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Stephan
Hilary olhava com espanto de mim para Tiago. Os olhos verdes, cabelos ruivos cacheados e todo o resto, nos conferiam a mesma aparência. Éramos cópias um do outro, sem tirar nem pôr. Exceto, talvez, pelo avental que Tiago vestia, dando-lhe um aspecto de dona de casa que eu não teria nem em mil anos e nem queria ter, obrigado. Eu já havia contado o fato de sermos gêmeos, tinha mostrado fotos até, mas não parece ter diminuído o impacto para ela. Hilary apertou um punhado da minha camisa em seu punho pequeno, curiosidade dançando em seus olhos.
— Quer conhecê-lo? — perguntei, puxando sua atenção de volta para mim.
Ela assentiu animada.
Coloquei-a no chão e a observei caminhar alguns passos hesitantes em direção ao meu irmão, que apesar da surpresa, olhava-a com um sorriso nos lábios. Ele sempre foi bom com crianças. Tiago se agachou, olhando-a de forma calorosa, e esperou que ela chegasse mais perto.
— Você fala português? — perguntou ainda sorrindo. Hilary assentiu. — Qual é o seu nome, princesinha?
Minha menina mudou o peso de um pé para o outro, e prendi a respiração em expectativa, imaginando se ela diria algo.
— Lilaly — respondeu timidamente, abraçando o coelho de pelúcia. Ergui as sobrancelhas, diante da facilidade com a qual ele pode lhe arrancar uma palavra, quando mesmo eu tinha dificuldades em fazê-la falar. Até mesmo quando eu tinha dito para Hilary dar um oi a Nick, tudo que ela fez foi erguer a mãozinha num pequeno aceno.
Tiago ergueu uma sobrancelha olhando para mim, depois olhou para Nícolas a minha direita e inclinou a cabeça. Falou para Hilary:
— Ei, princesa, o tio Nick precisa conversar com o Stephan, então que tal deixarmos os dois sozinhos? Tem uma pessoa muito especial que eu quero te mostrar, você quer vê-lo? Ele é pequenininho assim — ergueu a mão a uma certa altura do chão, mostrando a Hilary o tamanho. Eu não tinha dúvidas de que ele estava falando do sobrinho de Nícolas, de quem tanto eu já tinha ouvido falar. — O nome dele é Otávio e ele tá tirando uma soneca agora, mas acho que você vai gostar dele.
Hilary olhou para mim em dúvida. Sorri para ela, incentivando-a a ir.
— Quelo — respondeu a meu irmão, estendendo a mãozinha livre e pegando na mão dele. O sorriso de Tiago ficou ainda mais radiante e ele se ergueu.
— Vamos lá.
Eu estava prestes a pensar que o humor dele estava bem melhor do que eu poderia ter desejado, quando, antes de sair da sala, ele olhou por cima do ombro. Seus olhos verdes estreitos e raivosos só confirmavam que eu tinha muito a explicar e que se a explicação não fosse boa, eu veria as consequências. E se ele estava me deixando com Nícolas, significava que este estava com muito mais raiva. Maldição.
Ainda estava olhando para a porta por onde tinham saído quando senti o impacto em meu estômago. Foi forte o suficiente para fazer com que eu me curvasse, arfando, mas provavelmente não tão forte ao ponto de deixar um hematoma.
Joguei-me desajeitadamente no sofá, ainda segurando o local dolorido e olhei com raiva para o meu cunhado.
— Porra, Nick. Qual é a merda do seu problema?! — perguntei entredentes, ainda sentindo a dor.
O olhar em seu rosto agora era satisfeito, mas seu tom, como eu imaginava, não estava nem um pouco brando.
— Isso é o mínimo que você merece por passar tanto tempo nos ignorando, seu imbecil. Já faz mais de um mês, Stephan! Tem ideia do quanto o Tiago ficou preocupado? — e ainda assim, eu sabia que com certeza ele estava segurando a maior parte de seu temperamento pelo fato de haverem duas crianças na casa. — O que você esperava? Um abraço de boas-vindas?!
