo, como uma cicatriz pequena em cima da sobrancelha direita. Mas Belina sabia que Terry não era todo mundo, sabia que ele a observava atentamente, assim como ela o observava.

Desde a primeira vez que o viu, Belina encontrou ali um enigma que ela queria desvendar a qualquer custo, sem contar que esse fascínio todo estava mexendo com os seus sentimentos. Coisas confusas embaralhavam sua cabeça, e as sensações que Terry despertavam nela era algo maravilhoso e horripilante ao mesmo tempo. Belina sentia medo e desejo.

Ela estava encantada e assustada. Terry conseguia despertar em Belina sensações diferentes a todo o momento. Seus olhos eram como o olhar de medusa que a petrificava de tal forma que nem ao menos conseguia desviar o olhar. Aqueles olhos negros que contrastava com a pele alva e os cabelos loiros eram fascinantes.

Perdida em meio aos pensamentos que povoando sua cabeça naquele momento, Belina não percebeu que alguém estava no mesmo ambiente que ela. Ela estava distraída como uma presa prestes a ser abatida pelo seu predador sem se dar conta do perigo que a cerca.

— Gostou? — a voz de Terry estava bem próxima a sua orelha, o que fez com que eu pulasse de susto — assustada doutora?

— Sim, você me assustou — Belina olha o homem loiro em sua frente, e sente seu coração aquecer-se. Seria loucura esse sentimento? Ela indaga silenciosamente dentro de sua consciência que aquela altura já estava abalada.

— Não foi minha intenção — Terry ergue a mão em direção ao rosto da morena, mas Belina recua.

— Tudo bem — Belina vai em direção à porta, mas Terry a segura pelo braço.

— Não vá — ele a olha da maneira que a hipnotiza, porém Belina sabia que é errado ter esse tipo de contato com um paciente. Ou melhor, esse tipo de contato ela não deveria ter com nenhum paciente, ainda mais se tratando de pessoas mentalmente desequilibradas.

— Não posso ficar aqui com você — ela consegue se esquivar, mas Terry é mais rápido e alcança a porta primeiro que ela.

— Só mais um pouquinho, Belina — ele tranca a porta, deixando à jovem médica com um medo tão grande como ela nunca sentiu na vida. Ela estava à mercê de um paciente, mas mesmo correndo todos os riscos ela sentia seu coração bater mais apressado, e ela sabia que não era somente por medo.

— Por favor, Terry, eu preciso ir — ela já estava trêmula, e o rapaz percebeu que estava causado medo na morena.

— Não precisa ter medo de mim — ele toca seu rosto com cuidado, sabendo que não era apenas medo que ela estava sentindo — eu jamais faria mal a você.

O sorriso ladeado brinca nos lábios do rapaz.

Belina fecha os olhos, sentindo os dedos de Terry deslizar por seu rosto. Ele a tocava como se fosse uma frágil porcelana que poderia quebrar-se a qualquer momento. Belina estava confusa, mas ao mesmo tempo ciente que aquilo não poderia está acontecendo, mas ela não se importava ela queria aproveitar aquele momento, pois seu coração ansiava por isso. O caminho percorrido pelos dedos do rapaz deixou em sua pele um rasto de fogo. Belina sentia a pele formigar onde havia sido tocada.

No Limite da LoucuraOnde histórias criam vida. Descubra agora