Acordei com o barulho da chuva, estava de folga de tudo. Então, fui aproveitar para tocar um pouco de violino, e embora meu humor não esteja muito bom, preferi um tema alegre. Escutei alguém batendo na porta e fui ver quem era, não estou muito afim de visitas, apenas olhei pelo olho mágico e era um garoto de olhos azuis, com a pele mais branca que a neve, e tinha algumas sardinhas também. Abri a porta e disse:
- Pois não?
- É que eu queria um pouco de café - Ele soltou um sorriso tímido mostrando a xícara.
- Entre e sente - Peguei a xícara da mão dele - Eu já volto.
Fui para a cozinha, peguei o café e coloque até a metade da xícara.
- Aqui está - Entreguei para ele que sorriu.
- Obrigado - Ele foi saindo mas quando chegou na porta deu meia volta - Sabe, não pude deixar de notar que você toca muito bem.
- Se isso for uma cantada, está muito ruim mas se for um elogio, obrigado - Rebati.
- Nossa, você é sempre assim ? - Ele levantou os braços se rendendo.
- Só quando chove - Respondi cruzando os braços.
Analisando, ele parecia o tipo de cara brincalhão e que se ofende fácil, não era tão musculoso mas compensava isso com inteligência, era interessante.
- Quando parar de chover eu venho falar com você - Ele se virou ainda com as mão para o alto - A propósito, qual é seu nome?
- Christian. Embora eu não querer saber o seu, você vai acabar falando - Disse sarcástico.
- Meu nome é Dylan, prazer Christian.
Ele saiu e eu fechei a porta. Fui atacar a geladeira, peguei um suco e requeijão, a campainha tocou de novo. Fui vem quem era. Será que um adolescente não tem mais sossego? Quando abri, era o Dylan novamente.
- É, desculpe, minha mãe saiu e trancou a casa toda, eu não tenho a cópia da chave.
- Tudo bem - Dei passagem para que ele entrasse, o coitado ainda estava com a xícara de café - Quer alguma coisa?
- Quero ouvir você tocar novamente - Meu rosto queimou e fiquei mais vermelho que o terno do Marilyn Manson em mobscene. Virei o rosto rápido antes que ele percebece.
- Talvez depois. - Respondi e respirei fundo.
Fiz uma torrada para mim e um pão com requeijão para o Dylan que não queria mas acabou aceitando. Ele parecia uma criança, estava cheio de migalhas de pão por toda a sua roupa, seus olhos ficaram o tempo todo fixado em mim.
- Então? Você vai tocar ou não? - Dylan sorriu com algumas migalhas na boca.
Assenti e fui pegar o violino, fui escolher uma música, descido tocar Sound of an Angel. Ele colocou a cadeira de frente para mim.
- E agora com vocês, senhores e senhoras - Ele fazia voz de locutor, deixei escapar uma risada, ele me olhou e sorriu - O magnífico violinista Christian.
Comecei a tocar e ele ficou fascinado. Quando acabei, Dylan apladiu de pé.
- Obrigado, mas não é pra tanto.
- Você tocou muito bem - Ele não parava de sorrir - Tem mais algum dom escondido?
- Ator e pintor, serve?
- Mentira - Ele respondeu - Sério? - Concordei com a cabeça - Nossa, eu quero um autógrafo. - Fiquei sem reação enquanto ele sorria - Não, deixa pra depois, quando você for bem famoso.
- Está bem - Falei sem graça.
- Você disse que é pintor, tem alguma obra por aqui?
- Aquela ali - Apontei para o quadro que eu pintei ontem, vi seus olhos se incendiarem, parecia uma chama incontrolável.
- E sobre ser ator? Do que mais gosta?
- William Shakespeare.
- O famoso ser ou não ser. - Ele observou.
- Na verdade eu prefiro "Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes." - Rebati - Agora só falta você querer saber o tamanho da minha cueca.
- Seria uma boa, qual é?
- Não quer ver com os próprios olhos?
Ele corou e ficou sem sem reação, seu telefone tocou, levando seu olhar até o aparelho.
- Acho melhor eu ir, minha mãe já chegou - Acompanhei que estava nervoso até a porta. - Então, até.
- Até - Sorri fechando a porta. - E o placar final foi de 2 a 1 pra ele.
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He - Sail
RomanceChristian, depois de passar por um intenso tratamento de um ano e meio no Canadá ao lado de sua família, estava com a mente em outro lugar. Enquanto isso, Gregory ficou com seu coração quebrado ao deixar aquele amor que só acontece apenas uma única...