— Eu não estava tão otimista, mas também não esperava um soco, seu brutamontes! — ao menos ele teve o bom senso de não me acertar no rosto. Se fosse qualquer outro cara eu teria socado de volta, mas sabendo que Nícolas tinha feito Karatê a maior parte de sua vida e conseguido a faixa preta a mais de três anos, me considerava inteligente o suficiente para ficar quieto. — E eu tenho certeza de que o Tiago se preocuparia ainda mais se eu tivesse mencionado a Hilary antes, então não enche!
— Quem é essa criança, Stephan? — eu nunca soube se Nícolas tinha consciência do que fazia, mas nesse momento estava agindo da mesma forma que agia sempre que queria intimidar alguém. Estava de pé a minha frente, olhando-me de cima como um rei tentando decidir se mandava um reles súdito para a forca.
— Antes de começar a falar besteira, ela não é minha — falei, ficando numa posição mais confortável no sofá, diante do olhar acusador de Nick. — Quer dizer, ela meio que é, mas não do jeito que você está pensando.
— Acho bom que explique isso melhor do que está fazendo, a minha paciência está se esgotando.
Franzi a testa, mas minha atenção foi logo puxada para o outro lado da sala quando ouvi o som baixinho de crianças rindo.
— Parece que o Tavinho acordou — murmurou Nícolas.
— É a primeira vez que a ouço rir desde que a mãe dela morreu — e por mais que aquelas palavras me trouxessem dor, não pude deixar de sorrir.
— A mãe dela o quê?
Olhei para Nícolas, com total seriedade pela primeira vez desde que entrei naquele apartamento.
— A mãe de Hilary está morta, Nick. E não, eu não sou o pai dela, sou apenas o responsável legal. Eu queria tê-la trazido para cá antes, mas estava preparando toda a documentação e esperando o meu contrato acabar. Por mais que vocês possam ter pensado que eu estivesse me divertindo por aí e ignorando vocês deliberadamente, não sabem o que eu passei durantes esses últimos meses, então não venha me julgar.
Agora era eu quem estava com raiva, por mais que soubesse não ter motivos para isso. Fui eu quem me escondi deles para que não vissem o quão miserável tinha ficado. Eles tinham todo o direito de me julgar, ainda que eu dissesse o contrário.
Nícolas franziu a testa, e caminhou até uma poltrona bege ao lado do sofá em que eu estava. Sentando-se no braço dela, cruzou os braços, me olhando fixamente.
— Estou te ouvindo.
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Tenho umas coisinhas para dizer, então, por favor, leiam:
1. Gente, o próximo vai ser narrado pela Char e o encontro entre ela e o Stephan vai acontecer de uma maneira no mínimo constrangedora, prometo não demorar a postar. 😊
2. Por favor, comenteeem! Eu sou carente e quero falar com vocêêês! 😂 Rsrs. Verdade seja dita, quero muito saber o que estão achando da história e me animaria demais!!!
3. Obrigada por estarem votando, isso é um gesto gentil e diz que vocês passaram por aqui. Não sabem o quanto essas estrelinhas iluminam o meu dia. 🌟 Se você não votou, por favor, volte nos capítulos anteriores e vote, isso ajudaria muito! #CampanhaFaçamAEstrelaBrilhar! Kkkk.
Se esse capítulo chegar a 20 estrelinhas até terça, eu posto o próximo cedinho e posso até cogitar postar outro. Não sou muito fã de metas, mas sei que tem mais que o dobro disso de pessoas lendo, então não deve ser muito difícil, né?
4. Indiquem a história para outras pessoas. Quero ver cada vez mais gente lendo MAPV, então, quem gostar e conhecer alguém que curte esse gênero, por favor, indiquem! 😄
5. Se encontrarem algum erro de coesão ou coerência, me avisem, certo? Quando vou fazer a revisão acabo modificando várias coisas e talvez tenha deixado algo passar. 😢
Bom, é isso...
Beijo e até a próxima, amores! 😘
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Meu Amor Por Você
Chick-Lit#14 em Literatura Feminina - 21/01/17 Ter engravidado do ex-namorado aos 18 anos tinha sido fruto de uma noite inconsequente, que tinha destruído a pouca civilidade que restava no frágil relacionamento de Charlote e sua mãe. Ser expulsa da vida dela...