VI

5.7K 617 140
                                    

NOTAS DA AUTORA

Peço que deixem as considerações do capítulo e votem, beijos.

Me sigam no instagram: @raeholiveira

***

Bianca

Abri os olhos em um susto, minha cabeça ardia como o inferno. Por mais que tentasse não conseguia compreender claramente o que estava acontecendo; desde quando Josh tem porte de arma? Entre idas e vindas de minha consciência sentia que estava em um sonho longo e perturbador. Há poucos dias Rolf e eu, estávamos voltando do meu baile fracassado e em poucas horas me sentia feliz em rever meu irmão; agora há dois homens mortos no chão do apartamento e não sei sequer se Rolf está vivo e não gosto de pensar na possibilidade de ele estar morto. Sem demora, retornando e cobrindo minha visão, Liam tirou seu casaco, no qual pude notar que ele também mantém um coldre na cintura; e curvando-se ele depositou em meu corpo antes de me envolver em seus braços novamente. — Precisamos dos documentos dela... — olhando para trás, talvez se dirigindo ao meu irmão, disse — Sairemos quando o jato estiver pronto, em duas horas...

— O que pensa... — em voz baixa na tentativa de questioná-lo falhei ao sentir minha cabeça doer; Liam ficou em silêncio e sem forças encostei a cabeça sob seu peito. Sentindo-o caminhar meus olhos automaticamente fecharam e só os abri quando estávamos descendo as escadas de emergência, deduzindo que tenha sido para que não nos vissem. Por mais que me esforçasse, manter a consciência para ver onde seria levada estava sendo difícil, pois, assim como meus pensamentos confusos, exclusivos em Rolf, Josh e em tudo que ocorreu, minha cabeça pesava e a escuridão logo me alcançava eventualmente. Novamente ao finalmente despertar, no estacionamento, de longe vi um Yukon Denali preto e homens, alguns de segunda idade e meia idade espalhados que mantinham em suas mãos armas. Liam dirigiu algumas palavras em alemão, que fizeram quatro deles saírem de minha visão passando por nós. O tom de sua voz era fortemente autoritário, instituindo domínio e superioridade e ao chegar perto de um velho que em sua bochecha havia uma cicatriz assustadoramente feia, a porta do carro fora aberta e eu fui depositada delicadamente no banco de couro, no qual, após Liam ajeitar o casaco em meu corpo, foi passado o cinto para minha proteção. — Oliver, Vitório e você irão com os outros... — retornando sua atenção ao senhor em seguida, disse ele. — Josh virá comigo e iremos para o hangar; certifique-se que o soldado ferido seja atendido pelo Dr. Bohn e que esteja em Berlim em quatro dias... Precisamos saber como exatamente toda a merda ocorreu! — parando alguns segundos tive novamente sua atenção, a qual mal conseguia focar em suas palavras e ao mesmo tempo era impossível fechar os olhos com a adrenalina que passava por todo meu corpo, apenas podia observar sentindo o ambiente lento e girando. — Hector e David irão comigo! — o seu subordinado assentiu com a cabeça antes de sair. Por algum motivo ouvir Liam me causou medo e meu cérebro começou a repetir a todo o momento que devia fugir o mais rápido possível; sua expressão era sombria como se estivesse sendo atormentado por mil demônios e mesmo assim precisasse manter a serenidade. Retirando do bolso de sua calça um lenço de seda creme, ele se aproximou curvando-se sob seus joelhos para ficar de uma maneira que pudesse estar a minha altura sentada. — Uma bela bofetada... — revelou ele em uma constatação em tom baixo antes de suavemente limpar meus lábios. Logo, Liam observou atentamente partes do meu rosto, enquanto eu mantinha meus olhos hipnotizados aos dele, com suas sobrancelhas arqueadas, as pupilas dilatadas e o castanho que me lembravam as folhas do fim de outono. — Não adormeça! — ele ordenou antes de finalmente desviar seu olhar, arfar em tensão, colocar-se ereto, guardar o lenço e se afastar do carro estando de costas para mim. Desviando meus olhos pelo estacionamento, em alta voz Liam começou a dar comandos e aos poucos alguns de seus homens entraram em carros mal estacionados e não distantes, saindo como se estivessem à procura ou em perseguição de fugitivos. Eu não conseguia compreender de onde todos surgiram, como souberam que o apartamento foi invadido e de onde tiraram tantas armas de fogo. Trazendo o celular, Liam concentrou-se por alguns segundos. — Desça caralho... — o ouvi em seguida — Precisamos ir, ele ficará bem... — procurando compreender com quem ele estaria falando, ao tentar me mover no banco minhas unhas arranharam o couro na tentativa de endireitar meu corpo. Brevemente virando-se e esticando sua mão, Liam fechou a porta do carro e eu perdi totalmente sua conversa. A partir daquele momento, não demorou muito para que minha visão fosse apagada dando lugar ao silêncio.

Obrigado Pela Honra | Série RetaliaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora