— Você é realmente muito bonito para ser um professor de colégio. Não engana ninguém — Digo rindo aconchegada no peito de André, o policial.
— Ah, mas eu cumpri o meu papel de passar a matéria designada! — Ele diz estufando o peito.
— Eu nem sei qual matéria você estava dando, então não, você não cumpriu no seu papel!
— Isso por que você ficou babando em cima de mim a aula toda! Desse modo eu também acho difícil aprender alguma coisa — André retruca e eu gargalho alto batendo em seu ombro de brincadeira.
— Você é realmente muito bobo!
— Um bobo que você ama...
— Verdade... Algo que eu não discordo — Falo e me inclino para beijar seus lábios.
— E você é uma boba também.
— Uma boba que você ama — Sorriu carinhosa e ele se inclina para me beijar novamente.
— Sem dúvida.
Ao final, André era um policial disfarçado. Se infiltrou na escola e fingiu ser um professor, pois havia feito suspeitas acerca de Luís a partir do acidente de Fantine. Luis não foi muito bom em cubrir rastros.
E agora está preso. Sem chance de sair em segurança máxima.
E isso é realmente muito bom e consolador.
Eu não tenho mais o Choques, ataques ou convulsões. Agora eu consigo conversar sobre Fantine sem que algo aconteça, isso graças a algumas idas ao psiquiatra, o que me fez muito bem.
Priscila ficou do meu lado o tempo todo e em todas as consultas me acompanhava e me incentivava.
Mas agora está na hora de vencer o meu maior medo e temor.
Fantine.
Eu nunca a visitei, tinha medo dos Choques, mas agora sei que vai ficar tudo bem. Pois ao meu lado está André e sei que ele só quer o meu bem.
— Acho que já está na hora — Ela fala.
Eu concordo com a cabeça, e nos dois nos levantamos indo até o quarto em que Fantine está internada.
O quarto 382.
Abro a porta devagar, ansiosa mas temerosa. E quando dentro, controlo a respiração.
André me encara como se perguntasse se eu estou pronta e eu o dou um olhar carinhoso.
Eu estou pronta.
Chego mais perto e observo o rosto de Fantine. Pobre Fantine.
Passo a mão em seus cabelos e os dedos em sua bochecha. Por fim coloco os dedos dentro de sua mão e aperto.
Sinto algumas lágrimas minha escorrerem e caírem em sua roupa, mas não ligo. Eu só quero ouvir a sua voz, eu só quero...
Vejo certo movimento na boca de Fantine. Arregalo os olhos e meu coração começa a acelerar quando vejo que cada vez mais ela mexe o rosto até que por fim ela fala:
— Não foi sua culpa.

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Desconhecido
Mystery / ThrillerLua sempre teve uma vida boa. Duas melhores amigas, Priscila e Fantine, espetaculares, sempre ao seu lado, até que... Bem, até que uma dela é abusada e entra em coma grave, e ao que tudo indica, o causador é aquele número desconhecido que anda manda...