Capítulo dedicado a NadiMonteiro e DeusaAMOR_
Obrigada pelo apoio e carinho, amores. 😘❄❄❄
Stephan
Charlote tinha comprado um presente para Hilary e agora as duas estavam trancadas em seu quarto com Tavinho, o que significa que éramos apenas três na sala. Nícolas e Tiago, recostados um ao outro, pareciam envolvidos em seu próprio mundo, sussurrando de vez em quando, numa bolha de preocupação ainda maior agora que Charlote não estava presente, e por mais que eu pensasse em tudo que aparentemente estava acontecendo, não conseguia me sentir tão afetado quanto eles. Não pelo mesmo motivo. Afinal eu não conhecia Evandro ou Elisa. Por mais que eu tenha conhecido um pouco de sua história, eles eram apenas estranhos para mim.
Aproximei-me dos painéis de vidro que ocupavam todo um lado da sala, vendo o tráfego se mover lá embaixo.
Se eu estivesse em Nova Iorque, não saberia de nada disso. Provavelmente estaria tão absorvido em querer fazer tudo dar certo que me encontraria mantendo um contato ainda mais superficial do que fazia antes. Ou, caso Hilary não fosse minha responsabilidade, estaria tão envolvido em meu trabalho que o resto provavelmente sequer passaria pela minha cabeça.
A distância sempre ganha da proximidade. É impossível mantermos uma relação próxima com alguém se existe a distância de vários países entre nós. Quero dizer, impossível se comparado ao que seria caso a distância não existisse. Depois que me mudei para os EUA, fiz de tudo para manter a relação que tinha com o meu irmão. Continuamos apegados um ao outro, afinal somos gêmeos, melhores amigos desde o início, e distância física nunca pareceu um problema. Até agora. O trabalho e o meu padrão de vida sempre me mantiveram tão ocupado que eu não parei para pensar no quanto não sabia de nada. Charlote era uma parte insubstituível na vida do meu irmão, então ela também importava. Mas da mesma maneira que eu nunca mencionei Alice por acreditar que tudo sobre ela era assunto meu, ele nunca me contou nada demais sobre Charlote. E por que deveria? Não era como se qualquer coisa que ele pudesse me contar sobre ela fosse afetar minha vida de alguma maneira. Mas agora eu queria saber mais. Queria deixar de me sentir um intruso na vida de todos eles. Porque sim, agora que parava para pensar, era isso que eu estava sendo no momento. Era estranho.
Aparecer de repente talvez não tenha sido uma boa ideia. Principalmente agora que os problemas estão começando a aparecer. Vir para esse país era apenas parte do meu plano de criar um ambiente familiar para Hilary. Não é como se eu tivesse que me meter na vida de todo mundo.
Encostei a testa no vidro em meio a um suspiro.
Isso era totalmente ridículo. Eu estava me incomodando demais pela minha curiosidade e não pelo problema real. Estava confuso.
Quando meu celular começou a vibrar em meu bolso, quase não notei. Mas ao pegá-lo, não me surpreendi ao ver quem estava ligando.
— Hey, Meg — falei, saindo da sala.
— Como ela está? — sua voz era calma, mas eu a conhecia o suficiente para saber que ela tinha mais urgência do que demonstrava em saber a resposta.
— Ótima. Eu estou muito bem também, obrigado por ter perguntado — respondi com ironia, logo sorri. — Na verdade, pensei que seria bem mais complicado do que está sendo. Ela já está sorrindo bastante, Meg.
— Isso é maravilhoso — disse, parecendo aliviada. — Vamos, conte-me tudo.
Sentei numa banqueta, apoiando um cotovelo no balcão da cozinha.
— Não tem muito o que contar. Pra falar a verdade, se não fosse por Charlote, tenho certeza de que eu ainda estaria pisando em ovos com a Hil.
— Quem é Charlote?
