XXI

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NOTAS DA AUTORA

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Bianca

Em um gesto para que saísse primeiro, ele esperou que me movesse e da mesma maneira que estava impressionada com a exuberância, continuei quando tive a visão da enorme sala de estar, com sofás sofisticados, piso de porcelanato, lustres e a lareira moderna. Haviam quadros e esculturas contemporâneas e tudo parecia estritamente pensado, organizado e limpo. A mesa, os aparadores, a iluminação e todos os móveis combinavam com a decoração, cinza, dourado e branco. Um ambiente exagerado e luxuoso que passou a sensação de ser um apartamento novo, como se fossemos os primeiros a pisar nele. E sem que evitasse, o pensamento de que necessitava de mais cor manifestou dentro de mim. Onde estavam as flores nos aparadores, as almofadas? Descendo os três degraus, o teto se abriu acima da parte principal da sala de estar e uma escada em L, flutuante ao lado esquerdo indicou a direção para a cobertura, enquanto as janelas de vidros ao lado direito deram a visão do céu da cidade de Frankfurt e as portas duplas apontou a direção do terraço. — Sem dúvidas, é o maior e mais lindo apartamento que já vi! — ao girar, parei quando encontrei Liam com seu olhar sobre mim.

— Bom, este é seu lar agora!... — o tom de sua voz saiu mais áspero do que em tom de gentileza. Tenho consciência que estou invadindo seu reino, o lugar onde ele pode estar em paz, sem guerras ou pessoas para matá-lo. E assim como Liam, não gostaria que estivéssemos debaixo do mesmo teto, mas não há escolha. Em intenção de subir as escadas, fazendo uma pausa seus olhos voltaram para as portas de vidro do terraço e então vieram até mim. — Estamos no quadragésimo primeiro andar! Se pular terá uma morte certa. — separando os lábios eu neguei demonstrando indignação.

— Eu não vou me suicidar! — ele me analisou. — Não quero e também não vou! — sua expressão se transformou em descrença. Pelo jeito Liam não estava brincando quando disse que íamos resolver nossos assuntos, mal havíamos chegado no apartamento e estávamos discutindo-os.

— Estou dizendo que se tentar novamente, tenho certeza que não terá tanta sorte! — eu arfei não disfarçando minha chateação.

— Isso importa? — em nenhum momento realmente quis me matar, jamais faria isso. E de qualquer forma, creio que ele amaria se livrar de mim, nada do que pensara antes dele ter me poupado na noite de núpcias, mudou. Ainda tenho medo do que ele é e representa, da forma como me controla, me estuda, sem dar a privacidade de que tenha emoções sem que ele saiba. Contudo, nunca quis me suicidar. — Sua amante me quis morta, por que você não? — apertando a aliança em meu dedo em ansiedade, questionei.

— Ciúmes? — sentindo um nó em minha garganta, não consegui responder. Não podia estar com ciúmes, certo? Muito cedo para isso! — Ela é uma puta que fode bem, insignificante! — na tentativa de me tranquilizar ou me irritar, Liam desmanchou o olhar indecifrável e contraiu os cantos da boca, mas não sorriu. E vê-lo apreciar minha demonstração de incômodo, fez raiva subir pelo meu corpo, a qual tive que conter o desejo de cuspir um palavrão.

— Eu apenas queria fugir... Escapar... — num tom firme respondi. Ao procurar memórias da nossa noite de núpcias, palavras de Samanta vieram com toda força como um vislumbre cheio de detalhes. "Estive com ele em menos de uma semana! Ele não gosta de se envolver com mulheres como você!" — e meu peito pareceu abrir pequenos buracos com as lembranças. Não recordava dos detalhes da sua fala, e ao ouvir Liam falar sobre ela, a sensação daquela noite vieram. — "Liam vai me procurar como sempre faz e eu não vou deixar de vê-lo, por mais que agora há uma aliança em seu dedo! — meus olhos procuraram algo que não fosse o rosto dele para olhar, e meus batimentos, tais como os pensamentos aceleraram. "Você é a esposa que ele não escolheu!. — em um suspiro para me recompor, coloquei mechas do cabelo atrás da orelha. Precisava ignorar e interromper as vozes na minha cabeça.

Obrigado Pela Honra | Série RetaliaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora