12° Capitulo

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No dia Seguinte•

Naquela manhã em que minha ressaca estava me matando e tudo que eu mais queria era ficar na cama o resto do dia, eu acordei com Chris me mandando várias mensagens dizendo a mesma coisa repetidamente:

"Benjamin! Deu merda com a polícia por causa da festa! Preciso de você! Me encontre na delegacia as 10h."

Christian era uma das únicas pessoas que eu ainda acreditava que podia confiar, depois das histórias mal contadas de Meredith, nada mais fazia sentido, mas Chris não me contou nada distorcido, e se ele realmente era meu amigo, quer dizer que o mínimo que eu poderia fazer por ele era ajuda-lo quando ele precisasse de mim.

E ele precisa de mim agora.

-Collins? -Perguntei assim que vi Chris sentando no banco de espera quando entrei na delegacia.

-Ben! Pensei que você não viria! -Ele disse ao me ver, e veio me abraçar.

-É claro que eu ia vir, você disse que precisava de mim. -Falei. E ele sorriu. -Porque me chamou?

-Você vai querer me matar agora, mas foi só pra te tirar de casa. Eu sabia que depois de tudo que eu contei ontem você ia querer ficar em casa até entrar em depressão de tanto chorar. Então eu pedi pra você vir pra cá, e daqui a gente vai fazer alguma coisa, tomar sorvete, shopping, sei lá. Mas eu não ia deixar você ficar em casa. -Ele disse, me fazendo soltar uma risada, não porque aquilo tinha sido engraçado, e sim porque o fato dele realmente se importar comigo parecia piada.

E um homem alto de bigode apareceu.

-Ah, Collins! De novo? Já tá ficando chato. -O homem disse.

-Xerife! Você sabe que eu não resisto a uma festa, não é? Mas sério, valeu por não ter contato pra ninguém sobre as bebidas. Salvou minha vida.

Ele riu.

-Você e o Ben contribuíram muito para a segurança da cidade, então essas coisas são o mínimo que eu posso fazer.

Ele estava falando sobre a seita, imaginei e um garoto magrelo passou rápido esbarrando em mim.

-Ei! Não corra aqui dentro! -O policial gritou para o menino.

-É sempre tão lotado aqui? -Perguntei, eu não sabia se o lugar que estava cheio de gente, ou se lá era tão pequeno que mesmo com poucas pessoas parecia estar lotado.

-Ah, não, pelo contrário, aqui geralmente é bem vazio. Nós estamos fazendo estágio com alguns adolescentes que querem se aventurar na polícia. -Ele explicou.

-Ah...

-Se for do seu interesse, as inscrições ainda estão abertas, Ben.

-Não faz muito meu estilo, eu acho. -Respondi o fazendo dar uma pequena risada.

-Mas enfim, Chris, eu preciso que você assine uns papeis. Venha comigo.

-Poxa, Xerife! Eu pensei que não ia dar B.O pra mim! -Collins reclamou.

-E não vai, mas os vizinhos precisam de uma prova de que eu dei uma bronca em você.

-Mas isso não vai para o meu histórico né?

-Não, Chris, relaxa. Só venha comigo.

-Tudo bem...Ben, espera aí, eu já volto. -Ele disse e seguiu o policial até sua sala.

Logo que eles sairam, um garoto segurando um cachorro veio até mim.

-Oi Ben! Tudo bem, cara? Quanto tempo! -Ele disse, fazendo um equilíbrio com o cachorro para me cumprimentar sem tira-lo do seu colo.

-Hum...Oi...-Respondi. Obviamente eu não sabia quem era. Pra variar.

-Eu sei que você provavelmente não vai lembrar de mim. Então, pra você não ficar perdido, meu nome é Dylan, e eu sou seu amigo. -Ele disse esboçando um belo sorriso. O que me deixou aliviado.

-Ahh... É, eu não lembro.

-Não tem problema...Ah, olha o meu novo amiguinho, dá oi pro Ben, Charlie! -Ele disse se referindo ao cachorro em seu colo.

-Ooi Charlie. -Brinquei, e ele me deu a pata.

-Como você tá, Ben? -Dylan perguntou, se sentando do meu lado.

-Ah, to bem...Um pouco confuso só. -Respondi.

-Eu te entendo, esse caso me deixou bastante confuso também.

-Caso?

-Sim, ah você não lembra, bom, eu sou filho do xerife, então eu meio que trabalho aqui. E confesso que fiquei em choque quando soube do seu acidente.

-Nossa, então você acompanhou tudo de perto? Você... Viu o que aconteceu? -Perguntei curioso.

-Mais ou menos...

-Posso te perguntar uma coisa?

-Claro.

-O que você sabe sobre o acidente?

-Hum...Sei pouco, eu achei estranho você ter ficado com amnésia por causa de um acidente como aquele, se tivesse morrido, não seria tão suspeito, agora... Amnésia, eu sempre suspeitei. -Dylan disse me deixando, por algum motivo, aliviado por não ser o único que tem suspeitas.

-Então! Eu estou suspeitando muito disso tudo. E preciso da sua ajuda, o que você sabe? -Falei e ele soltou o cachorro e foi até o balcão, pegou um papel e uma caneta e voltou.

-Olha...Eu consegui pegar o número de telefone e o nome do motorista que bateu o carro em vocês, por falta de tempo eu não consegui ligar pra ele ainda, você pode fazer isso por mim.-Ele disse me entregando o papel com o número.

-Qual o nome dele?

-Blake Gray.

-Ok... - Escrevi o nome dele no papel à cima do número. -Obrigada Dylan, sério.

-De nada, cara. Você pode não se lembrar, mas a gente se ajudou muito no passado. Você e seus amigos salvaram minha vida, isso é o minimo que eu podia fazer. -Ele disse esboçando um sorriso. Sorri de volta e coloquei o papel no bolso para ir embora.

-Já vai, Ben? -Dylan disse vendo eu ir até a porta.

-É... Tenho assuntos para resolver. -Respondi, saindo e fechando a porta.
Estava na hora de descobrir a verdade.

~Continua?~

As Palavras Nunca Ditas || Dylan O'BrienOnde histórias criam vida. Descubra agora