— É a irmã do meu cunhado. E, basicamente a minha salvadora. Hilary a adora.
— Ei, seu idiota, não me diga que está empurrando as suas responsabilidades para cima de outra pessoa?
— Não de propósito. Mas ela ficou cuidando da Hil ontem a noite e vai fazer isso hoje de novo. Meu irmão e Nícolas querem que eu trabalhe, então não tem outro jeito até eu conseguir uma babá. Nem mesmo um apartamento eu comecei a procurar ainda.
— Você é um pouco inútil.
— Talvez — admiti. — Mas não é como se eu tivesse tempo de sobra. Charlote me disse pra levar Hilary a um parquinho essa manhã, então eu fiz. Depois disso fomos almoçar e eu só voltei pro apartamento do meu irmão a pouco. Então começamos a conversar sério sobre umas coisas que estão acontecendo agora e…
— Você levou essa garota pra almoçar?
— Não me entenda mal, eu quis dizer a Hilary — corrigi. — E Charlote não é uma garota. Ela já é mãe.
— Ah… então é casada?
— Não.
— Tem namorado?
Franzi a testa.
— Não que eu saiba.
— Ela é bonita?
— Qual é a do interrogatório, Meg?
— Oh, nada demais. Só estou me perguntando se você já está tentando fincar suas garras nela — disse com uma naturalidade irritante.
Estreitei os olhos.
Eu não estava tentando “fincar minhas garras” em ninguém. Se eu nem mesmo tinha tempo para achar um lugar para morar que não fosse um hotel, como eu teria tempo para romance? Além disso, é bem possível que Charlote ainda sinta alguma coisa pelo ex-namorado, quem sou eu para trazer-lhe ainda mais problemas?
— Stephan, querido, você ainda está aí?
— Nem comece a usar esse tom vitorioso, Margaret, eu não estou tentando conquistá-la como você pensa.
Do outro lado da linha, Meg estalou a língua. Ela não era particularmente fã do seu nome completo, mas para minha surpresa, ela sequer tocou no assunto.
— Então ela é velha? — perguntou rapidamente.
Bufei pensando no quanto sua suposição foi ridícula.
— Tentarei não me sentir muito ofendido, mas espero que compreenda que eu não sou do tipo de homem que só consegue se manter dentro das próprias calças se a mulher em questão for velha.
— Ahã. Claro.
Ela estava errada, mas, ainda assim, me senti derrotado.
— Charlote é linda, Meg. E uma ótima mãe. Se é isso que você quer ouvir, ela é perfeita. Mas tem problemas demais e mesmo sabendo disso, eu mal a conheço. Cheguei aqui apenas ontem, lembra? Não vou me meter ainda mais na vida dela só pra deixar as coisas mais fáceis para mim. Charlote está fora dos limites.
— Eu ouvi meu nome?
Ao ouvir sua voz, virei-me em direção a porta, onde Charlote e Hilary estavam de mãos dadas me olhando.
❄❄❄
É, eu não consegui postar ontem, sorry. Mas fico aliviada pelo capítulo ter ficado melhor do que pensei, espero que tenham gostado.😊
O próximo vai sair ainda hoje. Estou me sentindo inspirada agora que a minha mente está menos cheia, então, até mais tarde!
E bem-vindas, novas leitoras! Estou amando ler o que vocês estão achando da história.😍
Já temos mais de 5 mil leituras aqui e mais de 30 mil lá em Aos 18. Só tenho o que agradecer a vocês. Muito obrigada!
Se acharem que mereço, sintam-se livres pra votar e comentar. ^-^
Um beijo,
Kaya.
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Meu Amor Por Você
Literatura Feminina#14 em Literatura Feminina - 21/01/17 Ter engravidado do ex-namorado aos 18 anos tinha sido fruto de uma noite inconsequente, que tinha destruído a pouca civilidade que restava no frágil relacionamento de Charlote e sua mãe. Ser expulsa da vida dela...