0.1 - where is 'home'?

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Esse capítulo está sujeito a alterações

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Tyler Joseph se sentia entediado. Tantas viagens que sua mãe o fizera passar depois que seu pai foi embora, que ele não se lembra a última vez que se divertiu. Não sabe nem mesmo se aconteceu. Kelly e Tyler Joseph vivem num carro antigo, um Volkswagen Santana, com teto solar. Isso faz cerca de dois anos, começou quando Tyler fez dez anos e Kelly decidiu que usar a pensão alimentícia para pagar o aluguel era besteira. O carro? Uma bagunça. Todo tipo de lixo no chão. Principalmente copos de café descartáveis, tanto a mãe quanto o filho precisam disso pra viver. Tanto que, nesse momento, Tyler está com metade do corpo para fora do carro — pelo teto solar —, com seu binóculos, vendo sua mãe analisar um mapa dentro da lanchonete enquanto esperava pelos copos grandes de café.

Não é o mapa múndi que Kelly costuma usar. Tyler percebeu isso. Mas ele não conseguia entender qual mapa era. Também não era um mapa de um país inteiro, já que era pequeno, e é possível ver os desenhos das ruas. Era uma cidade. Por qual motivo Kelly seria tão específica? Ela nunca era assim quando se tratava de suas viagens.

Quando o funcionário colocou os copos ao lado dela no balcão, ela se levantou e dobrou o mapa, colocando debaixo do braço, pegando os dois copos e saíndo do local. Tyler entrou no carro, se sentando no banco do passageiro, esticando-se para abrir a porta para sua mãe. Assim que a moça entrou, deu um dos copos para o filho e fechou a porta. A mulher respirou fundo e quase entornou o copo.

—Tudo bem? — Tyler perguntou, logo tomando um gole do café.

—Não. — Disse, rápido. Ela suspira. — Desculpa. Estou bem, sim.

Os olhos de sua mãe estavam parados, mas ainda estavam inquietos.

—O que aconteceu, mãe?

—Nada, Tyler!

O garoto arregalou os olhos, em seguida, franziu o cenho. Sua mãe nunca agia assim. Não era estresse matinal.

—Ty, mil desculpas. Eu… — Ele odiava ver a mãe segurar as lágrimas. Era por isso que ele aceitava todas as viagens. Ficar estagnada fazia Kelly querer chorar. A mulher respirou fundo. — Vamos ter que ficar na cidade do seu pai, querido.

Tyler não odeia Chris. Tyler não odeia ninguém. Mas seria estranho conviver com ele.

—Mãe, o que aconteceu? — Sua preocupação era evidente. Não, evidente não, estridente.

—Madison não se sente bem. Ela perguntou por mim, e seu pai quer que eu vá pra lá.

Já teve a sensação que milhões de palavras atravessavam sua cabeça, assim como um arpão, mas você não entendia nenhuma delas? Já teve a sensação de estar cheio e vazio? De ir e voltar, mas continuar no mesmo lugar?

Tyler sabia esconder bem isso.

—Tudo bem. Vamos onde você quiser.

☀☀☀

Tyler estava apreensivo.

Já teve a impressão de querer fazer um discurso quando dizia estar tudo bem?

Ele queria dizer o quanto ama aquele carro. Queria dizer que ter uma cama para dormir não lhe era confortável. Queria dizer o quanto sua mãe o ensinou a temer os laços que criam com o tempo e o espaço onde se vive, e que esses laços se tornam correntes.

Døn't Døubt Me {Jøshler}Onde histórias criam vida. Descubra agora