Capítulo 2 - Hiran

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CAPITULO 2 

Hiran 

Meu pai costumava dizer que um serviço bem feito exige apenas uma coisa: planejamento

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Meu pai costumava dizer que um serviço bem feito exige apenas uma coisa: planejamento. Planejar é alma de qualquer negócio. Uma pessoa que é capaz de antecipar os passos daqueles que o rodeiam é inteligente o bastante para saber que esse é o segredo para o sucesso de uma missão. É importante estudar os seus oponentes: seus pontos fracos e seus pontos fortes. É preciso estar ciente de suas qualidades e nunca subestimar seus defeitos. Você precisa estar concentrado naquilo que busca. Escolher um objetivo e manter o foco nele até o final. Tendo isso em mente, você vai conhecer o seu inimigo, a força dele e seu território. Quando você terminar de planejar, precisa se certificar de que não há falhas no seu plano. É para isso que servem os planos B,C, D e todos os outros que forem necessários se a situação inicial for alterada. Planejar não significa apostar tudo na sua primeira opção, e sim, conhecer todas as outras opções disponíveis. De uma forma ou de outra, se você planeja você não falha, e se você não falha, você alcança o objetivo. Desde que aprendi essa lição, não falhei em nenhuma das minhas missões.

Estou na estrada para Nuevo Laredo, uma cidade no estado de Tamaulipas, no México. É lá que está a missão que estive planejando nas últimas três semanas. Estou nervoso, por que este não é um negócio comum, este não é um esquema tão fácil quanto os anteriores. Desta vez, vou comandar algo maior, algo realmente grande. É importante que tudo saia como o combinado e que não surjam surpresas no meio do caminho. Aqui não há espaço para erros. Se eu falhar, significa perder algo muito importante. Algo que estou buscando há muito tempo. Algo pelo qual eu daria a minha própria vida para conseguir. Não, eu não vou falhar. Eu sou bom no que eu faço, e é por isso que fui escolhido para comandar a equipe. Eles me conhecem, sabem dos meus talentos, e principalmente, do meu desejo voraz de encontrar aquilo que é tão precioso para mim. É por causa delas que eu não posso perder, não existe essa palavra no meu vocabulário. Eu só saio daqui vitorioso ou morto, foi o que jurei a mim mesmo desde o começo. Eu ainda estou vivo, depois de diversas missões. Se eu estou aqui, é por que sei o que faço. É por que vou sair daqui um vencedor, mais uma vez.

Minhas mãos apertam o volante da picape Hummer com mais força, até que os nós dos meus dedos fiquem brancos. Acabamos de entrar na cidade, faz vinte e sete graus e o tempo está quente e seco, pelo menos é isso o que diz no termômetro pelo qual acabamos de passar. Estamos muito perto do nosso destino, e saber disso faz com que minha mente e corpo entrem em estado de atenção e alerta. Essa é uma cidade calma, apesar de grande e populosa. Não há muito movimento nas estradas, pelo menos não comparado a capital. Eu já estive aqui há alguns meses, mas foi uma passagem tão rápida quanto a que pretendo fazer hoje.

Nós rumamos pelas estradas asfaltadas, acompanhados de uma música extremamente irritante onde um espanhol canta sobre fazer amor sob o sol poente com sua bela amada. Eu tento trocar de música, mas é em vão, pois levo um tapa rápido e curto sobre o dorso da mão da pessoa que se senta ao meu lado, no banco do carona. Com o canto dos meus olhos, eu posso ver seus lábios enrugarem em uma expressão irritada. Eu sorrio minimamente por que gosto de provoca-la, mas aceito sua péssima escolha de música e prossigo dirigindo tentando não deixar que a irritante canção se fixe na minha mente de maneira que eu venha a cantarola-la mais tarde. Dirijo por cerca de meia hora, até que o GPS nos informa os últimos minutos do nosso trajeto. Eu não preciso de um mapa para saber onde estou indo. Mesmo de longe, fiz esse percurso várias vezes. Faz parte do plano conhecer todos os trajetos.

Srta.Brown \ Sociedade Escarlate - Vol. II (DISPONÍVEL ATÉ DIA 23\05)Onde histórias criam vida. Descubra agora