Capítulo 7💕

4.8K 513 16
                                    

Charlote

Terminei de secar os cabelos de Hilary e peguei a escova para penteá-los. Ela estava quietinha sentada no meio da minha cama vestida com seu fofo pijama das princesas da Disney. E eu estava sentada atrás dela com a testa franzida, porque além de silenciosa, a menina estava parecendo uma estátua de tão imóvel. Ela levava a palavra quieta a um outro nível.

— Então, quanto tempo o Stephan pretende ficar com você aqui no Brasil? — perguntei me inclinando um pouco para olhar o seu rosto.

Hilary fez um olhar pensativo e logo deu de ombros.

— Ele não te disse?

— Não — murmurou, balançando a cabeça.

Stephan não tinha dito a Nick se iria ficar definitivamente no país, por isso eu também não fazia ideia. Que ele abandonou a carreira eu já entendi, mas o que pretendia fazer a partir de agora? Por que tinha vindo?

— Vocês vão ficar morando no hotel? — eu estava verdadeiramente curiosa e enquanto pegava uma outra mecha loira de seu cabelo, esperava que a resposta que ela iria me dar não fosse apenas um gesto ou algo resumido numa simples palavra.

— O Tephan disse que não.

— Hum… será que ele vai usar a antiga casa? — resmunguei baixinho, pensando comigo mesma.

Depois que Tiago passou a morar aqui com o meu irmão e os pais dele se mudaram para os Estados Unidos onde Stephan já vivia, a casa da família tinha estado vazia. Ocasionalmente alguém era contratado para limpar, mas a quantidade de vezes que ele tinha voltado desde então eram bem poucas.

— Terminei — falei, deixando a escova sobre as cobertas e me arrastando para fora da cama. — A Mila já deve ter tirado nosso jantar do forno, vamos lá?

Estendi uma mão para ela, que me deixou ajudá-la a descer da cama e saímos do quarto, nos encaminhando para a cozinha. Camila já estava comendo quando chegamos.

— Sua mal-educada, nem esperou por nós! — brinquei, erguendo Hilary para sentá-la numa cadeira.

Camila riu.

— Esqueceu que eu tenho um encontro? Ainda tenho que passar em casa para me arrumar antes de ir.

— Sim, eu sei, você é do tipo que come e vai embora sem ajudar a limpar. Que decepção, dona Camila — servi Hilary enquanto ignorava Camila que como uma criança me mostrava a língua e me sentei, pegando a jarra de suco que obviamente tinha sido ela a tirar da geladeira.

Não era bem o tipo de jantar com o qual eu estava acostumada, mas por mais diferente que fosse o rumo que está noite estava tomando, estava sendo divertida.

💕💕💕

Depois que terminamos de jantar, Camila foi embora e eu troquei algumas mensagens com Evandro enquanto Hilary escolhia um filme. Pelo meu próprio gosto infantil quando se tratava disso e por termos uma criança em casa, os meninos tinham me presenteado com uma extensa coleção de filmes, então isso não tinha sido um problema.

Já estávamos quase no fim do primeiro filme de Irmão Urso quando Hilary me entregou seu copo de leite agora vazio. Deixei-o sobre a mesa de centro e arrumei a manta que nos cobria. Eu estava, sinceramente, me sentindo vitoriosa por quase não estarmos prestando atenção no filme.

— Tia Meggie? — perguntei, incentivando Hilary a dar continuidade a conversa. Em algum momento tínhamos saído do tópico “coias que você gosta”, para “pessoas que você gosta”.

— Uma amiga da mamãe — respondeu com sua voz doce. — Ela toca piano em uma oqi… oqe…

— Orquestra?

Hilary balançou a cabeça vigorosamente, concordando.

— Ela me ensinou a toca um poquinho — falou rápido e aproximou os dois dedos indicadores, como se quisesse deixar claro o quão pouco. — A tia Meggie é muito legal. Foi ela quem me disse que a mamãe vilou uma estelinha.

Sorri diante de sua expressão muito séria. Eu não sabia ainda o quanto essa criança entendia a morte, mas era bom ver que a impressão deixada nela não parecia ser tão profunda. Provavelmente a medida que fosse crescendo e aprendendo um pouco mais, a sensação de saudade e solidão se tornaria mais marcante. Eu não queria ver essa criança sofrendo, do pouco que passei a conhecer dela essa noite, percebi que ela é uma criança muito doce e até alegre quando incentivada, embora em outros momentos seja tímida. Nenhuma criança merecia sofrer, por isso saber que tinha alguém que se importava tanto com seu bem-estar ao seu lado era um alívio para mim.

— Mas o filho dela é muito chato — continuou, agora com a cara um pouquinho emburrada. Eu já tinha entendido como é que funcionava o vocabulário de Hilary. Embora fosse tão pequena, ela já falava muito bem, mas haviam letras com que ela se complicava e sempre que as frases eram longas ou quando falava rápido demais, ela tinha tendência a errar mais vezes. Mas quando falava com calma, tinha uma pronuncia perfeita, embora o sotaque fosse muito evidente.

— Chato por quê?

— Ele me irrita — murmurou, se encolhendo.

Sorri, erguendo uma sobrancelha.

— Você gosta dele?

Ela me olhou brava e disse algo em inglês que eu não intendi, mas acabei achando graça e ri.

Eu estava inegavelmente me encantando cada vez mais por essa garotinha.

💕💕💕

Olá, leitoras queridas!
Esse capítulo encerrou a noite, no próximo eu volto com o Stephan. 😊

O que estão achando da Hil? Ela finalmente falou um monte, aêêê! (Comparado com o quanto ela falava antes, claro... rsrs)

Se puderem, por favor, votem e comentem, quero muito saber o que acham da história. ^-^
Mesmo se você lê off-line, quando ficar online o voto entra, então não custa clicar na estrelinha, né??? (Insira aqui a cara de um cachorrinho fofo com olhos brilhantes).

Espero que tenham gostado. Beijo, amores! 😍😘

Desculpem se houver qualquer erro não proposital!

Meu Amor Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora