Meu Amor Por Você

Capítulo 18💕

Eu poderia falar incessantemente sobre o azar que recaiu sobre a família semana passada, sobre minha mãe usando meu netbook muito além do normal, sobre os concursos que estou me preparando pra participar aqui no Wattpad e sobre minha falta de tempo, mas seria exaustivo e não tenho tempo pra isso, então deixo o capítulo pra vocês aqui e saio de fininho.

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Charlote

Aquele brilho em seus olhos era mesmo infantil. Stephan parecia sentir uma alegria tão simples que conseguia me fazer querer sorrir com ele. Mesmo sabendo que ele queria se aproximar mais de algo que possa ser uma família para Hilary, eu não esperava que eles fossem morar nesse prédio. Era uma boa surpresa em meio a tanto pesar.

— Veja, querido, nós vamos ser vizinhos da Hilary. É mesmo uma ótima notícia, não é? — Falei para Tavinho, que piscava os olhos lentamente, quase adormecido.

— Que rude. Poderia tentar deixar um pouco menos na cara que está me ignorando? — Stephan falou de maneira que eu poderia dizer que não estava se sentindo nem sequer um pouco ofendido.

— O que esperava? — Voltei a sentar na cama, demonstrando indiferença. — Felicitações entusiasmadas?

— Gritinhos emocionados no mínimo — disse com o olhos ligeiramente estreitos e seriedade fingida. — Minha presença é algo a se celebrado. Vamos lá, não se contenha!

— Ah… — suspirei, rindo por dentro. — Seu excesso amor-próprio é realmente algo a ser estudado.

— Quando fala assim, você parece com o Tiago — disse, verdadeiramente sério dessa vez. — E com a Alice.

— Ela gostava de deixar claro o quão bobo e sem noção você é? — eu estava curiosa sobre Alice, mas por mais que quisesse fazer mais perguntas sobre ela, não me atrevia a chegar longe demais. Cada um lida com a dor á sua maneira. Ainda não o conheço o suficiente para ter a liberdade de tocar em assuntos dolorosos, para saber o quão forte ele é.

— O tempo todo. Mas amor-próprio não é algo ruim, é? Se posso confiar nas minhas qualidades incríveis, há algum motivo para não fazê-lo?

— Que qualidades incríveis? — perguntei com ironia.

Stephan ergueu uma sobrancelha.

— Quer uma lista?

Suspirei.

— Ainda penso que você se acha demais, mas é um bom ponto no entanto.

Gostaria de te tido pensamentos assim a alguns anos. Se bem que é um pouco difícil tentar se comparar a alguém acostumado a estampar capas de revistas até pouco tempo atrás…

— Agora que já temos isso esclarecido — disse se aproximando —, podemos ir.

Pegando a minha mão que não sustentava Tavinho, Stephan me puxou para junto de si.

— Para onde? — perguntei para me distrair daquela proximidade. Porque não era nada demais. Porque, mais uma vez, eu mal o conheço. Sim, ele era lindo a beira do ridículo, mas apesar de ser um cara impertinente às vezes, ele mal parecia consciente de que seu toque em minha mão era quente e acolhedor, além de algo simplesmente normal. Mas, apesar de tudo, eu, como uma mulher adulta, não poderia deixar de notar o quão atraente ele era. Diabos, eu já sabia disto mesmo na adolescência. Porém, naquele momento, era um pouco estranho, considerando que, despido de seu sorriso costumeiro, aquele animado e gentil fazia-o parecia ainda mais com o irmão. Será que eles mantinham a mesma aparência de propósito?

Ah, o que estou pensando? Foco Charlote.

Que seja, apenas pense que ele é o Tiago. Isso aí. Pense que ele é gay e está tudo certo.

— Estão todos lá em cima, você não quer ir dar uma olhada?

Apesar da pergunta, ele já estava me puxando em direção a porta.

— Espera um pouco, eu estou descalça.

— Vem assim mesmo, é logo ali — respondeu simplesmente.

Crianção, pensei comigo mesma. Infantil caprichoso.

Mas não disse nada. Só me deixei levar.

💕💕💕

Quando as portas do elevador se abriram e saímos para o corredor, não precisei perguntar qual era o apartamento que Stephan tinha alugado.

Parada á porta, com uma expressão impacientemente fofa, estava Hilary.

— Que demora! — reclamou, fazendo beicinho e tentei não rir disso. Simplesmente adorável.

— Culpe o seu querido papai — falei, fazendo um leve carinho em sua bochecha. — Ele me manteve lá embaixo se gabando do quão “incrível” ele é.

— Mas como é muito difícil enfiar algo nessa cabecinha loira, você pode ver porque demoramos, não é, querida? — Stephan se intrometeu, falando gentilmente, e tive que convencer a mim mesma para não lhe bater na frente de uma criança inocente.

— Espero que não esteja me chamando de burra.

Ele fez cara de assombro.

— Eu não seria capaz. Se assim fosse, eu estaria ofendendo a minha adorável filha por extensão. Agora, se estivermos falando sobre você ser cabeça dura, vou deixar o que penso para a sua imaginação — respondeu, como quem conta um segredo.

— Idiota — sussurrei, simplesmente porque ele estava certo.

— Vocês poderiam, por favor, parar de flertar na frente de uma criança? — sobressaltei-me com a voz de Nick, que apareceu na porta, pondo uma mão sobre o ombro de Hilary.

— Ninguém está flertando — falei depressa, porque aquela suposição era completamente ridícula.

Nícolas inclinou a cabeça de lado e mudou seu olhar de mim para Stephan.

— Hilary, porque não leva a Char e o Tavi para um tour no apartamento? — perguntou como se fosse dono do lugar, e só então olhou para ela.

Mudamente a garotinha ergueu o braço, segurando a manga da minha blusa, como se dissesse, “vamos agora”, então peguei sua mão.

Desconfiada encarei meu nada-sutil-irmão-mais-velho, e fiz uma nota mental para conversar seriamente com ele mais tarde.

Nick olhou para o outro lado como se não fosse com ele, e lutei contra o impulso de bater o pé, entrando calmamente no novo lar de Stephan, de mãos dadas com Hilary.